É comum se ouvir que os "tigres asiáticos", puxados pela Coreia do Sul, vivem uma relação capital-trabalho sem conflitos e sem disputa.
É verdade que lá estão corporações que conquistaram espaço no mundo capitalista, como a Hyundai que, embora mais conhecida como montadora possui estaleiros entre outros negócios.
De forma similar a sua concorrente Samsung, atua no setor de eletro-eletrônico e informática. É também montadora de automóveis e atua na construção naval.
A LG é outra grande player do setor de eletro-eletrônico. Entre as montadoras tem ainda a Kia e a SsangYong. Entre os grandes estaleiros do mundo a Correia tem ainda o Daewoo que também monta automóveis.
Enfim, em meio à manufatura e à disputa concorrencial com outras grandes marcas, o setor de trabalho coreano tem crescido em número e resistência.
Segundo jornais locais, a Hyundai enfrentou, na quarta-feira, uma greve em três fábricas das montadoras de automóveis que interrompeu a produção por oito horas, depois de negociações sem resultados entre os diretores da montadora e o sindicato de trabalhadores.
Porém, o que mais me chamou a atenção é que dos 62 mil trabalhadores da Hyundai, 48 mil, (77%) são sindicalizados e votaram pela paralisação que pode retornar.
Ainda segundo as informações é o quarto ano seguido que a montadora de automóveis da Hyundai é afetada por greve de trabalhadores.
Interessante observar que a informação que se faz circular pelo ocidente é que o sindicalismo seria uma instituição em extinção, com redução do poder de coletivos da classe de trabalhadores.
Em plena época da informação online e global, interessante ainda, como algumas notícias são escondidas e sequer interpretada na maioria da mídia comercial. A partir daí se cria interpretações irreais.
Isto não quer dizer que os modelos mentais que o sistema foi criando com a individualização do pensamento não tenha avançado com o neoliberalismo, tão bem caracterizado pela conhecida frase da ex-primeira ministra britânica, Margareth Thatcher: "não existe sociedade; o que existe são indivíduos".
Porém, o tempo e os casos, mesmo que muitos sejam ainda incrivelmente escamoteados, até recentemente o caso da resistência aos imigrantes era um destes, nos indicam quadros que estão aí para serem analisados.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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