Mesmo com os aumentos de hoje, e da última quinta e sexta-feira, o preço do petróleo brent estava agora há pouco em US$ 53, contra mais de US$ 100 no 1º semestre do ano passado.
O maior problema de estocagem acontece para os dois maiores consumidores mundiais, os EUA e a China. Nos EUA, o maior polo de armazenamento fica em Cushing, Oklahoma. Já na China, é a cidade costeira de Dalian que guarda os estoques estratégicos de petróleo.
Com o petróleo mais barato, a China, o maior importador do mundo - na frente dos EUA - é a maior beneficiada com o baixo preço. Assim, as importações crescem e mais tanques de armazenamento vão sendo demandados e construídos, especialmente, agora com os baixos preços no mercado mundial.
As nações não dão informações concretas sobre os seus estoques de reservas. Esta informação afeta o valor da commodity no mercado global e por isto há estudos das traders (empresas que fazem a intermediação desta commodity) e que muitas vezes se encarrega também do transporte.
A Agencia Internacional de Energia (AIE) sugere aos países que são membros da organização que mantenham reservas de petróleo equivalente a 90 dias de consumo. O objeto é preventivo para que as nações tenham capacidade melhor para lidar com problemas internos, quando da interrupção no abastecimento, por conta de problemas e conflitos neste complexo mercado.
Não é difícil intuir que com os preços baixos, não apenas a China, mas outras nações que possuem produção inferior aos seus consumos, se aproveitem deste momento, para aumentar os seus estoques. O problema é a decisão dos países sobre o melhor momento de realizar esta compra.
O aumento da capacidade de estocagem de petróleo dos países tornam o mercado e o preço dos produtos ainda mais difíceis de serem estimados, porque uma compra grande para estocagem por exemplo. a dos últimos dias, pode elevar o preço, para em seguida reprimi-lo por redução da demanda.
Assim como a China, os EUA, que juntos são os maiores países consumidores do planeta precisam de grandes bases de armazenagem. No caso dos EUA, o fato se dá porque por lei, o país é proibido de exportar a maior parte do seu petróleo. Desta forma, com a maior produção do óleo e gás de xisto (shale gas), os EUA passou a demandar maiores espaços de estocagem.
Quem faz isto com alguma periodicidade são os departamentos de estudos econômicos dos maiores bancos. No Brasil, pelo menos dois grandes bancos fazem acompanhamento destas informações com regularidade.
Além dos pools de tanques, hoje, cada vez mais, o petróleo é armazenado também em navios e em cavernas subterrâneas, criadas a partir da dissolução com água de formações naturais de sal.
As cavernas são impermeáveis, sendo que algumas servem até para armazenagem de gás, tamanha a sua impermeabilidade e custos de armazenagem inferiores ao da construção de grandes reservatórios.
Nos EUA, a Fairway Energy Partners LLC usa cinco destas cavernas que estão localizadas em Houston, no Texas e têm capacidade de armazenas cerca de 19 milhões de barris de petróleo.
Caverna subterrânea da Jurong Rock (JRC), Cingapura, sob a bacia do Banyan Jurong, utilizada pelas petrolíferas Chevron, ExxonMobil e Shell. |
Na China, no final de 2014, a petrolífera CNPC maior produtora de petróleo chinês encheu um total de 47 navios, equivalente a 23,5 milhões de barris de petróleo, aproveitando já a redução que havia naquela época da redução do preço do barril.
Além disso, o governo chinês, mesmo atuando reservadamente, já informou sobre o início da construção de dez instalações de armazenagem, com planejamento de ficarem prontas até 2020.
Estes pools de armazenagem teriam o objetivo de ampliar os estoques e assim reduzir a vulnerabilidade do país, que assim se aproximaria da orientação da AIE de manter estoques de petróleo na quantidade equivalente a 90 dias de consumo, o que segundo informações, a China ainda estaria distante.
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