Explicando: uma boa parte dos problemas que interessam à população pode ser melhor resolvido de forma integrada, com cooperação entre os municípios e não de forma concorrencial, como normalmente conhecemos, por conta das disputas políticas e pela indução da falha estrutural do federalismo brasileiro.
Não há porque esperar o governo estadual que há muito é omisso, tanto na formulação de diagnósticos, quanto, especialmente, na articulação para a elaboração de projetos comuns relacionados aos setores de saúde, educação, mobilidade, inovação, geração de empregos, etc.
Pensar, planejar e agir mais regionalmente e não exclusivamente de forma local, poderia ser um princípio para as novas gestões. Este intervalo entre a eleição e a posse, que é quando se pensa mais em projetos, o desenvolvimento desta concepção mais que necessária, entendo que fosse essencial às expectativas da população.
As políticas setoriais podem ser melhor desenvolvidas com uma concepção regional que local. Um pensamento espacial mais amplo dento do conceito de regiões, para além dos limites das cidades, pode oferecer pistas para enfrentar a crise de baixas receitas e altas demandas da população, especialmente neste momento de crise econômica estadual e nacional.
Alguns teóricos que valem ser observados e estudados insistem que se vive cada dia mais um processo de urbanização que é regional e não local. Assim a perspectiva de “Desenvolvimento Espacial Regional”, não apenas sob a dimensão econômica, mas social, ambiental e cultural devem ser pensadas, para o esboço e os debate sobre programas e projetos de interesse das comunidades.
É fato que os maiores fluxos de pessoas, materiais e comunicações levam a que cada vez mais as pessoas tenham começado a perceber – mesmo sem racionalizar - que hoje se vive mais nas regiões, e não, exclusivamente em suas cidades. Assim, é quase natural que anseiem por gestões que os favoreçam nesta linha.
Os dados sobre o que o IBGE chama tecnicamente de movimento pendular, que são as pessoas que diariamente se dirigem a outras cidades para trabalhar, estudar ou se relacionar é crescente e um dos mais significativos do país, segundo relatório divulgado no ano passado.
Assim, a compreensão desta necessidade não passa por elencar, tecnocraticamente, o que poderia ser feito. Isto seria fruto de debates mais amplos.
As gestões que pretendem ser voltadas para as pessoas e não para os sistemas, ou esquemas, este processo pode ser visto como uma construção gradual, mas firme. Desde que a concepção seja um princípio e não um atalho para resolver apenas uma ou outra questão, como a fórmula dos conhecidos consórcios. Eles ajudam, mas não bastam.
É certo que as assimetrias entre os municípios pesam na direção contrária. Municípios maiores em áreas e adensamentos populacionais têm mais dificuldades em se relacionar com a diversidade dos problemas dos municípios de menores proporções de gente, área e orçamento.
Assim, tem-se agora, um bom momento para o(a)s novo(a)s gestore(a)s municipais pensarem e agirem regionalmente, superando a velha competição e adotando a concepção de gestões colaborativas e de complementariedade.
Um comentário:
Um projeto que poderia ser levado a efeito, se os gestoras pensarem regionalmente, seria os municípios de São João de Barra e São Francisco do Itabapoana contribuirem (ou mesmo assumirem) as obras da ponte sobre o rio Paraiba do Sul. Ambos são os maiores interessados nessa obra. Até mês,o Campos poderia se juntar a eles para a conclusão secretaria obra
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