Interessante observar que quando é o governo que pretende mudar e adequar alguns contratos com empresas privadas e concessionárias, as mesmas reclamam, acusam o governo e vaticinam pela mídia comercial e partidária, que isto seria “rompimento de contratos” que gerariam instabilidades, etc. e tal. Porém quando são as empresas contratadas que querem fazer as mudanças, apoiadas pelos seus aliados políticos, a mídia comercial trata o caso como sendo de “adaptação contratual”.
O caso atual de concessão dos contratos dos terminais portuários no Brasil (entre vários outros) é exemplo interessante para se entender a situação, quando a mídia comercial e partidarizadas diz que “isto já é recorrente em diversos outros segmentos do Brasil, como o elétrico e as telecomunicações, ferrovias, rodovias e aeroportos também contam com a extensão de prazo para fins de reequilíbrio”.
Empresários e seus funcionários na mídia empresarial citam ainda os casos internacionais para justificar aquilo que pretendem, como se o esquema lá fora não fosse, como sempre, o paradigma para a colônia. Por aqui, outro destes vários casos é a generosidade do governo com os R$ 100 bilhões para as operadoras de telefonia.
De “quebra”, ainda vão colocar por terra as cláusulas dos contratos entre a Anatel e a operadoras, suspendendo as milhares de multas que somam outros R$ 20 bilhões, pelo mau atendimento, a mim e a você, que ficamos pendurados, em teleatendimentos e nos demos ao trabalho (jogado fora) de registrar as queixas, mostrando que a regulação é uma balela, quando o Estado está a serviço dos interesses das corporações.
E ainda há quem não queira entender a afirmação do grande historiador francês, Fernand Braudel, quando este afirmava que nunca haveria capitalismo sem um estado forte. E eu complemento um Estado (poder político): capturado e controlado cada vez mais pelo poder econômico, representado pelo sistema financeiro e pelas grandes corporações globais.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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2 comentários:
Olha só que engraçado, se o governo injetasse R$100 bi na Petrobras para reduzir o EDBIDA mídia apatrida estaria indocil, rugido das panelas já teriam rompido a barreira do silêncio! O estado em socorro das grandes corporações e do capital financeiro é santificado pela mídia e tolerado por grande parte do povo pobre que não se indguina com tal situação, por isso agem sempre desta forma.
Mais uma ótima observação Braulison.
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