A petroleira Shell comprou ativos de petróleo pelo mundo e retoma projetos caros antes paralisados. Seu maior investimento foi a aquisição da petroleira britânica BG por US$ 60 bilhões, exatamente por conta dos poços e campos de petróleo que que esta possuía na Bacia de Santos.
No último dia 26/07, eu comentei aqui, que até a combalida BP, a petroleira inglesa, aquela do derramamento no Golfo do México, EUA e que ainda paga US$ bilhões de indenizações, informou seus novos investimentos de Gás Natural (GN) na Índia e outro em campo de águas profundas Mad Dog, no Golfo do México e um terceiro grande projeto em Trinidad e Tobago.
Também comentamos aqui no blog, no dia 22/07, que a gigante Exxon Mobil (Esso) comprou a InterOil, empresa do mesmo setor de Papua Nova Guiné, na Oceania, uma nova fronteira exploratória, em negócio de mais de US$ 2,5 bilhões.
A petroleira americana Chevron (Texaco) também adquire novos direitos de exploração de petróleo pelo mundo.
Fonte: Veja aqui. |
Ao lado tabela sobre as maiores reservas descobertas no mundo desde 2008, publicada no artigo "A ampliação da fronteira de exploração petrolífera no Brasil é parte da geopolítica da energia: oportunidades e riscos de inserção global em meio às novas territorialidades regionais e ao desafio da abundância na economia dos royalties no Estado do Rio de Janeiro" (artigo completo aqui) de autoria deste blogueiro e publicado na revista Espaço e Economia em 2015.
O primeiro furo para se achar o pré-sal custou US$ 350 milhões. Atualmente, com o avanço da exploração no pré-sal e o barateamento dos custos, decorrente da sobre oferta de sondas de perfuração de petróleo no mundo o custo de um furo já caiu para US$ 70 milhões.
É esse filé e a preço de “feirão” que a Petrobras controlada pelos “sabidos do mercado” vende quando todas as grandes petroleiras estão comprando áreas e campos já descobertos (em nenhum risco) e já em produção.
Não há desculpas e nem explicações para este movimento. Enquanto por aqui se tenta vender tudo e de qualquer maneira, lá fora, as petroleiras privadas correm atrás de novas fronteiras exploratórias, já de olho no novo ciclo petro-econômico que os “entreguistas” fingem não reconhecer.
As petroleira privadas controlam apenas 10% das reservas provadas de petróleo do mundo. Assim, é mais fácil e muito mais barato adquirir a preços baixíssimos a reservas descobertas pelas petroleiras estatais.
Até algumas estatais petroleiras, como é o caso da norueguesa Statoil, preferem pegar o filé já desossado, da mesma forma que as petroleiras privadas seguem atrás das novas fronteiras exploratórias potencialmente grandes como o pré-sal.
Todas focam em novos ativos de olho num novo ciclo. Aqui, os “gênios do mercado” fazem o que se poderia esperar deles entregar tudo e depressa.
Volto a repetir não é preciso ser especialista para enxergar a entrega fatiada da joia da coroa em crime de lesa pátria deste ‘feirão da Petrobras”, onde o legal é ainda mais danoso que o ilegal. Ambos necessitam ser punidos. A nação irá reagir!
PS.: Atualizado às 16:25 e 17:14: Para incluir no texto um gráfico com as reservas de petróleo por empresas. A fonte das informações é o PESD: Program on Energy and Sustainable Development – Stanford University. Para incluir tabela sobre as maiores reservas do mundo desde 2008.
PS.: Atualizado às 14:20, 14:32, 14:40 e 15:00 em 31/07/2016 e 12:24 de 01/08/2016: Veja abaixo a lista (produzida pela Forbes com dados de 2015) das petroleiras que mais produzem petróleo no mundo. Da lista das 21 maiores players do setor, só 4 são privadas (Esso, Shell, Chevron e CoocoPhillips), as outras 17 são petroleiras estatais como a Petrobras (correção, antes saiu digitado 17 privadas). Em 2015, a Petrobras estava na 14ª posição, hoje já está próxima da 12ª colocação.
1- Saudi Aramco – 12 milhões boepd
2- Gazprom – 8,3 milhões boepd
3- National Iranian Oil Corp. – 6 milhões boepd
4- Exxon Mobil – 4,7 milhões boepd*
5- Rosneft – 4,7 milhões boepd
6- Petrochina- 4 milhões boepd
7- BP – 3,7 milhões boepd
8- Shell – 3,7 milhões boepd*
9- Petroleos Mexicanos – 3,6 milhões boepd
10- Kuwait Petroleum Corp. – 3,4 milhões boepd
11- Chevron – 3,3 milhões boepd*
12- Abu Dhabi National Oil Co. – 3,1 milhões boepd
13- Total – 2,5 milhões boepd
14 – Petrobrás – 2,4 milhões boepd
15- Qatar Petroleum – 2,4 milhões boepd
16- Lukoil – 2,3 milhões boepd
17- Sonatrach – 2,2 milhões boepd
18- Iraq Ministry of Oil – 2 milhões boepd
19- PDVSA – 2 milhões boepd
20- ConocoPhillips – 2 milhões boepd*
21- Statoil – 2 milhões boepd.
* Petroleiras privadas.
Outra observação importante que explica o interesse da norueguesa Statoil que tem menor produção que a Petrobras (21ª colocada) no que diz respeito às participações governamentais sobre a produção.
Entendamos sobre participação governamentais, os royalties e os diversos tributos arrecadados pelo estado. No Brasil, em 2015, o percentual total sobre a produção destas participações atinge 13%. Na Escócia é mais que o triplo de 42,5%.
Isso explica a posição da estatal petroleira Statoil. Além da produção no Mar do Norte estar em declínio, a exploração e produção por lá gera menos retorno líquido do que aqui no Brasil, onde os tributos são menores.
Aliás, isso fica claro na entrevista do presidente da Statoil no Brasil no Brasil (O Globo de 30/07), Pál Eitrheim, disse que a empresa quer ampliar sua atuação no Brasil, pretendendo ir além da compra da participação da Petrobras (66%) no campo de Carcará adquirindo as quatro áreas adjacentes a este campo, no processo que ficou conhecido como "unitização". Disse ainda: "Carcará é a maior descoberta de reservas de petróleo feita nos últimos anos no mundo. O Brasil é o país mais importante para os investimentos da Statoil fora da Noruega".
Assim, é possível entender como no mundo inteiro se dá a disputa entre Estados e petroleiras pela renda petrolífera. A grande maioria dos países exportadores os Estados controlam as suas reservas, assim como a produção petrolífera. Nestes países predominam os regimes de monopólio, partilha de produção e prestação de serviços e não os de concessão.
Outra observação importante que explica o interesse da norueguesa Statoil que tem menor produção que a Petrobras (21ª colocada) no que diz respeito às participações governamentais sobre a produção.
Entendamos sobre participação governamentais, os royalties e os diversos tributos arrecadados pelo estado. No Brasil, em 2015, o percentual total sobre a produção destas participações atinge 13%. Na Escócia é mais que o triplo de 42,5%.
Isso explica a posição da estatal petroleira Statoil. Além da produção no Mar do Norte estar em declínio, a exploração e produção por lá gera menos retorno líquido do que aqui no Brasil, onde os tributos são menores.
Aliás, isso fica claro na entrevista do presidente da Statoil no Brasil no Brasil (O Globo de 30/07), Pál Eitrheim, disse que a empresa quer ampliar sua atuação no Brasil, pretendendo ir além da compra da participação da Petrobras (66%) no campo de Carcará adquirindo as quatro áreas adjacentes a este campo, no processo que ficou conhecido como "unitização". Disse ainda: "Carcará é a maior descoberta de reservas de petróleo feita nos últimos anos no mundo. O Brasil é o país mais importante para os investimentos da Statoil fora da Noruega".
Assim, é possível entender como no mundo inteiro se dá a disputa entre Estados e petroleiras pela renda petrolífera. A grande maioria dos países exportadores os Estados controlam as suas reservas, assim como a produção petrolífera. Nestes países predominam os regimes de monopólio, partilha de produção e prestação de serviços e não os de concessão.
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