As informações falavam da hipótese de demissões de trabalhadores e de negociação da empresa, ou mesmo suspensão temporária das atividades. No mercado de minério se sabe que a paralisação das atividades tem um custo enorme que pode interferir na retomada do negócio adiante.
Fato é que ontem, o blog do Ancelmo Gois hospedado no Globo deu a nota abaixo:
"Bye, bye, Brasil"
"A mamute e centenária mineradora Anglo American receberá propostas, dia 15, para vender todos os ativos no Brasil, e não só os de fosfato e nióbio.
Estão à venda: Minas Rio, de minério de ferro; Barro Alto, de níquel; e Coperbras, de fosfato e nióbio.
Negócio de US$ 3 bilhões.
"Tombo bilionário...
Só a Minas Rio, que a Anglo comprou de Eike Batista, em 2007, deve ter enterrado uns US$ 15 bi."
Hoje, outra fonte do blog nos enviou publicação do site internacional, especializado em mineração "Mining", que aprofunda a informação sobre a venda dos ativos da Anglo American no Brasil, inclusive com a informação sobre o interesse especial da BHP Billiton (sócia da Samarco junto da Vale) nos negócios de Nióbio da Anglo American no Brasil.
Em resumo o Mining dise que:
1) Na semana passada, a Anglo já havia afirmado que estava revendo sua estratégia de produção para o Minas-Rio visando garantir custos operacionais mais baixos, sem dar mais detalhes, ou mencionar quaisquer potenciais planos para vender o ativo. Sobre o assunto disse ainda que a mina tinha sido afetada por atrasos e custos suplementares desde Anglo comprou por US$ 5,5 bilhões em duas etapas em 2007-2008 da MMX, do empresário Eike Batista.
Mina em Conceição do Mato Dentro, MG. Foto Mining.com |
2) O porta-voz da empresa disse Mining.com que a Anglo iria definir os seus planos detalhados de carteira em meados de fevereiro e que neste intervalo, seria errado especular sobre o assunto, acrescentando ainda que a empresa não faria mais comentários sobre o assunto.
3) A BHP estaria entre os licitantes nas minas de nióbio e fosfato da Anglo que estaria mais propenso segundo relatos locais em fazer venda completa destes ativos, em vez de dividi-los. A Anglo American é o segundo maior produtor mundial de nióbio, material usado em ligas de alta temperatura para motores a jato e aço leve para carros. A mina onde a Anglo faz a extração de nióbio Usina Boa Vista está localizada em Goiás valeria US$ 325 milhões e produziu 2.934 toneladas de nióbio no primeiro semestre de 2015.
5) A Anglo American planeja consolidar seus negócios em três das seis unidades que possui atualmente. O presidente-executivo Mark Cutifani prometeu em dezembro que a Anglo seria "uma empresa muito diferente" depois avançar com o seu plano de reestruturação, chamado "de portfólio radical de reestruturação. Tal reorganização incluiria a redução da sua força de trabalho total de 135.000 para apenas 50.000 em 2017".
Base operacional da FerroPort (Anglo + Prumo) no Porto do Açu: Unidade de filtragem, secagem e correia para exportação no Terminal 1 |
Enfim, resta saber até onde a Anglo encontrará interessados na venda dos "ativos" em minério de ferro do Sistema Minas-Rio que além da mina, no município de Conceição de Mato Dentro, MG, possui um mineroduto e uma unidade de filtragem, secagem e embarque junto ao Terminal 1 do Porto do Açu.
Pelos relatórios da Prumo, os investimentos da Anglo American, só no Porto do Açu, somaram R$ 3,3 bilhões. Segundo a Anglo American o potencial de exploração da mina é de 5,8 bilhões de toneladas de minério de ferro
Desde o primeiro embarque no final de 2014, mais de 40 embarques de navios graneleiros com minério de ferro teriam sido feitos no Terminal 1 do Porto do Açu. Só em 2015, a Prumo diz que foram exportados mais de 6 milhões de toneladas, de um universo anual previsto para 26,5 milhões de toneladas. A conferir!
PS.: Atualizado às 12:10: Com alguns outros dados sobre a Anglo American e com o comentário abaixo.
Este tipo de movimento faz parte do que chamamos de "Geografia das Corporações" previsto dentro dos grandes ciclos econômicos e vinculados aos ciclos das commodities. Estes agem sobre o espaço, constituindo circuitos espaciais de produção que, como este, possui bases em MG e Rio, que se constituem nos investimentos em capital fixo sobre o território.
Este movimento é manejado pelas corporações que manipulam o capital, cada vez mais controlado pelos grandes fundos financeiros (bancos de investimentos). Momentos como este de colapso dos ciclos é quando se faz o recolhimento do excedentes, que assim voltam a ser centralizados, em oligopólios e monopólios.
As comunidades e regiões, são quando muito, detalhes ou apêndices, pouco interferindo no processo, embora muitíssimo impactado por todos estes movimentos, que geram desde os conhecidos problemas sócio-ambientais à especulação econômica que tudo encarece. Os poucos empregos que atendem aos trabalhadores das comunidades locais são os mais facilmente retirados, quando da ocorrência desta fase de colapso dos ciclos.
Desde o primeiro embarque no final de 2014, mais de 40 embarques de navios graneleiros com minério de ferro teriam sido feitos no Terminal 1 do Porto do Açu. Só em 2015, a Prumo diz que foram exportados mais de 6 milhões de toneladas, de um universo anual previsto para 26,5 milhões de toneladas. A conferir!
PS.: Atualizado às 12:10: Com alguns outros dados sobre a Anglo American e com o comentário abaixo.
Este tipo de movimento faz parte do que chamamos de "Geografia das Corporações" previsto dentro dos grandes ciclos econômicos e vinculados aos ciclos das commodities. Estes agem sobre o espaço, constituindo circuitos espaciais de produção que, como este, possui bases em MG e Rio, que se constituem nos investimentos em capital fixo sobre o território.
Este movimento é manejado pelas corporações que manipulam o capital, cada vez mais controlado pelos grandes fundos financeiros (bancos de investimentos). Momentos como este de colapso dos ciclos é quando se faz o recolhimento do excedentes, que assim voltam a ser centralizados, em oligopólios e monopólios.
As comunidades e regiões, são quando muito, detalhes ou apêndices, pouco interferindo no processo, embora muitíssimo impactado por todos estes movimentos, que geram desde os conhecidos problemas sócio-ambientais à especulação econômica que tudo encarece. Os poucos empregos que atendem aos trabalhadores das comunidades locais são os mais facilmente retirados, quando da ocorrência desta fase de colapso dos ciclos.
3 comentários:
Meu marido trabalhou por mais de 30 anos na Copebrás(cubatão) e qndo foi desligado da empresa de uma forma horrível, sem dó nem piedade, ao fim do expediente foi chamado e desligado sem nem ao menos ter tempo de se despedir dos colegas. Uma forma horrível q deixou todos indignados. Bom, meu marido sempre fala q a Anglo American (cubatão) irá virar um pátio de containers. Lamentável essas empresas q vivem de quebrar as empresas q administram. Fora mesmo do pais, não precisamos desse tipo de investimento por aqui.
Trabalhei no MINAS-RIO é fui demitido recentemente. A grande verdade sobre o fracasso do grupo ANGLO AMERICAN, em grande parte, esta relacionada com a derrocada do MINAS-RIO. A queda dos valores das commodities minerarias é fator determinante para as demais plantas, mas o MINAS-RIO foi fatal para o grupo todo. Porém, esclareço que o MINAS-RIO se tornou um peso morto deficitario, unica e exclusivamente por conta da ingerência na condução do projeto entre 2007 e 2012. Durante este período, houve varias protelações no cronograma de entrega e custos crescentes, que chegaram a 5 bilhões de dólares. Mesmo assim, o projeto só entrou em operação, de forma arrastada e sem perspectivas de sucesso, em fins de 2014. Asseguro a todos que possam ler este comentario, que a causa do fracasso foi um conjunto de agravantes técnicos e administrativos, incluindo-se o peso da burocracia estatal e falta de estrutura local, como drenos largos por onde se queimou muito dinheiro. Li reportagens idiotas dizendo que o Eike Batista enganou a Anglo American, quando na verdade o negócio foi bem mais rentavel para o grupo sulafricano. As reservas mensuradas depois, são bem maiores que as ofertadas da pelo dono da MMX. Ha outros agravantes relacionados a profunda incompetência de diretores e gerentes que responderam pela fase operacional, que se forem listados aqui, dá um livro. Recomendo pesquisarem tudo sobre o periodo de 2007 à 2012. Esta foi a fase negra de gastos e perdas absurdas, que representa hoje, 50% do total da divida do Grupo Anglo American.
O anônimo de cima está dando bom dia a cavalo! Não sabe o que diz, não se baseia em fatos e está claramente com dor de corno!
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