Esta realidade refuta aquelas hipóteses ventiladas no auge da produção americana de xisto, de que esta fonte empurraria as reservas offshore de petróleo pelo mundo, para um segundo plano, deixando o Brasil pra trás, como alguns analistas do mercado tanto ventilaram.
O Brasil e a Petrobras como inovadores nas tecnologias offshores em águas profundas
Porém, o processo se desenvolveu de outra forma. A Rystad Energy confirmou também que as duas fontes deverão receber cada uma cerca de US$ 70 bilhões de dólares de investimentos (capex) em 2017, apenas nos EUA.
Assim, o gráfico abaixo elaborado pela consultoria mostra que poderemos estar entrando num processo de migração em que mais investimentos serão feito em exploração/produção de petróleo offshore do que em xisto (shale).
O relatório da Rystad diz ainda que os programas de redução de custos na cadeia de valor do petróleo no mar (ambiente offshore), entre 2016 e de 2017, mostram grandes avanços na competitividade sobre a exploração e xisto:
“Muitos pensavam que os projetos offshore não teriam como competir com xisto, porém, os operadores offshore conseguiram transformar projetos não comerciais em projetos altamente competitivos com a ajuda de empresas de serviços. Projetos offshore que não seriam comerciais com o barril a US$ 110 em 2013 estão agora comercial a um preço do petróleo de USD 50, o barril”.
Ainda assim para a consultoria, as empresas de E&P de petróleo nos EUA não devem ainda priorizar entre uma e outra fonte nos EUA. Bom lembrar que isto está se dando nos EUA e não em todo o mundo. É bom lembrar que esta é a média mundial. Aqui no Brasil, a comercialidade da produção se dá bem abaixo dos US$ 50.
Ainda assim para a consultoria, as empresas de E&P de petróleo nos EUA não devem ainda priorizar entre uma e outra fonte nos EUA. Bom lembrar que isto está se dando nos EUA e não em todo o mundo. É bom lembrar que esta é a média mundial. Aqui no Brasil, a comercialidade da produção se dá bem abaixo dos US$ 50.
Assim, no geral, a exploração de petróleo offshore tende a avançar mais no mundo. Atualmente, os EUA importa quase metade de todo o petróleo que consome e nunca teria condições de ser auto-suficiente mantido o atual nível de consumo. O que faz com que os EUA estimule (invista) em produção em outros canos do mundo. Que é o mesmo que faz e cada vez mais a China que está com produção interna declinante.
A Rystad analisou ainda os gastos com os serviços de engenharia de petróleo e tecnologia por setor (operação e manutenção; equipamentos; engenharia submarina; contratações de sondas sísmica e preparação de poços) e mostrou, no gráfico abaixo, que as reduções de custos para exploração no ambiente offshore caiu bem mais que para a exploração com a fonte de xisto, mesmo no continente.
A Rystad analisou ainda os gastos com os serviços de engenharia de petróleo e tecnologia por setor (operação e manutenção; equipamentos; engenharia submarina; contratações de sondas sísmica e preparação de poços) e mostrou, no gráfico abaixo, que as reduções de custos para exploração no ambiente offshore caiu bem mais que para a exploração com a fonte de xisto, mesmo no continente.
A Rystad Energy informou ainda em seu relatório que os 10 melhores projetos offshore em 2017 representam quase 70% de todo o investimento. Eles priorizam os projetos melhores (best-in-class) que terão decisões dentro deste ano.
Estes são os casos dos projetos do campo de Libra no Brasil; do MAD, fase 2, da BP, no Golfo do México; Coral FLNG, da petroleira italiana ENI, em Moçambique e do campo de gás natural, Leviatã, da Noble, no Mar Mediterrâneo, no litoral de Israel. Em 2018, a perspectiva é de ampliação destes trabalhos em ambientes offshore e do aumento de receita por parte destas empresas de engenharia de petróleo (que são grande players globais)
É fato que as experiências no desenvolvimento da tecnologia e serviços de engenharia de petróleo offshore no litoral brasileiro, feito por grandes corporações globais do setor, estão sendo hoje, fundamentais para a exploração e produção, também, em outras reservas offshore mundo afora.
É fato que as experiências no desenvolvimento da tecnologia e serviços de engenharia de petróleo offshore no litoral brasileiro, feito por grandes corporações globais do setor, estão sendo hoje, fundamentais para a exploração e produção, também, em outras reservas offshore mundo afora.
Este fato produz uma redução dos preços unitários dos projetos offshore. Ele também caíram com a diminuição das taxas diárias dos contratações de aluguel das sondas de perfuração, onde os preços caíram até 50%. Tudo isso ajudou a otimizar o “breakeven” (preço mínimo do barril a partir do qual a produção é economicamente viável) da produção offshore no mundo.
O Brasil e a Petrobras como inovadores nas tecnologias offshores em águas profundas
Pouca atenção se tem dado a esta realidade de desenvolvimento da nossa capacidade em tecnologia e engenharia. Expertise nacional sendo repassada, depois de desenvolvida, mesmo que em conjunto, sem nenhum ganho de royalties para a Petrobras e nossa engenharia, que está sendo dizimada após a Operação Lava Jato.
No esforço de produzir uma leitura mais totalizante, para além das questões técnicas e comerciais, analisando mais profundamente (esta nota e anterior "aqui" deste blog), se vê que não há sustentação a argumentação da estratégia de mercado escolhida pela atual direção da Petrobras.
No esforço de produzir uma leitura mais totalizante, para além das questões técnicas e comerciais, analisando mais profundamente (esta nota e anterior "aqui" deste blog), se vê que não há sustentação a argumentação da estratégia de mercado escolhida pela atual direção da Petrobras.
Eles dizem estar reduzindo a dívida da estatal, mas a qualquer custo, vendendo vários ativos valiosos a preços de feira, quando a Petrobras, é no mundo da energia, uma das que possui maior potencial de crescimento, e portanto tem crédito, à disposição para ampliar a sua produção e sua estrutura comercial de forma integrada – do poço ao posto – de forma constante e consistente em diferentes cenários da economia e do setor petróleo.
Pré-sal é a joia roubada através do golpe político
Assim, mais uma vez fica claro que foi o tiro no coração do setor de petróleo e da Petrobras que se puxou a estratégia do golpe político no Brasil.
As informações e os dados expostos aqui, quase diariamente, trazem mais e mais evidências sobre o crime de lesa-pátria que se está cometendo sobre a joia da coroa.
São dados de consultorias internacionais. Informações do próprio mercado que confirmam os prejuízos que vão muito para além dos desvios da Lava-Jato.
O fim da exigência de conteúdo nacional que está sendo decidido nestes dias em Brasília, é mais uma pá de cal sobre o este processo que elimina as chances de participarmos desta cadeia produtiva, não apenas com produção de petróleo, mas fornecendo aquilo que é até mais valioso que o produto petróleo em si, que são os equipamentos, as tecnologias e os serviços de engenharia que o Brasil em que a empresa é reconhecia e premiada internacionalmente.
Não há outro caminho. Resistir é urgente e necessário. Todos os dias!
Nenhum comentário:
Postar um comentário