terça-feira, outubro 25, 2016

Projeto portuário em Macaé (Terpor) é ampliado ainda em fase de licenciamento

O projeto do Tepor (Terminal Portuário de Macaé) previsto para ser implantado no bairro de São José do Barreto, no norte de Macaé, próximo à Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) de Cabiúnas da Petrobras voltou à tona.

O projeto muito questionado por moradores e organizações ambientais do município pelos impactos em área urbana que causaria, depois de audiências públicas conturbadas recebeu em junho a licença prévia ambiental (LP) do governo estadual. Logo após o Ministério Público Estadual voltou a fazer questionamentos sobre o projeto e sobre a concessão da licença prévia (LP).

O projeto nasceu em 2012, numa negociação que envolvia a preifeitura e o grupo Queiroz Galvão. Depois, o mesmo passou ser conduzido exclusivamente pela empresa EBTE Engenharia, por meio de uma empresa subsidiária, a BR-Rio Engenharia Especializada.

É desta forma que o site PetroNotícias publicou hoje, na íntegra, um release da Assessoria de Comunicação da EBTE informando sobre os seus planos de ampliar o uso do terminal portuário, para outro "multiuso" e para "graneis líquidos".

O projeto original previa um investimento de R$ 1,3 bilhão, utilização de uma área de 400 mil metros quadrados, uma ponte de 1,6 mil metros de extensão, um quebra-mar e uma plataforma de apoio, onde serão construídos berços para atracação de embarcações de apoio offshore (supply boats).

Os instituidores pretendem ainda ter autorização para trabalhar com unidade flutuante de gás natural, certamente, buscando tirar proveito com a proximidade com o polo de processamento de gás natural de Cabiúnas da Petrobras. 

É certo que a resistência dos moradores e ambientalistas aumentará, mas também fica claro que a especialização que a Macaé tende a assumir mais ligado à atividade do gás natural, considerando que é a própria Petrobras que a afirma que o município é o maior polo de processamento de gás natural do país.

De certa forma, há vínculo entre esta informação e a outra que o blog publicou ontem, aqui, sobre o Porto do Açu estar projetando um ramal de gasoduto entre Campos e o Açu.

O fato reforça a interpretação que apesar da fase de colapso do ciclo do petróleo com os atuais baixos preços, os grupos empresariais seguem se movimentando para voltar a atuar num cenário de nova expansão do setor previsto para 2020. Evidente que estimuladas pela venda de parte do patrimônio da Petrobras.

Enfim, confiram abaixo o release da empresa - incluindo foto - sobre seus interesses com o projeto do Terpor em Macaé:


"Terminal Portuário de Macaé amplia área e terá terminais de apoio offshore, multiuso e de granéis líquidos"

"O Tepor – Terminal Portuário de Macaé vai ampliar sua área offshore. Além do terminal de apoio logístico ao segmento de petróleo e gás – o primeiro na cidade de Macaé (RJ) totalmente privado –, o projeto terá um terminal multiuso para cargas em geral e um terminal de granéis líquidos, capaz de receber unidades flutuantes de regaseificação. O Tepor ingressará no Inea (Instituto Estadual do Ambiente) com o pedido da alteração da licença ambiental Prévia (LP) obtida em junho, com a respectiva inclusão da ampliação na licença ambiental.

A estrutura offshore do Tepor será interligada à retroárea do terminal por uma ponte de aproximadamente 2,2 mil metros de extensão (a extensão anterior à ampliação era de 1.600 metros) e terá quebra-mar e plataforma marítima, numa área total de 280 mil metros quadrados. O terminal de apoio, com 12 metros de profundidade, vai contar com dez berços de atracação para supply boats e área para docagem e manutenção, enquanto o terminal multiuso, com 480 metros de cais e 18 metros de calado, poderá receber navios de longo curso, para transporte de cargas gerais, e também sondas e embarcações de variados tipos para manutenção e apoio.

Já o terminal de granéis líquidos terá dois cais específicos, de 400 metros de extensão e 18 metros de profundidade, capazes de receber até quatro navios simultaneamente. Além disso, o terminal poderá abrigar unidades flutuantes de regaseificação, o que irá permitir o recebimento de cargas de gás natural liquefeito (GNL) na região. Por isso, contará também com um gasoduto exclusivo para escoar o gás, bem como com dutos para escoamento de líquidos para a unidade de tancagem onshore.

O Tepor será instalado no bairro de São José do Barreto, no norte de Macaé, bem próximo à Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) de Cabiúnas, da Petrobras. Sua localização é estratégica para atender a projetos de Exploração e Produção (E&P) instalados nas bacias de Campos e de Santos.

Com investimentos previstos da ordem de R$ 2,2 bilhões, o Terminal Portuário de Macaé terá suas obras iniciadas em 2017, gerando mais de 1.100 empregos diretos e indiretos. O início da operação do Tepor está previsto para 2020, quando a expectativa é gerar, no pico, cerca de 7,5 mil postos de trabalho diretos e indiretos, sendo 800 apenas na gestão do terminal.

A EBTE Engenharia detém o controle acionário integral do Tepor desde março deste ano. O projeto começou a ser estudado em 2012 e atualmente vem sendo conduzido exclusivamente pela subsidiária BR-Rio Engenharia Especializada.

Atividades previstas na Retroárea

A parte onshore do Terminal Portuário de Macaé – Tepor ocupará uma área de 400 mil metros quadrados, onde serão construídos pátios para estocagem e armazéns alfandegados. Também será instalado um pólo para tancagem de derivados de petróleo, com capacidade para cerca de 300.000 m3. A exemplo da estrutura offshore, a retroárea poderá ser ampliada.

O Tepor é parte de um empreendimento intermodal conjunto do Grupo EBTE Engenharia, que conta ainda com o CLIMA – Complexo Logístico & Industrial de Macaé. Com 6,3 milhões de metros quadrados (sendo 4,15 milhões de m² de área privativa de terrenos, destinados a empresas e indústrias de variados setores econômicos, e 1,5 milhão de m² em áreas verdes), o CLIMA contará com um sistema exclusivo de captação, adução e tratamento de água, unidades de tratamento de esgoto e até um helicentro para helicópteros de grande porte. Além disso, terá grande oferta de energia elétrica e disponibilidade de gás natural.

O complexo será instalado em uma área altamente estratégica, localizada na RJ-168, a principal via de acesso a Macaé, dentro da Zona Industrial ZI4. O loteamento está a apenas quatro quilômetros da BR-101 e a cerca de cinco quilômetros da área urbana de Macaé."

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