Há quem aprecie as teorias conspiratórias. Eu desconfio, mas faço questão de conhecer o que se diz, baseado em um dos ditados de minha avó que dizia: "o povo aumenta, mas não inventa".
Pois bem, confesso que fiquei surpreso com a informações trazidas ontem pelo jornal americano Wall Street Journal que possui uma versão em português que pode ser lida aqui.
A reportagem fala sobre a autorização que os EUA estariam para conceder às suas forças militares para ampliar em 50% os voos de drones (aeronaves não tripuladas) de uso militar.
É uma matéria ampla e que fala do uso corriqueiro que os EUA faz de "voos diários de drones para a vigilância e coleta de dados pela inteligência em locais como Ucrânia, Iraque, Síria, o Mar do Sul da China e o Norte da África".
O texto do jornalista Gordon Lubold ouve diversas autoridades e comandantes militares americanos e do FBI. O esforço americano seria parte da disposição dos militares "para solucionar uma série crescente de crises globais".
"Com drones como o MQ-1 Predador e o seu primo de longo alcance, o MQ-9 Reaper, fornecem vídeos em tempo real aos comandos militares e analistas de inteligência que usam dados para rastrear e direcionar militantes e conduzir ações de vigilância". "O general Philip Breedlove, chefe do comano Europeu dos EUA lamentou que precisava de mais cobertura para monitorar adequadamente a região que inclui a área em conflito da Ucrânia".
Porém, o que mais me chamou a atenção foi a informação que o WSJ cita uma autoridade que diz que "além de expandir a vigilância, o Pentágono planeja também aumentar a capacidade de ataques aéreos letais, a parte mais controversa do programa americano de drones". Neste ponto a reportagem diz que "os ataques de aeronaves não tripuladas já mataram pelo menos 3 mil pessoas, segundo estimativas de grupos não partidários".
Não estamos falando de simulações ou ficção científica e sim de invasões sem exército humano e armas convencionais. A reportagem ainda não desmentida fala de invasões de outras nações para vigiar para além das comunicações telefônicas e por internet e matar quando e onde quiser.
O texto cita a Cia (Agência Central de Inteligência), a Força Aérea e o Exército com ações ainda no Paquistão, no Iêmen e outros pontos do Oriente Médio. Os recursos usados são vários e para "maximizar a capacidade existente de drones, pode-se alterar a rota de voos cancelados por mau tempo para outras localidades. Se um drone não puder voar em um região do Iraque, por exemplo, ele pode ser enviado para outro lugar do Oriente Médio, segundo a autoridade de defesa".
O uso de drones para vigilância a ataques aéreos e repetido várias vezes e diz ainda que eles se justificariam porque "sempre haverá uma forte demanda para trabalhos com drones militares, considerando ameaças crescentes e ventos mundiais, diz o tenente-coronel Chris Karns, porta-voz da Força Aérea".
Pois então, ao ler estas singelas observações sobre vigilância e ataques em espaços de outras nações serem assim divulgados sem reações e controles, eu fico aqui pensando sobre o controle existente em áreas de interesse geopolítico, hoje tão grande quanto o Oriente Médio, como é o caso de nossas reservas do pré-sal.
Por tudo isso é que o resto das desconfianças não podem se tratar de meras teorias conspiratórias e sim de fatos. Se desejar confira aqui a matéria original e na íntegra no Wall Street Journal, antes, porém, olhe para o céu e veja se não há nenhum objeto sobre sua cabeça.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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