Num comunicado lançado quase coincidentemente junto da
chegada do parente a empresa divulga dados que enchem de orgulho até quem não
conhece o setor de petróleo:
1 - Em 10 anos a
empresa alcançou a produção de 1 milhão de barris no pré-sal: marca que
levou 45 anos para atingir na Bacia de Campos, na exploração offshore a partir
da década de 70;
2 - Dos dez poços com
maior produção no Brasil, nove estão localizados nessa área. O mais
produtivo está localizado no campo de Lula, com uma vazão média diária de 36
mil barris de petróleo.
3 - Veja ao lado o mapa com a localização dos campos e das bacias de Santos e Campos. Abaixo a lista dos poços de maior produção em abril deste
ano, segundo boletim da ANP. Dos 15 de maior produção 13 estão na Bacia de
Santos. Todos da Petrobras. Uma produção entre 20 mil b/d e 35 mil b/d é extraordinária em qualquer lugar do mundo. Abaixo publicamos em ordem uma lista por produção com o número do poço, o
campo, a bacia (Santos ou Campos) e a produção por dia:
1 - 7LL27RJS - Lula – Santos - 35.488 mil barris por dia;
2 - 7JUB34HESS - Jubarte Campos 32.543 mil barris por dia;
3 - 9LL12DRJS - Lula Santos 32.197 4 mil barris por dia;
4 - 7SPH5SPS - Sapinhoá Santos - 31.335 mil barris por dia:
5 - 9LL2RJS - Lula - 31.071 mil barris por dia;
6 - 7SPH7DSPS - Sapinhoá Santos 30.954 mil barris por dia;
7 - 7SPH6SPS - Sapinhoá Santos - 30.942 mil barris por dia;
8 - 9LL20DRJS - Lula - Santos - 30.789 mil barris por dia;
9 - 7SPH1SPS - Sapinhoá - Santos - 30.789 mil barris por dia;
10 - 9LL6ARJS - Lula - Santos - 29.062 mil barris por dia;
11 - 7SPH2DSPS - Sapinhoá - Santos - 27.851 mil barris por dia;
12 - 7SPH4DSPS - Sapinhoá - Santos - 27.403 mil barris por dia;
13 - 7SPH8SPS - Sapinhoá - Santos - 25.677 mil barris por dia;
14 - 7JUB57DPAESS - Jubarte - Campos - 22.984 mil barris por dia;
15 3BRSA788SPS - Sapinhoá - Santos - 21.990 mil barris por dia;
4 – A estrutura
instalada no Pré-sal: Nestas reservas já operam sete sistemas de produção
de grande porte, interligados a plataformas flutuantes que produzem, estocam e
exportam petróleo e gás. São os FPSOs Cidade de Angra dos Reis (em operação
desde 2010, no campo de Lula); Cidade
de São Paulo (2013 – campo de Sapinhoá); Cidade de Paraty (2013 - campo de
Lula); Cidade de Mangaratiba (2014 – campo de Lula, área de Iracema Sul); Cidade
de Ilhabela (2014 – campo de Sapinhoá, área Norte); Cidade
de Itaguaí (2015 – campo de Lula, área de Iracema Norte); e Cidade
de Maricá (2016 – campo de Lula, área de Lula Alto).
5 – A melhor notícia:
O custo médio de extração, em decorrência desses fatores, também vem sendo
reduzido gradativamente ao longo dos últimos anos. Passou de US$ 9,1 por barril
de óleo equivalente (óleo + gás) em 2014, para US$ 8,3 em 2015, e atingiu um valor inferior a US$ 8 por barril no
primeiro trimestre deste ano. Um resultado bastante significativo, se
comparado com a média da indústria, que oscila em torno dos US$ 15 por barril
de óleo equivalente.
Os custos de investimentos nessa fronteira também estão
sendo reduzidos, em decorrência da alta produtividade dos reservatórios, o que
tem exigido menor número de poços por sistema de produção. Além disso, a
melhoria da eficiência na construção de poços permite uma expressiva redução no
tempo de perfuração e completação. A combinação desses fatores tem garantindo
uma redução importante nos investimentos dos projetos em implantação e
aumentado a sua rentabilidade. Como exemplo, o tempo médio para construção de
um poço marítimo no pré-sal da Bacia de Santos era, até 2010, de
aproximadamente 310 dias. Em 2015, esse tempo baixou para 128 dias e nos
primeiros cinco meses deste ano para cerca de 89 dias. A redução obtida na
duração total dos poços entre 2010 e 2016 foi de 71%.
6 – O que vem pela
frente:
No início do terceiro trimestre deste ano entrará em operação,
também, na Bacia de Santos, um novo sistema de produção, interligado ao FPSO
Cidade de Saquarema, a ser instalado no campo
de Lula, área de Lula Central. Essa plataforma terá capacidade para
processar até 150 mil bpd de petróleo e comprimir 6 milhões de metros cúbicos
de gás. Outro grande sistema, conectado ao FPSO Cidade de Caraguatatuba, será
instalado no campo de Lapa, ainda no terceiro trimestre deste ano, com capacidade
para produzir até 100 mil bpd de petróleo e comprimir até 5 milhões de metros
cúbicos de gás por dia. Até 2020, estão previstos 12 novos sistemas de produção
no pré-sal da Bacia de Santos.
Conclusão e lesa-pátria:
Os dados são extraordinários a despeito de todos os
problemas. Especialmente aqueles sobre os custos de extração e US$ 8 por barril
no item 5.
Com estes custos divulgados pela Petrobras valores são
básicos, sem os valores dos royalties e PE, os gastos para escoamento e nem os
custos do dinheiro do investimentos para a produção. Só para efeito do
comparação, os menores custos de extração de petróleo do mundo são da Arábia
Saudita, com poços em terra e a baixa profundidade que fica entre US$ 4 e US$ 5
por barril. Assim, tirar petróleo no mar a mais de 200 km do litoral e grande
profundidade, de 4 mil, 5 mil ou mais metros de profundidade é um colosso.
É simplesmente isto que o Parente, o Serra e o Temer querem
entregar, abrindo mão que a Petrobras seja operadora única com 30%. E ainda pretende
fatiar a Transpetro, para vender os a malha de dutos, assim como parte da
estrutura de gás como comentamos em nota aqui no dia 02/06. Crime de
lesa-pátria!
7 comentários:
Acho que o crime de lesa patria ja foi cometido uma vez que após 60 anos de subsidio do Tesouro uma corja assalta e joga na lama todo o esforço nacional (subsidio). Se tem alguem querendo privatizar esse alguem é: TODOS AQUELES QUE ASSALTARAM A ESTATAL. Agora só resta privatizar ou deixar abandonado todo o maquinário no meio do oceano, pois não tem mais caixa para continuar sacando o petroleo....A não ser que o otário contribuinte volte a subsidiar via Tesouro/Bndes de novo. Nasceu torta, vive torta e está morrendo torta pois ficou com a exclusividade da pesquisa,lavra e refino tendo por isso eliminado toda competição do setor....ai o erro !!!! Para ela nascer matou as já vivas -Ipiranga/Manguinhos e etc - mas com isso ela perdeu agilidade e agora morre junto e mata toda a economia nacional pois leva junto 12% do setor....pegamos o mau caminho....
Isso sem dúvidas, meu amigo, é entregar o ouro (negro) para os bandidos e saqueadores das riquezas alheias do mundo, as 7 irmãs.
É incrível como existem cegos com visão! Para quem roubou não tem jeito: é cadeia! Mas, ainda relativo ao primeiro comentário, você deveria saber que existe o outro lado, cito um deles, ou seja, a Petrobras sempre foi avalista da dívida do Brasil junto ao FMI e, após a gestão de 2002 deixou de ser! Você sabia disso? Por favor, leia artigos internacionais também, inclusive o da OPEP e verifique se ela está sucateada! Mas tem que saber interpretar, desconstruido de preconceitos comuns e recentes, pois mesmo lendo este ótimo blog, você fez um comentário digno da grande mídia! Ahhhh... Continuamos com problemas mesmo no governo interino... Estão saindo pois, para ladrão só cadeia!
Pois é! É tão difícil assim perceber?
Nunca vi tanta baboseira junto.
O que endividou a Petrobras foi um plano insano de produção de 6.5 milhões de barril dia. Isso para o país entrar para a OPEP antes de 2018... por que será? Abrir tantas frentes de obra, além de sua capacidade de gerenciamento e inflacionando o mercado por excesso de demanda. Isso para não falar em sobrepreço, aditivos contratuais e outras manobras acobertadas por corrupção. O pré sal é uma riqueza e os custos de produção estão cada vez menores. Há reservatórios que a produção de 3 ou 4 poços enchem um FPSO de 150.000 barris dia.
Caro Masetti,
Suas questões remetem a um interessante debate que foge à maioria das repetições do mesmo de sempre acima.
Entendo e concordo em parte com a observação de que o plano de produção, estruturado a partir dos Planos Estratégicos quadrianuais tenham sido, não ousados, mas não consideraram a hipótese do ciclo petro-econômico e ao fato de que o mercado do petróleo nunca tinha vivenciado antes um período tão grande de preços constantes acima dos US$ 100, o barril, entre 2011 e 2014.
A meu juízo isto não tem nada a ver com interesses em entrar na Opep. Com a produção que temos se quiséssemos poderíamos entrar para a Opep, apesar de que nós consumimos grande parte do que extraímos. O que exportamos é pouco. Mas, isto não tem relação com o porte e volume do plano de expansão em diversas áreas desde up-stream, midi-stream a down-stream.
A capacidade de gerenciamento era difícil sim, até porque durante os mandatos anteriores a área de engenharia foram desestruturadas e tudo era feito fora. Mas, isto era possível, um problema a ser enfrentado. Porém, você tem razão, a ampliação da quantidade de projetos, abriu brechas para o esquema de desvios que já haviam.
Mesmo que se tenha que condenar todos, absolutamente, deve-se saber que proporcionalmente, eles não são diversos do aquilo qe o setor pratica, em estatais, ou em empresas de petróleo no setor privado. Com exceções que existem e confirmam a regra e não o inverso.
Sem a direção que se teve o pré-sal não teria sido descoberto pela Petrobras para a Nação. Com outra direção, o pré-sal teria sido área leiloada para as petroleiras de fora, com gente com a nossa expertise descobrir. isto é fato.
Assim, como o colossais resultados sobre os inimagináveis baixos custos de extração e a sua extraordinária produtividade de poços com produção de 40 mil barris/dia. Vários.
Ajustar tudo isto diante do ciclo petro-econômico é possível. Entregar tudo de bandeja é crime de lesa-pátria, repito.
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