Diversas boas análises estão em curso nesta época online. No caso brasileiro, a crise atual suscita a análise desde o pós-eleições de 2014, embora se saiba que a gênese deste período está em mais amplo processo histórico.
É ainda sempre importante lembrar que o distanciamento temporal de alguns fatos permite uma análise mais totalizante e menos pontual, porém a necessidade de intervenção e ação exige leituras e releituras sobre a conjuntura.
Assim, em resumo pode-se dizer que tem-se hoje um embate político com forte contornos - na sua essência - de uma disputa de classe em meio às diferentes fases do ciclo econômico, entre o boom (expansão) e colapso.
Neste esforço de interpretação, considerando ainda uma leitura mais totalizante da superestrutura dos movimentos do Brasil contemporâneo, cabe interpretações em diversas dimensões. Elas se complementam para ser menos pontual e mais totalizante.
Assim, eu resolvi arriscar uma interpretação, ousando um pouco mais num esquema gráfico que tende sempre em ser de mais fácil interpretação. Assim, denominei o mesmo do “Esquema expandido do sistema político e intercapitalista do Brasil contemporâneo”.
Na superestrutura, o esquema do sistema político brasileiro não difere muito de outros sistemas políticos na democracia ocidental, onde a financeirização e o poder das corporações cada vez ditam mais o controle sobre o poder político.
Esta dinâmica de cooptação tem como instrumentos/tentáculos - cada vez maior – o uso e a incorporação da força da mídia comercial centralizada (e oligopolizada), assim como do poder da instituição do judiciário em suas diversas escalas e estruturas.
Sabe-se que o Estado seria teoricamente uno. Ou trino se entendido como executivo, legislativo e judiciário. Porém, na prática, eles se portam numa interseção como o esquema tenta mostrar com uma articulação real e maior entre o executivo e legislativo, ficando o judiciário, como uma instituição à parte, em sua condição de árbitro.
A Justiça mesmo sendo parte do Estado, junto com a mídia comercial oligopolizada acabam funcionando como uma espécie de correia de transmissão do poder econômico.
Nesta condição, o sistema judiciário conta sempre com o forte apoio e uso da força da mídia para demandar e legitimar suas posições e decisões que tendem para manter o status quo do poder econômico.
Os casos que se sucedem na conjuntura política brasileira escancara esta forma que aqui se tenta interpretar e realçar, sobre a forma como o poder econômico, as corporações e o sistema financeiro controlam o poder político e o Estado.
Ao contrário do que se tenta induzir à compreensão, a questão não é exclusivamente de ética e/ou de valores. Também não cabe a responsabilização fundamental do poder político e seus agentes, mas da engrenagem como um todo.
E nesta linha há sim um grande – e antigo - debate sobre a quem serve o Estado e como a população, na contemporaneidade, tem espaço para participação nas decisões, para além do antigo modelo de representação política.
Imaginava-se e esperava-se que os instrumentos informacionais de comunicação pudessem permitir à população uma maior participação nas decisões do poder político. Porém, este esquema do sistema político, demonstra como esta perspectiva vem sendo ceifada, através da ampliação dos papéis da mídia comercial e do judiciário, que acabam deformando o que se desejava que fosse uma democracia real.
Em quadros de crise como o atual é indispensável devolver à população o seu poder de decidir, mesmo percebendo que o esquema acima atua, desde o financiamento das campanhas eleitorais para escolha dos representantes, a posterior cooptação dos mandatos, com a compra de decisões, indo até a fiscalização e arbitragens e julgamentos dos conflitos naturais, na disputa pelo poder.
Lutar é indispensável, mas é importante compreender em que limites a luta se situa. Alargar estes limites é parte da luta cotidiana. Sigamos em frente.
PS.: Este texto é apenas uma interpretação. Com ele se pretende ampliar o debate, compreendendo que além do debate é indispensável o movimento e a luta constante e organizada.
Sabe-se que o Estado seria teoricamente uno. Ou trino se entendido como executivo, legislativo e judiciário. Porém, na prática, eles se portam numa interseção como o esquema tenta mostrar com uma articulação real e maior entre o executivo e legislativo, ficando o judiciário, como uma instituição à parte, em sua condição de árbitro.
A Justiça mesmo sendo parte do Estado, junto com a mídia comercial oligopolizada acabam funcionando como uma espécie de correia de transmissão do poder econômico.
Nesta condição, o sistema judiciário conta sempre com o forte apoio e uso da força da mídia para demandar e legitimar suas posições e decisões que tendem para manter o status quo do poder econômico.
Os casos que se sucedem na conjuntura política brasileira escancara esta forma que aqui se tenta interpretar e realçar, sobre a forma como o poder econômico, as corporações e o sistema financeiro controlam o poder político e o Estado.
Ao contrário do que se tenta induzir à compreensão, a questão não é exclusivamente de ética e/ou de valores. Também não cabe a responsabilização fundamental do poder político e seus agentes, mas da engrenagem como um todo.
E nesta linha há sim um grande – e antigo - debate sobre a quem serve o Estado e como a população, na contemporaneidade, tem espaço para participação nas decisões, para além do antigo modelo de representação política.
Imaginava-se e esperava-se que os instrumentos informacionais de comunicação pudessem permitir à população uma maior participação nas decisões do poder político. Porém, este esquema do sistema político, demonstra como esta perspectiva vem sendo ceifada, através da ampliação dos papéis da mídia comercial e do judiciário, que acabam deformando o que se desejava que fosse uma democracia real.
Em quadros de crise como o atual é indispensável devolver à população o seu poder de decidir, mesmo percebendo que o esquema acima atua, desde o financiamento das campanhas eleitorais para escolha dos representantes, a posterior cooptação dos mandatos, com a compra de decisões, indo até a fiscalização e arbitragens e julgamentos dos conflitos naturais, na disputa pelo poder.
Lutar é indispensável, mas é importante compreender em que limites a luta se situa. Alargar estes limites é parte da luta cotidiana. Sigamos em frente.
PS.: Este texto é apenas uma interpretação. Com ele se pretende ampliar o debate, compreendendo que além do debate é indispensável o movimento e a luta constante e organizada.
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