Vendida a preço vil para os chilenos, foi controlada depois pelos espanhóis e, desde o último dia 11 de novembro passou a ser dos italianos da Enel, a concessionária de energia atende a cerca de 2/3 dos 92 municípios fluminenses.
Havia a promessa de eficiência. Hoje, é uma das campeãs em reclamação nos Procons. Altas tarifas e dificuldades para atendimento, especialmente com as centrais que controlam as manutenções com serviços terceirizados.
PS.: Atualizado às 21:58: O colaborador Diego em seu comentário chamou a atenção que a data de 20 anos atrás, freudianamente saiu digitado como 21 de novembro de 2016, ao invés de 21 de novembro de 1996*. Já corrigido.
PS.: Atualizado às 21:58: O colaborador Diego em seu comentário chamou a atenção que a data de 20 anos atrás, freudianamente saiu digitado como 21 de novembro de 2016, ao invés de 21 de novembro de 1996*. Já corrigido.
6 comentários:
Roberto, a ineficiência vai além e mata:
Recentemente (janeiro de 2016), em São Gonçalo, quatro pessoas da mesma família morreram em decorrência de eletroplessão causada pelo rompimento de um circuito por sobrecarga.
O sistema primeiro não protegeu os circuitos (deligando-os), e propagou o aumento de impedância por mais de 1km, e depois, não desligou quando rompido, quando as vítimas ficaram a mercê do cabo energizado.
Poderia parecer um caso isolado, mas eis que no espaço de dois meses depois, em Araruama e Rio Bonito, morreram mais quatro pessoas (duas em cada cidade), por incidentes semelhantes.
Antes, em meados de 2015, um ônibus chocou-se com um poste, o transformador caiu sobre o ônibus.
Tudo bem, afinal, o impacto do equipamento sobre o veículo não causaria mais que escoriações leves, junto com as escoriações advindas do choque com o ponto fixo (ônibus com o poste), mas o circuito também ficou energizado, e incendiou o ônibus, som saldo de nove mortos e oito feridos.
Diante da recorrência de eventos, a Delegada de Polícia entendeu que não mais se tratava de negligência, mas sim de um risco calculado e aceito, pois:
A mudança de parâmetros de desligamento-e-religamento ("parametrização") atende a demanda (econômica) de evitar a suspensão de fornecimento por longos períodos, até que uma equipe vá ao local (outra demanda "cara").
Para evitar multas da Aneel, opta-se por desproteger o sistema.
Para intimidar e mostrar força, já que o diretor presidente da AMPLA (Abel Rochinha e diretores) foram indiciados por homicídio quádruplo e um tentado, na forma dolosa (dolo eventual, quando assume intencionalmente o risco de produzir o resultado), compareceu a 73ª DP, Neves, o ex-governador e advogado Nilo Batista, um dos mais caros.
Disse em alto e bom som que as investigações policiais não prosperariam, mesmo com todos os laudos e depoimentos.
Resultado? Dias depois, um juiz decertou a anulação da portaria do Inquérito (algo jamais visto) e a anulação do indiciamento (algo mais raro ainda).
Na sua decisão o juiz tascou: "O inquérito avilta a dignidade humana"...(só esqueceu de mencionar a dignidade das vítimas)
Uai, e por que ele já processou e julgou tantos outros usando outros procedimentos (inquéritos) como peça de informação e suas provas?
Pois é...
Polícia só serve mesmo para perseguir os de sempre...
Um abraço.
Sim Douglas,
Os casos que vocês descreveu como exemplos mostram ainda um outro lado do descaso. A Cerj no estado tinha problemas sabidos, mas na proporção e o descaso com uma parte da população era diverso. Serve ainda para mostrar que vai se montando um estado para poucos.
E não se pode deixar de lembrar que se trata de serviço de monopólio (ou quase). Por que quem poderia gerar sua própria energia elétrica? Não há opção, ou é cliente da Ampla, agora Enel, ou fica no escuro e sem energia como o homem de Neandertal.
Em todo o mundo, os serviços concedidos (telefonia, estradas, energia, gás, etc) tendem ao monopólio ou oligopólios.
Frente a essa fatalidade, governos ao redor do mundo, justamente as matrizes do lixo ideológico privatista que nossos cretinos vomitam por aqui, aplicam por lá fórmulas e regras totalmente diferentes do que cagam para os outros (nós), e dotam as agências e órgãos de fiscalização de um poder de polícia efetivo, ou seja:
Não funciona, o Estado vai lá e tasca uma multa draconiana, e caso não paguem, as receitas são sequestradas até satisfação do débito. Caso haja reincidência de falhas, o Estado retoma o serviço ou entrega para outro e fodam-se acionistas e e/ou donos.
Aqui, judicializamos esses conflitos e penduramos as lides nas balelas do "direito do consumidor" e no judiciário mais caro e ineficaz do mundo, desde sempre sequestrado pelos poderosos, cujos juízes "moralistas" não coram de vergonha quando recebem "patrocínios" para seus "seminários" em resorts caríssimos, justamente daquelas empresas cujas ações julgarão.
Ao contrário do que acontece, vamos agora vender água e esgoto, e o mundo (inclusive a Inglaterra, pátria mãe do liberalismo - no cu dos outros) está (re)estatizando seus serviços nessa área sensível (fonte Carta Capital semana passada).
Apenas fazendo um adendo, prof. Moraes: no começo do post, o correto seria "Há 20 anos, em 21 de novembro de 1996" ao invés de "Há 20 anos, em 21 de novembro de 2016". Apesar de que os fatos atuais parecem repetições do passado; portanto, talvez a frase não esteja totalmente errada...
Obrigado Diego pelo alerta e correção. Ato falho, rs.
Marcio Maciel Andrade deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Há 20 anos entregaram a Cerj (depois Ampla) pela b...":
Negócio da China.
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