Logo depois, li diversas outras interessantes análises sobre a questão. Numa delas, eu disse que o assunto demanda abordagens amplas e em diferentes dimensões entre elas: os interesses de classe; a questão do Estado-nação, soberania e dependência; observação sobre as frações do capital em seus movimentos - incluindo a articulação com o poder político (Estado) - nas diversas escalas.
Entendo assim, que o caso suscita a necessidade de interpretações teóricas, sem que isto, signifique deixar de lado, o objetivo em formular propostas de uma ação política que é sempre local (nacional). São análises teóricas que exigem estudos, ou releituras, mas sempre com o outro pé fincado na observação sobre a realidade.
As questões remetem a um debate antigo sobre universalismo, diante da luta de classes, se nacional, ou mundializada. Como se vê o caso, que origina este debate, oferece grande e forte materialidade para boas interpretações teóricas. E, também, pistas para as direções das ações políticas de resistência e de construção de alternativas.
No meio de tudo isto, a categoria totalidade parece indispensável. Nesta linha vale relembrar uma estrofe do verso do Gregório de Matos de forma a tentar trabalhar não apenas as diferentes dimensões e escalas da questão, mas também a observação sobre as interseções e ligações entre elas:
"O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas, se a parte faz o todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo todo".
Um comentário:
A sociedade tem o direito de saber o que se faz por ela, com ela ou contra ela, e não há suposto "interesse nacional" que a isto se sobrepuje o que, de resto, é a argumentação usada por ditaduras de direita e de esquerda em qualquer lugar do mundo. E o Brasil não quer ditaduras de nenhuma espécie.
Postar um comentário