O desmonte que se faz no presente da Petrobras, não se dá apenas na venda dos ativos físicos dos campos de petróleo, das refinarias, gasodutos e outros.
O desmonte está acontecendo também - e fortemente - na área de pessoal, de gente com experiência e especialização. Técnicos e gerentes formados em décadas de estudos, pesquisas e atuação que, já começa a ficar à disposição das empresas que estão comprando as partes fatiadas da Petrobras, no processo chamado, eufemisticamente, como desinvestimentos, quando na realidade se trata de desintegração e desmonte.
Em apenas um ano, a Petrobras reduziu o contingente de trabalhadores diretos de cerca de 76 mil para 65 mil funcionários. Menos 11 mil especialistas em óleo & gás, em perfurações, produção, planejamento e gestão, do poço offshore à venda de produtos beneficiados na ponta do consumo.
Além disso, a nova direção da Petrobras não para de reduzir os investimentos previstos para os próximos anos. Agora, ao fim do primeiro trimestre de 2017, a previsão de investimentos (2017-2021) foi rebaixado novamente de US$ 20 bilhões para US$ 17 bilhões.
No Plano Geral de Negócios (PGN) da estatal 2015-2019 - um ano após a redução dos preços do barril de petróleo no mundo - a previsão de investimentos para os próximos 4 anos era de U$ 42 bilhões, cerca de R$ 130,3 bilhões.
Ou seja, desintegraram a empresa que atuava em toda a cadeia produtiva - do poço ao posto vendendo vários ativos físicos - e agora desmontam a sua capacidade de planejamento, de inovação, de articulação e gestão.
Assim, o governo golpista e Temerário está rapidamente tornando a Petrobras, apenas uma operadora para produzir petróleo, limitando sua atuação que permitia posicionar a holding em diferentes partes da cadeia produtiva, conforme, o ciclo petro-econômico e a conjuntura da economia globalizada e da geopolítica.
As grandes corporações do setor que adquirem estes ativos parecem insistir em negar os riscos que existem de parte destes negócios serem desfeitos adiantes, conforme decisões de interesse da Nação.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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