Não creio que até o meio deste século, o petróleo deixe de ter
a importância que foi obtendo desde as revoluções industriais e que possibilitou a ampliação da
hegemonia do sistema capitalista. Ao analisar este processo há que se separar a diferença entre desejos e a análise do fenômeno real.
Em minha ampla pesquisa com tudo que se relaciona ao petróleo, o indicador que mais me impressionou foi a imensa relação entre o petróleo e a
alimentação em todo o mundo. Veja ao lado o gráfico com as duas curvas de preço (ao longo de uma década) que são similares no período observado entre 2002 e 2012.
Isto se dá por vários motivos. O primeiro deles é que o petróleo através das demandas de adubos e pesticidas - insumos para a agricultura - mas, principalmente pela enorme demanda de combustível para o transporte de toda a cadeia produtiva até o consumidor final.
Isto se dá por vários motivos. O primeiro deles é que o petróleo através das demandas de adubos e pesticidas - insumos para a agricultura - mas, principalmente pela enorme demanda de combustível para o transporte de toda a cadeia produtiva até o consumidor final.
Mais da metade da alimentação do mundo está concentrada em
três alimentos: trigo, milho e arroz. Num grau menor também da soja. Todas consideradas
como commodities do agronegócio e da produção em massa, embora a maior parte (cerca
de 70%) seja de alimentos produzidos no mundo por pequenos agricultores.
Entre diversas outras questões que o assunto remete, o
rompimento com o sistema intercapitalista lubrificado pelo petróleo (ALTVATER,
2010) no mundo – numa espécie de deslubrificação – só se tornará paulatinamente
real, com o ruptura desta dependência que hoje a agricultura tem do
petróleo.
Hoje estima-se que para cada caloria colocada sobre nossos
pratos, seriam necessários de 10 a 12 calorias de energia fóssil como insumo ou
energia de transporte (Filme francês: Demain (Amanhã), 2015). Este dado é espantoso.
Não haverá saídas que não comece com o rompimento desta
dependência, que envolve poderosos interesses em termos geopolíticos, de domínio
e de hegemonias.
Difícil acreditar em rupturas velozes neste processo
complexo e imbricado. Assim, as cordas seguem sendo esticadas em termos das
enormes acumulações dos sistemas financeiros e da produção, controlada por
acionistas instalados em algumas poucas nações.
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