Na segunda-feira o blog postou aqui uma nota sobre inovações e pesquisas em acelerado desenvolvimento para usos mais nobres para o gás natural.
Hoje, o The Wall Street Journal (WSJ) traz a informação de que algumas importantes petroleiras do mundo se juntaram aos ecologistas em defesa de punição e maior tributação contra as usinas movidas a carvão que é a mais poluente do planeta.
Não. O caso não se trata de de altruísmo. Apenas negócios. A maior tributação destas empresas ampliariam as demandas por gás natural.
Hoje, a Shell diz que já produz mais gás que petróleo no mundo. A petroleira inglesa BP também stima que 60% de sua produção atinja 60% com gás natural em 2020. Além das duas, a americana Esso, em 2014, também já possuía quase 50% da sua produção com gás natural.
A guerra que eles abriram é contra o uso do carvão usado para gerar energia, porque consideram que ele é menos taxado que o combustíveis (petróleo) para automóveis. O discurso é de combate às mudanças climáticas, mas a realidade trata-se apenas de uma nova oportunidade de negócios.
Assim, dizem que a troca de 1% da produção de energia com uso do carvão para gás geraria uma redução nas emissões equivalentes a um aumento de 11% na geração de energia renovável.
Neste caso, parece que necessitaria se reavaliar o que é ou não renovável. Há quem considere um exagero ou mesmo equívoco no longo prazo este posicionamento do carvão como vilão e o gás como solução.
Apesar disto, poucos acreditam que a conferência climática da ONU realmente precifique o carbono criando um imposto global sobre seu uso.
Por parte do Brasil, é interessante lembrar que as reservas do pré-sal têm mostrado uma produção mais pujante em gás, até do que de petróleo, o que está levando às pesquisas sobre o seu uso, mais nobre do que a queima para uso em turbinas de usinas termelétricas, ou em uso industrial ou residencial.
Além disso, a possibilidade do transporte do gás, a partir de sua liquefação tornou o uso do combustível, mais próximo do que ocorre com o petróleo. A própria Petrobras já dispõe de 3 terminais de GNL (Gás Natural Liquefeito) em funcionamento no país. Veja na imagem ao lado o esquema de uma embarcação para transporte de GNL.
Por onde se avança se percebe a pujança que o país pode ter na produção de energia tanto renovável (eólica, solar e biocombustível) quanto a partir do uso da produção de gás natural (GN) em nosso litoral, em especial o pré-sal.
O fato explica e mais que justifica a implantação do Centro de Pesquisa para a Inovação em Gás Natural (CPIG) que começou a funcionar em agosto na USP, com apoio da Fapesp e da perolífera inglesa BG Brasil.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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