Presidentes de 71 petroleiras, espalhadas em 34 países do mundo, se pronunciaram, em pesquisa realizada pela PricewaterhouseCoopers (PwC), em maioria de 72%, que há ainda mais ameças para o setor. Do total, um percentual quase igual, de 68% dos executivos do setor de óleo e gás, informaram que devem promover mais cortes de custos este ano.
Os presidentes (CEOs) das petroleiras informaram ainda as suas principais preocupações:
1) Incertezas geopolíticas (apontada por 98%);
2) Excesso regulatório (79%);
3) Carga tributária crescente (76%);
4) Mudanças climáticas (70%).
Apenas 27% dos executivos-chefes das petroleiras, repito de 34 países, preveem um crescimento global da economia este ano. Percentual menor que os 33% da mesma pesquisa no ano passado, de 2015.
Os dados publicados pelo jornalista Rodrigo Polito, no Valor Online, servem como indicadores para outras interpretações:
1) Mais uma vez repete-se que o problema é mundial e deriva fundamentalmente da fase de baixa dos preços do ciclo do petróleo. Por isso, os cortes de custos (segundo 68% deles) devem continuar, ainda este ano.
2) Os dirigentes máximos destas petroleiras (players globais) sabem que as ameaças derivam, especialmente da geolítica, ao contrário do que se repete aqui no Brasil, quase de forma unânime e diuturnamente;
3) A ânsia liberalizante reclama aqui no Brasil, de um fenômeno que é global, a ampliação da regulação e da carga tributária. Fenômeno global que vai para além da economias das nações chamadas de "emergentes" e está presente nas economias centrais, onde a pesquisa alcançou. Lembro que 79% e 76% fazem esta reclamação em 34 diferentes países.
Diante destas posições tão nítidas e majoritárias, de outro lado, aqui em nosso Brasil, os consultores de bancos e os "colonistas econômicos" querem flexibilização e desregulação, tentando vender gato por lebre, em função das atuais vulnerabilidades políticas. A quem atendem?
A Firjan não apenas defendeu esta tese, como falsamente defendeu que "mudanças nas regras do operador único poderiam movimentar US$ 810 bilhões e gerar 1 milhão de empregos". Para sustentar suas posições, a Firjan até levou em conta um volume de reservas de 56 bilhões de barris, bem superior às reservas oficialmente provadas.
Esta é uma importante constatação a ser feita neste momento em que o país define para onde quer seguir.
Diante desta realidade, eu não tenho dúvidas que a opção de parcela importante da elite econômica se junta à trama parlamentar-midiático-jurídica, para voltar e manter a dependência e o "capitalismo de laços", pendurada em ganhos rentistas a serem obtidos, com percentuais do que for entregue.
Isto é a confirmação da intenção de "negociar a dependência" abrindo mão de qualquer projeto soberano de Nação.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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