Venturi diz aqui nesta ótima entrevista à USP Online que "falar em escassez hídrica é um erro, assim como culpar a falta de chuvas pela crise... não há base empírica nem conceitual que sustente a hipótese da guerra da água, por mais que a mídia e muitas vozes reforcem essa perspectiva malthusiana".
"É absurdo dizer que a crise hídrica de São Paulo é causada pela falta de chuva, sendo que temos enormes reservatórios subutilizados. Como uma metrópole como São Paulo, com a pujança econômica que tem e toda a tecnologia disponível, fica a mercê da chuva, como se fôssemos povos primitivos?"
... "A crise hídrica, ou seja, quando se abre a torneira e não sai água, é sempre gerencial, e não natural. Há exemplos de países com muito menos recursos hídricos que o Brasil onde não falta água, como na própria Síria."
..."a mídia mostra represas secando para ilustrar a ideia de que a água vai acabar. Pode até acabar na sua torneira, mas não por falta dela, e sim por incapacidade de se assegurar o abastecimento. Essa ideia de fim da água é muito malthusiana e é obrigação da academia superar o senso comum fatalista e tão fortemente difundido pela mídia...."
Professor Luis Venturi, no rio Eufrates, próximo à fronteira com o Iraque:
“não se pode educar pelo medo, propagando uma visão fatalista”
Foto: Arquivo pessoal
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..."Sempre que sou convidado a falar em escolas e faculdades alguém me pergunta isso, se não é perigoso afirmar que a água é infinita. Mas não se pode educar pelo medo, propagando uma visão fatalista. É uma obrigação da academia superar o senso comum. As pessoas têm que conhecer, sim, os riscos de ficarem sem água e, se isso acontecer, ter consciência das reais razões deste fato, do papel de cada um, inclusive delas mesmas pelo uso racional."
A entrevista na íntegra você pode ler aqui no link da USP Online onde a matéria tem destaque.Por mais que o tema exija muitos debates, veja que este é outro consenso (de novo Chomsky) que foi sendo produzido dia-a-dia, sem maiores questionamentos.
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