Assim, Marx tentava demonstrar os limites que havia na teoria econômica clássica, em fazer análises baseadas em conceitos que representam visões que seriam mais idealísticas, que como tal se distanciam da realidade concreta, que se objetiva interpretar.
Mesmo com todos estes riscos, o quadro atual da economia política brasileira nos oferece contornos que parecem clarividentes. A realidade do "golpe político em curso no Brasil é fruto da elite político-empresarial contra a sociedade brasileira", como bem disse, Rodrigo Nunes, em artigo publicado aqui, no jornal espanhol El País, no dia 10 de agosto de 2016, com o título e subtítulos: "A guerra de mentira está chegando ao fim - Vai começar um mandato-tampão para aplicar uma agenda draconiana sem se preocupar em submetê-la às urnas".
[1] Conceito encontrado em MARX, Karl. O Método da Economia Política: Para a Crítica da Economia Política.
Mesmo com todos estes riscos, o quadro atual da economia política brasileira nos oferece contornos que parecem clarividentes. A realidade do "golpe político em curso no Brasil é fruto da elite político-empresarial contra a sociedade brasileira", como bem disse, Rodrigo Nunes, em artigo publicado aqui, no jornal espanhol El País, no dia 10 de agosto de 2016, com o título e subtítulos: "A guerra de mentira está chegando ao fim - Vai começar um mandato-tampão para aplicar uma agenda draconiana sem se preocupar em submetê-la às urnas".
Pois bem, a partir destes dois considerandos, observemos como a realidade trazida pela informação do artigo da jornalista, Raquel Balarin, hoje (24/08), P.A2, no Valor, com o título "Juro? Não. Banco quer reforma trabalhista" reforça a evidência empírica, com provas reais, que demonstram como a elite econômica passou a controlar diretamente o estado, através do processo golpista, para atingir e retirar direitos da sociedade brasileira.
Como eixo central de seu artigo a jornalista informa que nas tratativas palacianas dos executivos do mercado, já deixaram de ser apenas sobre ajuste fiscal, câmbio, privatizações, previdência e retomada das concessões. Balarin diz que "nem todo mundo sabe é que na pauta de alguns dos principais bancos brasileiros não está a taxa de juro elevada... um dos assuntos que mais têm dado dor de cabeça às instituições financeiras é o trabalhista. Em um grande banco do país, o número de ações trabalhistas corresponde a três quartos do total de funcionário".
Balarin vai adiante: "cansados de brigar nos tribunais, as instituições financeiras passaram a trabalhar ativamente na proposição de mudanças na legislação atual. Com o crescimento da taxa de desemprego nacional para 11,3%, alcançando 12% em São Paulo, onde estão sediadas algumas das maiores instituições, imagina-se que seja mais fácil aprovar uma reforma. A terceirização, prevista no Projeto de Lei 4.330, aprovado em abril do ano passado na Câmara e em tramitação no Senado, é uma das bandeiras dos bancos. Outra é a permissão para que os acordos definidos em convenção prevaleçam sobre a legislação".
Mais claro impossível. O que nos informa a jornalista da mídia que reproduz o pensamento e as intenções da elite econômica e dos seus bastidores com as negociações e pressões sobre o poder político nacional, não deixa margens para outra interpretação que reforça a tese do Nunes de que " o golpe político em curso no Brasil é fruto da elite político-empresarial contra a sociedade brasileira".
Cessou o discurso para fora de que o crescimento da inclusão social e da base da pirâmide interessava também aos setores produtivos e aos "donos do mercado". A nação é cada vez mais pensada para poucos que iria no máximo até parte da classe média-média, se tanto.
Aos demais caberão a tarefa sustentar com seus trabalhados - quase escravizado - a Nação, na medida que percam as leis consolidadas que os protegiam, ficando pendurados apenas nestes falsos acordos de convenção que os banqueiros exigem dos governantes que a plutocracia colocou no poder com o golpe.
Aos demais caberão a tarefa sustentar com seus trabalhados - quase escravizado - a Nação, na medida que percam as leis consolidadas que os protegiam, ficando pendurados apenas nestes falsos acordos de convenção que os banqueiros exigem dos governantes que a plutocracia colocou no poder com o golpe.
Retornam assim, stricto-sensu, ao ritual do sistema com a nação dividida entre a elite e os precariados, que como sobrantes, restam viver nas periferias urbanas das cidades-partidas ao longo do país. A divisão não é regional.
As elites são as mesmas e controlam os espaços das cidades e estados enfrentando aqueles que demandam do estado, os serviços e as proteções que a classe dirigente - na economia dos mercados ou classe do poder político golpeado - insiste e tratora para não conceder.
Mais claro impossível. Haverá resistências.
[1] Conceito encontrado em MARX, Karl. O Método da Economia Política: Para a Crítica da Economia Política.
Um comentário:
O silêncio das ruas me incomoda.
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