domingo, maio 22, 2016

Petrobras ratifica posição sobre sua base operacional em Macaé que o blog havia analisado

O jornal macaense, O Debate, em matéria publicada ontem (21/05, aqui), do jornalista Guilherme Magalhães ratifica dados e análise que este blog havia descrito neste espaço, em pelo menos cinco postagens (aquiaqui, aquiaqui e aqui) sobre a atuação da estatal em sua base operacional em Macaé que no ano que vem completa quarenta anos de instalação.

O fato reforça a interpretação de que o setor de petróleo e gás vive um processo de rearranjo espacial e especialização, se dividindo com outra bases operacionais, ao norte, no Açu e ao sul no Rio/Niterói, como havíamos comentado e que constituem o que passei a chamar de "Circuito Espacial do Petróleo e dos Royalties" (CEPR-RJ).

A matéria também reforça a informação sobre a presença de outras operadoras (petroleiras) para além da Petrobras e das empresas de engenharia que prestam serviços às petroleiras atuando neste circuito do petróleo. O blog tomou a liberdade de republicar abaixo a reportagem de O Debate:

"Petrobras afirma que segue em Macaé"
"Estatal garantiu ontem que manterá atividades e operações na Bacia de Campos"


Em produção há 39 anos, a Bacia de Campos é um dos maiores complexos petrolíferos offshore do mundo. Para gerir as suas operações nesta bacia, que tem uma de suas unidades de operações sediada no município de Macaé, a Petrobras mantém uma estrutura sólida, envolvendo bases administrativas, áreas de armazenamento, infraestrutura aeroportuária, portuária, de processamento de gás e estocagem e transferência de petróleo. Em 2015, a produção média mensal da Bacia de Campos fechou acima de 1,4 milhão de barris de óleo e cerca de 25 milhões de metros cúbicos de gás por dia, representando cerca de 70% da produção nacional. Do volume total produzido na Bacia de Campos, 30% são provenientes do pré-sal.

O Plano de Negócio e Gestão 2015-2019 da Petrobras prioriza, para a Bacia de Campos, investimentos no pós-sal, onde, em 2017, está previsto o início da produção em dois campos: Tartaruga Verde e Tartaruga Mestiça. Além disso, no mesmo ano, há a previsão de realização do Teste de Longa Duração do reservatório de Forno, no pré-sal da concessão de Albacora. Ressalta-se, ainda, que a Petrobras obteve, para os campos de Marlim e Voador, a aprovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para a prorrogação da vigência dos contratos de concessão até o ano de 2052.

A Petrobras, na Bacia de Campos, conta atualmente com 53 plataformas. Algumas dessas unidades estão alocadas em concessões operadas pela companhia em parcerias com a Shell, no campo de Bijupirá/Salema; com a Chevron, nos campos de Papa-Terra e Frade; com a Repsol Sinopec Brasil, no campo de Albacora Leste; e com a British Petroleum, em dois blocos exploratórios.

É a partir de Macaé que são monitorados remotamente o escoamento, a pressão, a vazão e a temperatura do óleo e do gás produzidos diariamente em grande parte das unidades marítimas. Também é a partir deste município que são feitos o planejamento, a programação, o controle e o monitoramento das operações submarinas e das embarcações especializadas e de apoio.

Outras operadoras também realizam atividades na Bacia de Campos, a exemplo das empresas PetroRio, Statoil, Shell, Chevron, BP, Anadarko, Repsol Sinopec, Total e OGX.

Outras operações
Na cidade, também está localizada a Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas (UTGCAB), que é o maior polo processador de gás natural do Brasil, ponto de entrada no continente do gás da Bacia de Campos e também de parte do gás do pré-sal da Bacia de Santos, escoado pelo recém-inaugurado Gasoduto Rota 2. A unidade passa por ampliações, com adequações nas áreas de processamento, tratamento e logística (transferência e estocagem). A operação do Rota 2 foi iniciada em fevereiro de 2016. São sete sistemas de tratamento e processamento na nova unidade que, juntamente com as já instaladas, estão prontas para receber até 25 milhões de metros cúbicos de gás por dia.

Nos últimos anos, a companhia tem focado na ampliação e modernização dos prédios localizados em suas maiores bases (Imbetiba e Imboassica), visando realocar sua força de trabalho em prédios próprios. A partir dessa estratégia, e também com objetivo de otimizar custos, a Petrobras está reavaliando os seus contratos de locação de imóveis na cidade.
Na área de logística, no mês de abril, a companhia iniciou operações em dois dos seis berços contratados no Porto do Açu, em São João da Barra, e está avaliando o reordenamento das atividades portuárias entre os portos do Rio de Janeiro e de Imbetiba, em Macaé, e o novo terminal. Ressalta-se que essa estratégia não afeta as operações offshore na Bacia de Campos, e não significa a interrupção das atividades do Porto de Imbetiba.

Nos bairros de Imboassica e Novo Cavaleiros, em Macaé, encontra-se o maior conglomerado de armazenagem da companhia, agregando 65% de todo o estoque da Petrobras no país, com atividade ininterrupta há mais de 35 anos.

Para realizar todas as operações com segurança, garantindo a integridade física das pessoas e das instalações, e preservar o meio ambiente, a Petrobras mantém diversos programas e conta com a estrutura do Centro de Defesa Ambiental - CDA, da Bacia de Campos. Ele visa proporcionar o prontoatendimento às eventuais emergências relativas à vazamento de óleo. A estrutura acaba de receber uma área para a garagem das embarcações e depósito de equipamentos (cabos e mangotes), na orla de Imbetiba, conferindo maior agilidade aos atendimentos.

Ainda com relação às operações da Bacia de Campos, o Aeroporto de Macaé é utilizado para o transporte de pessoas, com 31 aeronaves que movimentam mais de 30 mil passageiros em aproximadamente 1,5 mil voos por mês.

Também está instalada em Macaé a Usina Termelétrica Mário Lago, capaz de abastecer com energia elétrica uma cidade com mais de 2 milhões de habitantes. A unidade é a segunda maior da empresa, o que consolida a cidade como ponto de destaque dentro do cenário energético do Brasil. A Mário Lago é a maior termelétrica de ciclo aberto do país, tendo a característica de poder alcançar a sua plena carga (de 0 a 900MW) em cerca de 1h. A UTE, que tem como combustível o gás natural, ainda reúne o maior complexo de turbinas do tipo LM 6000 do mundo, com uma capacidade instalada de 928 MW de potência e consumo de 5,3 milhões de m³/dia de gás.

Com todo esse complexo industrial, a Petrobras mantém uma infraestrutura adequada e já instalada no município de Macaé, envolvendo bases administrativas, áreas de armazenamento, infraestrutura aeroportuária, portuária e de processamento da produção.

Como é de amplo conhecimento, a Petrobras vem atuando na restruturação administrativa e de seus negócios e na otimização de custos, nas diversas regiões do Brasil e no exterior, visando atender ao novo cenário internacional da indústria de óleo e gás. Esse amplo trabalho tem por objetivo a competitividade dos negócios da companhia, garantindo retorno para a sociedade e seus acionistas.

Neste cenário, a Petrobras reitera o seu vínculo com o município de Macaé e se prepara para comemorar, em 2017, os 40 anos de produção na Bacia de Campos, visando o futuro sustentável das suas atividades e contribuindo para o desenvolvimento da região e do país.

Nenhum comentário: