Nesta semana, segundo a Dow Jones, a Arábia Saudita estava buscando entre US$ 6 bilhões e US$ 8 bilhões em empréstimos com bancos internacionais. A informação foi dada por dois profissionais de bancos contactados pelos árabes.
Os recursos seriam para cobrir o crescente déficit fiscal da Arábia, aberto com a redução das receitas, oriundas da menor remuneração gerada, com a venda dos cerca de 10 milhões de barris diários de petróleo, produzidos pelo país.
Segundo a Dow Jones, seria a primeira vez em mais de uma década que a Arábia Saudita estaria recorrendo a este tipo de financiamento. Como se vê, mesmo que alguns queiram negar, os impactos desta fase de colapso do baixo preço do petróleo, está, no curto prazo atingindo a todos.
Evidente que a Arábia aposta no curto prazo em continuar a empurrar para fora do mercado, os chamados "produtores marginais", aqueles que possuem altos custos de extração/produção, para ganhar adiante, em novo "ciclo petro-econômico".
Assim, parece que a Arábia Saudita vive uma espécie de efeito bumerangue, com o mercado de petróleo. Aliás, o seu parceiro principal no início desta empreitada, os EUA, que aproveitou a geopolítica para atingir a Rússia e a Venezuela e outros, também pegou uma sobra, com o fechamento das explorações de xisto (shale).
Desta forma, o caso da Arábia Saudita, mesmo que também se endividando, tem posição distinta, daquilo que estamos vendo no Brasil, onde estados e municípios, que vivem do petróleo, mas especialmente das suas rendas, como pretrorrentistas, onde estão criando e assumindo passivos, que dificilmente terão condições de serem ressarcidas, sem que haja grandes sofrimentos. Especialmente para a parte da população que mais necessita dos governos.
De qualquer forma, a notícia é instigante para se compreender o estágio atual da geopolítica da energia e como ela se abate sobre nossa Nação, estados e municípios. Continuamos acompanhando.
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