A Apple, mesmo com sua legião de clientes, perde dia a dia, o espaço para a Samsung, no mercado, ainda ascendente, de smartphones no mundo.
No 2º trimestre de 2016, a Samsung já tinha quase o dobro da Apple: 22,3% x 13%. Os iphones da Apple caíram mais 7,7% em vendas, num mercado que cresceu 4,3%.
Outros fabricantes asiáticos somados têm hoje a maior parte do mercado mundial, num setor em que os usuários de celular migram progressivamente para os smartphones, que possibilitam o acesso aos aplicativos com uso da internet.
No Brasil, o uso dos smartphones dobrou nos dois últimos anos, em substituição aos antigos celulares. Hoje, eles representam cerca de 40% de todos os celulares usados.
Contribui fortemente para isso, o uso do aplicativo WhatsApp. Uma parte maior da população quer ser incluída nestes grupos de comunicação.
Segundo pesquisa feita pelo Ibope, por encomenda da Qualcomm a diversão é o principal uso com 57%, contra 24% para trabalho. As redes sociais são acessadas por 75% dos usuários, mesmo percentual dos que valorizam os smartphones para tirar fotos.
Estes pequenos aparelhos mudaram a forma como as pessoas convivem na sociedade moderna. Há bônus e ônus em proporções significativas para o uso e o não uso. As pessoas ficaram mais perto ou mais longe?
Há uma estranha sensação que aquelas que estavam perto se distanciaram, enquanto as que estavam longe se aproximaram. Uma minoria percebe isto, porque está enormemente ocupada com as conversas que acabaram com o tempo que usavam para refletir sobre a realidade que que vivemos.
De toda sorte, ainda é muito cedo para avaliações sobre a sociedade que sai desta inovação, que como outras, passa por ciclos de boom e de colapso. Adaptação e superação.
Pensar e refletir sobre estes caminhos poderia ajudar a pensar o desenvolvimento e o uso das tecnologias a favor da civilização, em meio às contradições e paradoxos.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
1) Sistema IOS (Apple) é um sistema "fechado", pois precisa ser homologado e regulado (palavrinha adorada por quem idolatra Estado) pela Apple.
2) Sistema Android (Google) é um sistema de código "aberto", ou seja, quem deseja empreender nesta área é livre para buscar as ferramentas e conhecimentos necessários para a criação de aplicativos para tal sistema.
3) Mesmo com uma "flexibilização" no rigor da Apple, que fez crescer exponencialmente o número de aplicativos disponíveis, o Android ainda lidera com uma margem de 200.000 aplicativos a mais que o concorrente.
4) A sociedade que "sai desta inovação" é obviamente uma sociedade mais fortalecida, com informações em tempo real.
A prova é a convergência da ascensão do uso da Internet móvel aliado a smartphones cada vez mais baratos (concorrência? livre mercado?) e poderosos (concorrência? livre mercado?).
Quando se cruzam a ascendência dos seguintes dados: Uso de Internet móvel x criação de redes sociais (Twitter, Facebook, Instagram, etc.) x facilidade de obtenção de informações, percebe-se claramente porque a partir de 2010 teve-se início à chamada "Primavera Árabe" onde foram depostos ditadores ou dinastias governantes de longa data, décadas até.
Aqui no Brasil ficou evidente o fortalecimento da sociedade informada, quando em 2013 a população experimentou a rápida popularização dos smartphones (antes exclusivos a quem podia pagar mais de R$ 3.000 num destes aparelhos na época). Quando as esquerdas promoveram os protestos de "Mais Mudanças" não contavam com uma adesão em massa de cidadãos críticos do sistema político então vigente, que promoviam Copa e Olimpíadas sem nenhuma contrapartida na melhoria da saúde, educação e até da situação dos aposentados. Ali se protestava contra quase todos os assuntos possíveis.
5) Obviamente o indelicado comportamento da maioria das pessoas que ficaram viciadas no aparelhinho, que prejudica (e muito) a convivência social é responsabilidade de cada um, de perceber isso. Mas já vi isso de perto quando da popularização da TV nos anos 70, quando membros da família pediam silêncio quando assistiam à TV. Depois vieram os vícios "Tamagoshi", "minigames", "walkman", etc... Tudo que é novo desperta curiosidade e disputam atenções. Mas todos sobreviverão.
6)Faço a leitura do trecho "pensar o desenvolvimento e o uso das tecnologias a favor da civilização, em meio às contradições e paradoxos" como: "O governo deveria limitar e regular o uso destas tecnologias, como se faz na China e em Cuba." Porquê faço esta leitura? Simples: Não há onde se esconder! Governos não podem mais agir na surdina com o dinheiro público sem que alguém não saiba ou não divulgue. Simples assim!
7) A livre iniciativa, realizada por cidadãos livres, permitiram a explosão de variedades e utilidades de aplicativos.
8) A livre concorrência permitiu a queda dos preços dos aparelhos, antes dominada por Samsung e Apple e hoje compartilhada pela Motorola (ressuscitada pelo Google e recentemente pela Lenovo), Nokia (ressuscitada e morta pela Microsoft) e outras marcas menos cotadas.
Esta é a leitura que faço. Uma boa tarde.
Postar um comentário