a) A produção de petróleo dos EUA terá um declínio de 530.000 barris por dia neste ano porque a queda dos preços causará impactos nos investimentos e nas perfurações;
b) A produção da Opep está caindo mais que o esperado, mesmo com o aumento da produção do Irã. A previsão é que a produção total dos países da Opep caia 750 mil barris este ano.
Diante destas estimativas não é difícil traçar o cenário de um novo ciclo adiante. Hoje há excesso de produção da ordem de 1,5 milhão de barris por dia. A queda de produção dos EUA + Opep já produz uma redução de 1,2 milhão de barris por dia (mb/d).
A diferença de 300 mil barris por dia tende a ser consumida pelo aumento do consumo mundial, mesmo que abaixo da média dos últimos anos. Assim, não é difícil reafirmar que o novo ciclo já é visível no horizonte, mesmo muito distante dos patamares de preço entre 2009/2014, quue ficou acima dos US$ 100, o barril.
Redução de investimento da americana Chevron para 2017 e 2018
A queda do preço do barril brendt abaixo do U$ 40, desde ontem, já eram esperado, mesmo com a leitura acima que aponta para mudanças adiante. O fato se dá porque a queda da produção citada acima será gradual, chegando àqueles valores, lá pelo final do ano.
Para explicar este quadro e ampliando a informação aqui já publicada, sobre cortes de investimentos das petroleiras para enfrentar esta fase de colapso do ciclo, a americana Chevron anunciou na semana passada, novo corte de gastos de capital para US$ 17 bilhões em 2017 e US$ 22 bilhões para 2018.
Este é o segundo corte seguido que a petroleira Chevron fez desde outubro do ano passado, para o biênio 2017 e 2018. Na ocasião a previsão de investimentos para 2017 era de US$ 20 bilhões e US$ 24 bilhões para 2018.
Este ano, a Chevron já havia cortado em 25% seus investimentos para este ano que é de US$ 26 bilhões. Assim, se vê que a queda entre 2016 e 2017 será de US$ 26 bilhões para US$ 17 bilhões, ou US$ 9 bilhões a menos, ou seja corte de 35% deste ano, para o ano que vem. Isto mostra que a fase de baixa aos olhos da Chevron pode ser ainda mais longa.
Exploração no gelado Mar Ártico apontam o novo "ciclo petro-econômico":
Enquanto isso, novas fronteiras exploratórias seguem, mesmo com o quadro acima de significativa redução de investimentos. A petrolífera italiana Eni anunciou no domingo que começou sábado (12/03) a produzir petróleo em sua plataforma Goliat, no Mar Ártico. O fato só aconteceu dois anos depois da previsão do cronograma inicial.
A plataforma fica localizada no ponto mais ao norte do mundo, em uma destas áreas com custos mais altos de produção, das novas fronteiras exploratórias. Este projeto de produção no Ártico é desenvolvido de forma consorciada com a petroleira estatal norueguesa Statoil, nas proporções: 65% para a Eni e 35% para a Statoil e tem como dificuldade as baixíssimas temperaturas daquela região.
As notícias acima do setor global de petróleo mostram que os problemas vão bem para além da Petrobras e o baixo preço atinge a todos. De outro lado, as informações também trazem evidências, que mesmo com a redução de investimentos, as petroleiras olham o novo ciclo e se movimentam, mesmo que mais lentamente no presente.
Plataforma Goliat da petrolífera italiana ENI no Mar Ártico |
A plataforma fica localizada no ponto mais ao norte do mundo, em uma destas áreas com custos mais altos de produção, das novas fronteiras exploratórias. Este projeto de produção no Ártico é desenvolvido de forma consorciada com a petroleira estatal norueguesa Statoil, nas proporções: 65% para a Eni e 35% para a Statoil e tem como dificuldade as baixíssimas temperaturas daquela região.
As notícias acima do setor global de petróleo mostram que os problemas vão bem para além da Petrobras e o baixo preço atinge a todos. De outro lado, as informações também trazem evidências, que mesmo com a redução de investimentos, as petroleiras olham o novo ciclo e se movimentam, mesmo que mais lentamente no presente.
O caso se assemelha com a exploração do pré-sal brasileiro, tão cobiçado e com custos e potencial muito para além das reservas do gelado Mar Ártico. Enquanto isso as pressões da geopolítica atingem os países produtores das mais variadas formas. Continuamos acompanhando!
PS.: Atualizado às 17:02: O projeto da plataforma Goliat foi executado no estaleiro em Ulsan, na Coréia do Sul. De lá saiu em abril do ano passado e levou 63 dias de navegação até chegar a Hammerfest, no norte da Noruega. A plataforma tem a forma de um cilindro que na parte superior mais alargada tem diâmetro de 90 metros, peso de 64 mil toneladas, é de 320 metros de comprimento e se eleva acima do nível do mar até 50 metros de altura. A plataforma foi concebida para enfrentar as tempestades árticas e tem uma capacidade de produção de 100 mil barris por dia, segundo a petroleira Eni. Tem potencial para extrair 175 milhões de barris em 15 anos de atividade e até 8 bilhões de metros cúbicos de gás.
PS.: Atualizado às 17:02: O projeto da plataforma Goliat foi executado no estaleiro em Ulsan, na Coréia do Sul. De lá saiu em abril do ano passado e levou 63 dias de navegação até chegar a Hammerfest, no norte da Noruega. A plataforma tem a forma de um cilindro que na parte superior mais alargada tem diâmetro de 90 metros, peso de 64 mil toneladas, é de 320 metros de comprimento e se eleva acima do nível do mar até 50 metros de altura. A plataforma foi concebida para enfrentar as tempestades árticas e tem uma capacidade de produção de 100 mil barris por dia, segundo a petroleira Eni. Tem potencial para extrair 175 milhões de barris em 15 anos de atividade e até 8 bilhões de metros cúbicos de gás.
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