Em 1988 éramos apenas Campos, hoje somos os Campos dos Goytacazes.
Em 1988, a não existência ainda da regra do segundo turno permitiu que com pouco mais de 30% dos eleitores, a liderança jovem chegasse ao poder máximo na cidade, que ainda eram bem rural.
Em 2016, de forma similar, a redução da abastança dos royalties do petróleo na receita do município, foi decisiva para derrubar a velha liderança política, já no primeiro turno.
Nas finanças municipais que uma e outra liderança nova encontrou há situações bem diversas entre estes dois momentos. Em 1988, saindo da elaboração da nova Constituição Federal (CF), os municípios forma empoderados com novas receitas que geraram um orçamento crescente e com boas margens de investimentos.
Hoje, em 2016, o município vive o inverso com orçamento em declínio, menos parcelas dos royalties, poucas receitas próprias, dívidas e um passivo de demandas cidadãs tão grande quanto em 1989. E o pior, um costumeiro mau uso e costume com os recursos públicos da época de abastança que geraram obras e serviços absurdamente caros.
Em 1988, a liderança nova tinha perfil mais popular e propunha mudanças e a redenção das classes de menor renda, num discurso que acentuava o descaso dos anos do monopólio sucro-alcooleiro, base da liderança política antiga.
Em 2016, a liderança política que envelheceu em quase três décadas, deixou de representar aspirações das classes de renda mais baixas, desconfiadas com o perfil de permanente luta por um poder nas diferentes esferas. Isto tornou velho o discurso e a liderança foi se distanciando cada vez mais das necessidades dos representados.
Tanto em 1988, quanto em 2016, as antigas lideranças desdenharam a hipótese de perder o controle político que comandavam anos a fio. Da mesma forma, as expectativas e esperanças das lideranças novas foram desdenhadas e questionadas nos dois momentos.
Em 1988 e 2016 de forma similar, as estruturas de cargos comissionados eram e continua sendo entregues aos apadrinhados políticos.
Assim, neste quesito, o quadro não difere muito em termos de realidade, apesar do percurso do tempo, das novas legislações e regras que, em tese, passaram a proibir o nepotismo e o compadrio, que nem por isto deixaram de existir.
Também em tese o servidor público hoje seria apenas concursado, obedecendo a Constituição Federal de 1988. Mas a criatividade do exercício do poder fizeram surgir os terceirizados.
Em 1988, os buracos das ruas eram cobertos pelas máquinas próprias da prefeitura, organizadas pela estrutura do chamado “Triturador”, base operacional da PMCG, que funcionava ao lado do Cemitério do Caju e era relativamente eficiente, comparada aos custosos serviços feitos hoje pelas empreiteiras.
Os motoristas de caminhão eram da prefeitura, assim como os operadas de máquinas que também atendiam aos pequenos agricultores e a área rural. Na saúde, todo o pessoal era do quadro e mesmo que apadrinhados eles não geravam custos extras com que se tem hoje com a intermediação e a exploração sobre o trabalho das pessoas.
O mesmo na educação entre porteiros e merendeiras das escolas. Hoje eles engordam uma verba de custeio do orçamento quase insustentável em relação ao retorno que prestam.
A varrição das ruas era feita por servidores próprios e foram a base do discurso da liderança nova que garantiu contratação de gente dos próprios bairros. Elas seriam as “margaridas” que cuidariam do seu bairro, como cuidavam de suas casas.
Entre 1989 e 2016, a limpeza urbana cresceu como a complexidade da cidade, mas ao invés das margaridas dos bairros, quem passou a tomar conta foram as grandes empreiteiras.
As empreiteiras de pessoal e serviços passaram a contratar os campistas como terceirizados e com as indicações do poder político, tal como antes. Assim, além de explorados politicamente, eles passaram a fazer parte das folhas milionárias destas corporações que foram pouco a pouco corroendo os royalties do petróleo, em troca da varrição e ajardinamento dos canteiros de ruas e praças.
Decorridos quase três décadas, os desafios seguem em proporções similares. Os cidadãos campistas, também chamados de munícipes, continuam acompanhando a política crentes e descrentes quase na mesma proporção.
Em 2016, a liderança política que envelheceu em quase três décadas, deixou de representar aspirações das classes de renda mais baixas, desconfiadas com o perfil de permanente luta por um poder nas diferentes esferas. Isto tornou velho o discurso e a liderança foi se distanciando cada vez mais das necessidades dos representados.
Tanto em 1988, quanto em 2016, as antigas lideranças desdenharam a hipótese de perder o controle político que comandavam anos a fio. Da mesma forma, as expectativas e esperanças das lideranças novas foram desdenhadas e questionadas nos dois momentos.
Em 1988 e 2016 de forma similar, as estruturas de cargos comissionados eram e continua sendo entregues aos apadrinhados políticos.
Assim, neste quesito, o quadro não difere muito em termos de realidade, apesar do percurso do tempo, das novas legislações e regras que, em tese, passaram a proibir o nepotismo e o compadrio, que nem por isto deixaram de existir.
Também em tese o servidor público hoje seria apenas concursado, obedecendo a Constituição Federal de 1988. Mas a criatividade do exercício do poder fizeram surgir os terceirizados.
Em 1988, os buracos das ruas eram cobertos pelas máquinas próprias da prefeitura, organizadas pela estrutura do chamado “Triturador”, base operacional da PMCG, que funcionava ao lado do Cemitério do Caju e era relativamente eficiente, comparada aos custosos serviços feitos hoje pelas empreiteiras.
Os motoristas de caminhão eram da prefeitura, assim como os operadas de máquinas que também atendiam aos pequenos agricultores e a área rural. Na saúde, todo o pessoal era do quadro e mesmo que apadrinhados eles não geravam custos extras com que se tem hoje com a intermediação e a exploração sobre o trabalho das pessoas.
O mesmo na educação entre porteiros e merendeiras das escolas. Hoje eles engordam uma verba de custeio do orçamento quase insustentável em relação ao retorno que prestam.
A varrição das ruas era feita por servidores próprios e foram a base do discurso da liderança nova que garantiu contratação de gente dos próprios bairros. Elas seriam as “margaridas” que cuidariam do seu bairro, como cuidavam de suas casas.
Entre 1989 e 2016, a limpeza urbana cresceu como a complexidade da cidade, mas ao invés das margaridas dos bairros, quem passou a tomar conta foram as grandes empreiteiras.
As empreiteiras de pessoal e serviços passaram a contratar os campistas como terceirizados e com as indicações do poder político, tal como antes. Assim, além de explorados politicamente, eles passaram a fazer parte das folhas milionárias destas corporações que foram pouco a pouco corroendo os royalties do petróleo, em troca da varrição e ajardinamento dos canteiros de ruas e praças.
Decorridos quase três décadas, os desafios seguem em proporções similares. Os cidadãos campistas, também chamados de munícipes, continuam acompanhando a política crentes e descrentes quase na mesma proporção.
Acreditando que o quadro possa se alterar, mas também guardando bem no fundo d´alma, uma desconfiança dos risco de que tudo pode mudar, para ficar mais ou menos do jeito que já era antes, apesar da modernidades dos dias atuais, das conversas em rede online e das dezenas de bilhões dos royalties que durante um bom tempo jorraram nossas terras, pouco chegando à nossa gente.
Ainda assim, é necessário acreditar e cobrar. Isto faz parte do exercício da cidadania e da democracia quem terá sempre na política, a melhor de mediar o atendimento à aqueles que mais precisam de uma boa atuação dos representantes eleitos.
Espera-se um governo que deve ser planejado e voltado para aqueles que mais precisam da boas políticas públicas. Sigamos em frente!
PS.: Atualizado às 18:50 de 28/10 para corrigir o título que havia saído como 1998 e não a 1988, a partir de observação feita no comentário do Alex que o blog agradece.
Ainda assim, é necessário acreditar e cobrar. Isto faz parte do exercício da cidadania e da democracia quem terá sempre na política, a melhor de mediar o atendimento à aqueles que mais precisam de uma boa atuação dos representantes eleitos.
Espera-se um governo que deve ser planejado e voltado para aqueles que mais precisam da boas políticas públicas. Sigamos em frente!
PS.: Atualizado às 18:50 de 28/10 para corrigir o título que havia saído como 1998 e não a 1988, a partir de observação feita no comentário do Alex que o blog agradece.
2 comentários:
Um monte de otários, pobres de direita!!! Cresceram no no governo do PT tiveram sua condição de formação educacional melhorada no governo Lula através do Fies, Prouni, Enem e etc... Hoje vejo um monte de pobres de direita midiániticos que deixaram a rede globosta mudarem sua opiniões. Torceram pra Dilma cair, e vão sentir na alma a mão pesada do GOLPISTA Temer regaçar o povo. Pobres de direita acham que Aécio é um anjo. Triste senário político, um monte de pessoas que vivem com a cara no Whatsapp e Facebook e nunca tiveram interesse por política e agora acham q sabem de tudo porque a Globo junto do GOLPISTA falou que o PT é o único partido corrupto nesta situação.
Não voto mais nesta república que não respeita meu VOTO!!!...
E que venha um futuro melhor para Campos, com gastos e investimentos honestos.
Professor, o ano no título consta 1998 ao invés de 88.
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