Enquanto o carnaval segue aqui abaixo do Equador, nos trópicos, com zika e tudo, os mercados sofrem, como se fossem gente, lá em diferentes pontos do Norte.
Ontem, Wall Street nos EUA. Hoje as bolsas do Japão fecharam em queda de 5,4%. A gripe de 2008/2009 tem suas tardias microcefalias também.
Diante deste movimento não há como não lembrar do Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia que sempre lembra a necessidade de se fazer a distinção entre "mercado bolsista" e "economia real".
Para tudo se acabar na quarta-feira!
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
4 comentários:
Bolsa caindo, petróleo em baixa (29,16 us$ nesse momento), medo na Europa de uma crise bancária bem pior que 2008, o cenário atual aponta para um crise mundial complicando nosso ano de 2016, que só começa na próxima segunda-feira...
Bem-vindo à Crise do Yuan!
Quase todo mundo está com medo de como as Bolsas da China vão reabrir após o ano novo, na segunda-feira.
Kyle Bass também se preocupa com as ações chinesas, mas alerta que o principal risco vem mesmo é da desvalorização do yuan.
Legal, mas quem raios é Kyle Bass? Seria ele aquele novo vilão bonanza do Star Wars?
Nada disso.
No lado bonzinho da força, Kyle Bass ficou famoso durante a crise do subprime.
Ganhou muita grana apostando no calote das hipotecas americanas.
Muita grana mesmo.
O sujeito tem faro para crises.
Sua tese para o momento:
Suponha que o sistema financeiro chinês faça uma baixa de 10% em seus ativos, devido a empréstimos inadimplentes.
Para tapar o buraco, o Bacen da China teria que imprimir mais de 10 trilhões de yuans.
Resultado: desvalorização de -30% para o yuan contra o dólar (arrastando o real consigo).
The Chinese bubble is doing ploft!
Mercado bolsista.
Manipulação seguindo os passos de George Soros.
A questão é (e não é tão simples).
Um bom panorama está no filme Grande demais para quebrar (Too big to fail), com Willian Hurt no papel de Secretário do Tesouro, aliás, esteve bem convincente.
O nó é que alguns megaespeculadores detêm condições de apostar nas duas direções (ou em todas).
É essa a natureza dos colapsos de acumulação, porque em determinado momento, ainda que consigam concentrar os ativos perdidos dos outros, o dano estrutural é tão grande que tudo significa muito pouco.
Por isso caras como Soros não descuidam de manter os pés na economia chamada real (essa dicotomia entre real e virtual, ou financeira, é cada vez mais imprópria), porque no fim das contas, a acumulação rentista não dá conta de resolver um problema:
Por mais que o dinheiro (moeda, como referência) tenha se transformado em fim em si, ao invés de meio, ele nunca será riqueza física. E quando o dinheiro evapora, todos correm para o que podem ver e pegar (isso é humano).
Olha o preço do ouro de ontem.
Vejam que as últimas bolhas derivaram de ativos físicos (imobiliários), ainda que o mercado tenha construído castelos de cartas sobre esses bens reais.
Outras fronteiras têm sido tentadas, como as cidades-eventos (Olimpíadas, Copas, etc).
Ou, numa perspectiva futurista, na construção de mega acervos de conhecimento em bases virtuais, como Google, Facebook, etc,
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