sexta-feira, outubro 13, 2017

G1 (Globo) confirma que os fundos financeiros avançam sobre o controle das corporações no Brasil pós-golpe

A matéria do G1 divulgada aqui na tarde desta sexta-feira (13/10/2017) reforça o trabalho de pesquisa empírica que venho comentando no blog, sobre o papel dos fundos financeiros no recolhimento dos excedentes econômicos obtidos com a venda do controle das empresas na época de crise que totalizariam segundo a reportagem mais de R$ 100 bilhões.

É uma matéria ampla e detalhada que mostra o desmonte dos grupos econômicos nacionais (frações do capital), no setor de petróleo, engenharia e outros... e quem recolhe este excedentes na fração do capital em movimento? Os fundos financeiros, o canadense Brookfield e Itaú Unibanco (Itaúsa).

Os dados que já havíamos comentados aqui são impressionantes e mostram o tamanho do desmonte dos grupos e corporações locais desde o estatal ao privado. A matéria também reforça o que falamos sobre as fusões, aquisições e incorporações em épocas da fase de colapso do ciclo econômico.

Mesmo que já se conhecesse a lista da venda de ativos nacionais a corporações estrangeiras e fundos financeiros ao vê-la de forma organizada se reforça a compreensão do desmonte que está se procedendo na economia nacional seja nas estatais e também nas empresas privadas. E observe que novas privatizações e venda de ativos estão em curso em volume tão elevado quanto este. 

Negócios da Lava Jato: empresas investigadas venderam quase 50 ativos desde 2015 (Foto: Arte/G1)
































O caso da venda da malha de gasodutos do Sudeste (que estava sobre o controle da subsidiária Nova Transportadora Sudeste, desdobrada da TAG (Transporte Associado de Gás) com cerca de 2,5 mil quilômetros pela Petrobras para o fundo financeiro canadense Brookfield por US$ 4,23 bilhões, vale observar os dados do último balancete trimestral da estatal. 

Eles indicam que os gastos com o pagamento de tarifas ao fundo para o uso dos gasodutos, em menos de dois anos, será era equivalente ao valor recebido pela venda da malha ao fundo financeiro. Um escracho, sem comparação. 

Aliás, no blog, eu já havia chamado a atenção sobre este absurdo da tarifa (renda de monopólio pelo uso dos gasodutos que se apropria de uma parte da renda petrolífera) que os avalista do banco Credit Suisse tinham trazido à tona. Este assunto terá repercussão jurídica e os responsáveis deverá ser punidos. (ver aquiaqui, aqui e aqui)

Ou seja, os dados da reportagem reforçam empiricamente os movimentos sobre o controle das corporações pelos fundos financeiros, a oligopolização dos setores. Por enquanto se tem e a compra de ativos de mais de R$ 100 bilhões.

É o movimento que desintegra os grupos e setores econômicos nacionais e transferem para o andar de cima o controle das corporações pelo capital fictício que cada vez se apropria de maior parte dos lucros do setor produtivo. Além disso, repassa à economia global e verticaliza e centraliza o controle de setores estratégicos da economia brasileira no exterior.

Considerando que esta denúncia sobre o desmonte da economia nacional vinha sendo feita há tempo e ignorada pela mídia comercial cabe que seja feita uma pergunta: quem bancou tal reportagem e com qual objetivo? A matéria, mesmo que tenha atribuído tudo à Operação lava Jato, que não chega a ser uma inverdade, chega a fazer a pergunta se estas vendas forma a preço de banana (como vínhamos comentando se referindo à xepa) ou de mercado.

Depois disto, você ainda tem dúvidas sobre os motivos do golpe de 2016 no Brasil?

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