Os tratados de livre comércio que os EUA puxam, além de proteger as chamadas "propriedades industriais", pretendem liberar o comércio de serviços que cada vez mais são embutidos nos bens industriais.
Segundo os dados do setor, os serviços já chegam a 50% do total do comércio mundial. E tendem a avançar muito mais. Assim, os serviços sofisticados foram sendo agregados a produtos industriais. Estes passaram a ter menos valor e na cadeia global podem ser feitos em diferentes pontos do mundo.
São pouca e muito controladas as marcas. Por isto se vê a preocupação com a questão da "propriedade industrial". Com ela o Japão não teria chegado onde chegou. É como diz o coreano Ha-Joon Chang, autor do livro "Chutando a escada".
Para exemplificar o caso dos serviços sofisticados e a questão tributária embutida entre a produção industrial e os serviços sofisticados, saibam que a tarifa média que incide sobre a produção industrial do IPad, da Aplle, corresponde a cerca de 7%. Já os demais 93% incidem sobre os demais serviços como licenças, software, marketing, marca, etc. Isto explica a ideia de liberação dos mercados e controle das marcas e proteção sobre a propriedade industrial.
Quem quer subir a escada da ascensão social e do estado de bem-estar- social (welfare-state) precisa romper esta lógica de aprisionamento da periferia e manutenção do status quo, que desvaloriza os recursos naturais, controlando seus fluxos.
A Economia Global é simples, sofisticados são os mecanismos de acumulação que o centro impõe à periferia. É preciso união para romper o establishment.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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