Isso mesmo, além do aumento do desemprego, a renda do empregado cai 20% na indústria, 13% na área de serviços, 10% no comércio, 9% na construção civil. Apenas na agricultura, onde os salários já são baixos os valores dos salários entre admitidos e demitidos caíram apenas 1%.
Considerando os 5 setores da economia, na média a diferença entre os salários dos admitidos e demitidos é de 87%. Lembrando que isto é no mercado de trabalho formal. Abaixo o infográfico da matéria do Valor [1] mostrando a relação entre salário de admissão e demissão no período entre jan. 2014 e Ago 2017.
No caso da indústria a perda de 20% é na média. Não é difícil imaginar que na indústria do petróleo, durante esta fase de colapso do ciclo petro-econômico, esta perda média de salário deve estar próximo dos 30%. Fora os casos em que a redução de salário se dá em acordos internos na empresa, sem que tenha havido demissão e ou (re)contratação.
O fato mostra, de maneira inequívoca, como na fase de colapso no ciclo econômico, a renda do trabalho é tão reduzida e num período de tempo tão rápido.
Parecem efeitos da apropriação da renda do trabalho pelo andar superior. Efeitos sociais das crises no ciclo econômico. Menos direitos sociais. Menores rendas e recolhimento dos excedentes da economia pelo andar superior na leitura do Arrighi, no seu imprescindível livro: "O mito do desenvolvimento".
Juntando este dado com os outros que mostram maiores captações para investimentos do setor financeiro em todo o país, é fácil observar para onde estes excedentes estão migrando no movimento cíclico, em que as crises são parte do sistema.
O que muitos não percebem é que desta forma – com menor renda - o consumo diminui e a saída da fase de colapso tende a ser mais longa, especialmente, quando se foca numa ideia fiscalista que quase encerra a economia per si, como uma forma de romper o desequilíbrio que limita, mesmo na ótica capitalista, a busca de uma nova fase de expansão.
Os gastos e investimentos do estado são fundamentais para alterar esta espiral para baixo. Eles podem ampliar as receitas do governo com os tributos. Porém, tudo isto é insuficiente diante dos ganhos rentistas cada vez maiores sobre a produção que limita o crescimento.
O setor financeiro e rentista cada vez se apropria mais e mais do setor produtivo. Sem alterar também esta lógica, o sistema nunca será estável nesse capitalismo tupiniquim que não aceita para de brincar nesta gangorra esquizofrênica, onde nunca sai da posição de cima.
Juntando este dado com os outros que mostram maiores captações para investimentos do setor financeiro em todo o país, é fácil observar para onde estes excedentes estão migrando no movimento cíclico, em que as crises são parte do sistema.
O que muitos não percebem é que desta forma – com menor renda - o consumo diminui e a saída da fase de colapso tende a ser mais longa, especialmente, quando se foca numa ideia fiscalista que quase encerra a economia per si, como uma forma de romper o desequilíbrio que limita, mesmo na ótica capitalista, a busca de uma nova fase de expansão.
Os gastos e investimentos do estado são fundamentais para alterar esta espiral para baixo. Eles podem ampliar as receitas do governo com os tributos. Porém, tudo isto é insuficiente diante dos ganhos rentistas cada vez maiores sobre a produção que limita o crescimento.
O setor financeiro e rentista cada vez se apropria mais e mais do setor produtivo. Sem alterar também esta lógica, o sistema nunca será estável nesse capitalismo tupiniquim que não aceita para de brincar nesta gangorra esquizofrênica, onde nunca sai da posição de cima.
Referências:
[1]Matéria do Valor em 16 out. 2017. MARTINS, Arícia. Empresas ampliam defasagem salarial de novos contratados. Disponível em: http://www.valor.com.br/brasil/5156526/empresas-ampliam-defasagem-salarial-de-novos-contratados
[2] ARRIGHI, Giovanni. A ilusão do desenvolvimento. 1 ed. Petrópolis. Vozes, 1997.
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