Segue o fatiamento para a venda em partes da Petrobras e subsidiárias. Nesta quinta (28/07) foi o bloco BM-S-8 no Pré-sal da Bacia de Santos vendida à petrolífera estatal norueguesa Statoil por US$ 2,5 bilhões. Um filé!
Também nesta 5ª feira em fato relevante foi anunciada pela diretoria da Petrobras a "condução de negociações exclusivas" com a mexicana Alpek para a venda de participação na Companhia Petroquímica de Pernambuco (PetroquímicaSuape) e na Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe). Há pouco tempo foi vendida 49% da Gaspetro para a japonesa por R$ 1,9 bilhão.
Além disso, segue a venda em águas rasas de um conjunto de 9 campos, 5 em Sergipe e 4 no Ceará, de produção de petróleo e gás no Nordeste. A Petrobras está vendendo o direito de exploração, desenvolvimento e produção.
A BR Distribuidora também está sendo afiada para a venda. A malha de gasodutos do Sudeste com 2,5 mil km está no prelo da liquidação.
Tudo isso na época de baixa do ciclo do petróleo e com os valores depreciados também pelo câmbio. Resta saber o que poderá sobrar.
Colocando na ponta do lápis os prejuízos em pouquíssimo tempo serão muito maiores do que as ladroagens feitas pelos desvios com a Lava Jato. Estas vendas podem ter legalidade, mas nunca serão legitimadas pela população.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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11 comentários:
Bom, pelo que entendi, a venda destes ativos, como o senhor diz, será muito mais danosa do que "as ladroagens feitas pelos desvios com a Lava Jato".
Entendo.
O andar de cima, ou os dirigentes, ou ainda os controladores (aqueles que nomeiam os dirigentes) da estatal petrolífera impuseram à sociedade uma espécie de "ladroagem" virtuosa. Uma ladroagem que objetiva o bem estar comum. Das pessoas comuns.
Ok. Me rendo. Concordo com o senhor. Que se roube, mas por uma boa causa.
Mas.... fico pensando... que diferença isto tem do "rouba mas faz"?
Que bom Professor... A BR e o Pais não tiveram competência administrativa...só se pensou em corrupção. Os royalties serão os mesmos. A Statoil terá interesse em contratar os nativos, como ela já faz...será bom para economia, muitos profissionais serão contratos por essa nova engrenagem. Botem na balança quanto é um salário pago pela BR à um funcionário e quanto é pago pela Statoil pelo mesma função, a diferença é gritante. Parabéns à Noruega IDH #1.
O problema aqui é político, como o país é culturalmente corrupto, têm mesmo que abrir o capital para o mercado externo, pois se $$$ fica aqui, o dinheiro vira doação para campanha ...Quem lembra quando foi quebrado o monopólio da telefonia? SÓ melhorou! Que seja assim com os correios, com a energia e etc.
Quando os filhos dos nossos filhos tiverem um comportamento menos corrupto, talvez a coisa melhore. Por hora é o melhor que a BR faz, ainda terá 44%.
Pra quem pensa que estamos entregando nossos recursos ao capital estrangeiro, pare para pensar que o estado do Rio está FALIDO, que possamos ter inteligência para usar o dinheiro gerado nesses royalties futuros. Que Deus nos abençoe.
Os argumentos são sempre os mesmos. Insuficientes para explicar o entreguismo e a visão colonizada.
Vamos ao primeiro. Neste caso não é só uma questão de posição política distinta. E mesmo ideológica. Há ainda má fé caraterística dos entreguistas.
A nota deixa clara a sua posição contra os bandidos que vinham roubando a empresa. Não só mais recentemente e de forma seletiva, mas desde sempre.
Isto é característico do sistema. Assim como a sonegação. Estes esquemas com as empresa é antigo e está ligado ao controle que o poder econômico quer fazer da política, onde se finge um sistema democrático e de igualdades nas disputas.
Os desvios do mensalão mineiro e do trensalão paulista, o Suiçalão do HSBC, a sonegação com os trustes e offshores da Globo, Bradesco e cia estão aí a comprovar o que evidentemente não está na mídia comercial que vive do mesmo dinheiro que sustenta o sistema.
Assim, na verdade o rouba, mas faz vem de há muito tempo e precisa ser enfrentado sim, mas sem seletividade. Ainda assim, os desvios são imensamente menores do que estes "desvios legais" que gente do mercado que vai para a estatais fragmentá-las e entregá-las aos seus patrões como faz o Parente na Petrobras. O resto é lorota do cotidiano da Globo e Veja.
O segundo, (mesmo com nomes inventados) traz inverdades no seus argumentos que são limitados em termos de compreensão daquilo que representa a indústria do petróleo como eixo de desenvolvimento de uma nação.
Avaliar que são só os royalties o direito do país é não entender nada da macroeconomia que envolve o setor. Sua capacidade de arrasto. A possibilidade de desenvolver a indústria como um todo e não apenas deixar à nação alguns tributos, royalties e outras participações governamentais. Seguindo assim não seremos mais do que a Nigéria ou Angola.
O próprio caso da Noruega onde está a Statoil é simbólico. Hoje a Noruega é o país depois dos EUA a ter mais empresas de serviços de engenharia operando no Brasil. Isso só foi feito por conta da sua Política de Conteúdo Local que se tentou fazer no Brasil e os liberais junto com as petroleiras estrangeiras querem detonar. Sem industrialização local os empregos gerados aqui serão limitados e de menor valor e qualidade em termos de remuneração.
Mais, a Statoil é uma estatal e pratica na Noruega o que não faz aqui. Lá não há terceirizações. Até o pessoal de hotelaria é funcionário direto da estatal.
Esta visão colonizada não resolve o problema da nação. Não é preciso nos fecharmos às cadeias de valor, mas para isso é preciso pensar a nação.
Esta conversa das telecomunicações como exemplo é uma balela que não se sustenta. Temos uma das tarifas mais caras do mundo. O setor é oligopolizado, muito perto do monopólio estatal de antes. As operadoras de telefonias são as campeãs em reclamação em todos os procons do país.
A comparação com o quadro anterior não é cabível porque o avanço da tecnologia e mesmo a telefonia digital quando estava chegando em todo o mundo, aqui já encontrou a telebras privatizada, vendida com dinheiro financiado pelo próprio governo através do BNDES.
A participação nacional ficou nas mãos das elites que assim defendem este modelo em que ficam "pendurados" nos capitais de fora, que por isso defendem entregar tudo para qualuqe rum de fora, desde que deixem o seu percentual e neste caso é pior dos que os baruscos e cerverós da vida, porque os streinbucks ou os Jereissati, querem percentuais de 15%, 20%, etc.
E de quem estes são aliados na política? Do Cunha, do Serra, do Temer e destes que vivem para fazer no campo da política o que deseja a elite econômica.
HG aguardo para discutir no Face onde esta nota está repercutida.
Seria mais honesto do que ficar inventando fakes.
Definitivamente o senhor parou no tempo...
Parabéns professor!
Muito bem colocado os exemplos de Angola e da Nigéria. Essas empresas chegam (não falando somente da Statoil, mas principalmente das privadas como Shell, Exxon, Chevron, etc), levam o petróleo, deixam a degradação do meio ambiente e depois quem tem que conviver com isso é quem fica.
Se realmente as marionetes que só assistem a Globo e lêem a Veja, se os pseudo administradores hiper-mega-plus, estivessem pensando no Brasil como nação, exigiriam contrapartida: querem explorar o Pré-sal, então terão que refinar esse petróleo aqui nesta nação tupiniquim.
Fazer como a Petrobrás, que vai lá na região norte do Brasil e distribuí petróleo, glp.
Mas brasileiro é sempre assim, aplaudem a entrega e quando se derem conta, todo o ouro já foi levado, como foi no passado. E o que fica? Miséria, sub-desenvolvimento.
Acham bonito idh#1. Acham legal a Suíça um dos maiores produtores de café solúvel, sem ter um só pé de café plantado. Acham lindo a Alemanha, um dos maiores produtores de chocolate, sem ter um só pé de cacau.
Temos hoje a oportunidade de sermos uma das maiores economias de mercado, com a cadeia de petróleo, assim como poderia ser com o aço. No entanto, enquanto a maioria da população tiver essa mentalidade de 3° mundo, não sairemos de lá .
Segue jogando pérolas aos porcos, meu caro...Tenho evitado comentar essas asneiras. Não vale a pena, definitivamente, não vale.
E não é porque se trata de opinião divergente, mas pela total ausência de argumentos que ultrapassem esses chavões midiotas.
Alguém já disse, e eu não me recordo quem, que ser de direita acaba emburrecendo o cabra...talvez pelo fato de que a hegemonia proporcionada pela mídia comercial acabe por facilitar a propagação dessas (m)idiotices do senso comum.
Eles acabam por negligenciar a busca de dados para a construção de algum conceito válido.
Mas se você continua com paciência, boa sorte...
Excelente resposta do Professor. Será que assimilaram alguma coisa?
Tenho uma dúvida. Neste leilão já vigora o regime de partilha?
Esse ativo é ainda do regime de concessões dentro dos que existem na Bacia de Santos, apesar só ter previsão de iniciar a produção entre 2020 e 2023.
Para especialistas o campo de Carcará é uma das maiores descobertas do pré-sal já feitas pela Petrobras. As reservas devem ainda maiores do que as estimadas, porque elas se encontram possivelmente acima de outras reservas, onde as rochas quando rompidas devem indicar a presença de ainda maior quantidade de óleo e gás. Além disso, geólogos dizem que o petróleo é de excelente qualidade.
Com a unitização de toda a área, condição que a Statoil estabeleceu para fechar a compra, a empresa norueguesa se junta à Petrobras e Shell como grandes players com pés fincados na nova fronteira de produção do petróleo, no pré-sal no litoral brasileiro.
Pressão deste campo 10000 psi trem doido
Tudo isto gera uma tremenda frustração, ver todo esforço realizado no desenvolvimento e pesquisa pela PETROBRAS e SEUS técnicos, para se detectar a existência desta ENORME riqueza, que poderia e deveria alavancar o Brasil em prol dos brasileiros. O que temos, a elite econômica e política literalmente ROUBA o povo brasileiro pelo GOLPE de estado, não bastasse ROUBA nossa riqueza natural, assim. Um ladrão que nos assalta a mão armada, é mais honesto do que estes que estes que vendem o país para se locupletar. Muito triste, nojento mesmo. Saco cheio de golpista!
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