Salomon afirmou que atualmente, apenas 20% do PIB global é do comércio exterior e apenas 10% dos investimentos dos investimentos mundiais são de multinacionais. (Veja matéria no Valor Online aqui)
Salomon argumenta com estes dados que o mundo seria menos global do que se imagina. Em termos da geração de riquezas em bases materiais, eu concordo. Porém, os dados podem nos oferecer uma outra leitura: a de que a maior fluidez e internacionalização acontece no capital que é o fluido dos fluidos.
O capital tem mais fluidez e isto hoje se dá basicamente via os fundos financeiros e não diretamente pelas empresas multinacionais.
Os fundos financeiros atuam em vários setores nas economias locais e nas empresas nacionais e fazem o meio campo e articulação entre as multinacionais, participação acionária e controle parcial ou total das empesas nacionais que atuam na produção das riquezas materiais nas nações.
Assim, a produção da riqueza é local, mas quando o dinheiro sobe na pirâmide do capital fixo nas bases locais para o andar de cima (capital fictício), ele também migra espacialmente se movimentando globalmente.
Assim, os dados do professor Salomon permite que compreendamos ainda mais que o peso da financeirização da economia é maior e que é ele que se globaliza e não a produção material da riqueza que é local.
Desta forma, é possível intuir uma conclusão diversa do que ele apresenta. É através dos fluxos informacionais do dinheiro que o mundo se globaliza e não pelo comércio e fluxos materiais, em que o professor Salomon sustentou sua análise e argumentações.
Talvez, seja apenas uma coincidência que um dos bancos que ajudam nesta fluidez do capital tenha sido o patrocinador do evento.
De qualquer forma, estes e outros dados levantados por quem está na nação que é o centro do sistema, nos ajuda a compreender um pouco mais dos movimentos do capitalismo contemporâneo.
PS.: Atualizado às 15:48: Para pequenos ajustes e acréscimos no texto original.
PS.: Atualizado às 15:48: Para pequenos ajustes e acréscimos no texto original.
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