Ontem, 6 de novembro de 2017, o preço do barril de petróleo subiu bastante e atingiu US$ 64 - pouco mais da metade do valor de três anos e meio atrás -, mas o litro da gasolina valia na média 3,90, com picos de até R$ 4,40, quase 50% acima do valor de 2014, quando o petróleo valia quase o dobro. Ou seja uma variação de quase 4 vezes.
As explicações são sempre muito embaraçosas para os tecnocratas que alegam trabalhar para os investidores.
O Brasil hoje exporta mais da metade de sua produção de óleo cru, na faixa de 1,146 milhão de barris por dia, enquanto nossas refinarias trabalham com folga de capacidade de produção de quase 30%.
Difícil explicar porque tamanha variação e porque a renda petroleira não chega à população.
PS.: Atualizado às 12:36: A discussão online é mais ampla e densa no Facebook que nesta plataforma. Porém, o blog pereniza melhor o que vai sendo por lá debatido. Assim, trago também para este espaço os comentários gerados lá no FB até aqui sobre a questão. Ele suscita questões e tema que valem ser incorporados à questão stricto-sensu do preço do combustível (gasolina e diesel). Assim, abaixo está a transcrição dos comentários com seus autores:
Roberto Moraes: Creio que este processo ainda não foi compreendido em toda
a extensão para se voltar a pensar num projeto de Nação pós-golpe.
PS.: Atualizado às 12:36: A discussão online é mais ampla e densa no Facebook que nesta plataforma. Porém, o blog pereniza melhor o que vai sendo por lá debatido. Assim, trago também para este espaço os comentários gerados lá no FB até aqui sobre a questão. Ele suscita questões e tema que valem ser incorporados à questão stricto-sensu do preço do combustível (gasolina e diesel). Assim, abaixo está a transcrição dos comentários com seus autores:
Denis Freitas Toledo: Eu estava falando justamente isso, imagina o preço do
barril chegando a US$ 80, 90 ou 100, vamos ter gasolina a R$ 6,00? Diesel que
movimenta o país a R$ 5,00? Essa política de preços da Petrobras serve pra que afinal?
Gustavo Rabelo: No momento serve ao Deus mercado...
Arlete Moyses Rodrigues: Peça pro Meireles a Lava Jato explicar, ah não esqueça do
Serra com a alteração da partilha para a concessão.
Roberto Moraes: Sim, professora. Eu tenho insistido que esta
fração do capital (com captura da renda petroleira) ajuda a explicar o
movimento da política e vice-versa, assim, os artífices nacionais do golpe
entre os banqueiros (a expressão maior do setor financeiro) e o estado
capturado sabem exatamente o que estão fazendo com o desmonte do setor óleo e
gás, a engenharia e empresas nacionais, o BNDES, etc. Todos setores
estratégicos. Creio que este processo ainda não foi compreendido em toda a
extensão e dimensões (num profundo e robusto diagnóstico) para então se voltar
a pensar num projeto de Nação pós-golpe. Esta luta que demandará uma frente
para derrubar o mercadismo que deverá ter entre suas ações na dimensão
política, referendos revogatórios para desatar o nó dado que impedirá uma
retomada de um projeto soberano e inclusivo de nação.
Omar Gonçalves: Um detalhe importante é que apesar da elevação dos
preços a Petrobras perde dinheiro, já que a ANP escancarou as portas à importação.
A agência relaxou inclusive as exigências de teor de enxofre para derivados
importados. A elevação brutal dos preços dos refinados nacionais tornou os importados muito mais baratos. A renda
petroleira está indo para as distribuidoras que obtém grande margem revendendo
derivados importados ao preço inflado nas bombas pelo governo.
Marcio Rocha: O pior, como já disseram, que esse filé fica com as
distribuidoras, e o Pedro Parente quer vender (doar) a BR Distribuidora, o
caixa da Petrobras.
Roberto Moraes: Sim, as 18 refinarias com capacidade ociosa de quase
700 mil barris por dia e importação de derivados superior a 1 milhão de barris
por dia. Se a atual remuneração da venda de combustíveis permitisse capitalizar
a empresa para evitar a venda dos ativos - apelidada de desinvestimentos - seria até uma compensação, mas o
caso é remunerar os investidores, tornar a empresa pequena fatiada com o
mercado de derivados nas mãos das traders (especialmente a Trafigura).
Meyrelles Romero: Se o brent chegar a 100 dólares a gasolina aqui vai para 8
reais. E o povo idiota daqui vai achar certo.
Roberto Moraes: Esta estratégia de preços do combustíveis dará um nó em
nossa economia quando nova fase do ciclo de preços do petróleo for avançando.
Não precisará chegar a US $100, o barril. Na faixa dos US$ 80 a economia
dependente do combustível fóssil perderá ainda mais competitividade. Com o
golpe a nação foi amordaçada e perdeu capacidade de intervenção entregue ao
mercado.
3 comentários:
É, realmente não dá para entender! Quer dizer: os políticos roubam e o usuário pobre paga a conta. É o cúmulo! Grande abraço. Laerte.
Monopólio é isso aí!
Só serve aos espertalhões e boçais de canudo.
Um abraço.
O monopólio foi rompido no final de década de 90. O que está sendo feito agora é a entrega do patrimônio nacional, passando-o para o controle do monopólio privado, apenas do mercado, sob o pretexto de uma fingida regulação, hoje toda entregue e controlada pelos gerentes do mercado, retirados das corporações para servir a estas na captura do Estado.
Espertalhões - com e sem canudo - deram o golpe para acessar o que já estava pronto. Adquirindo a preço de xepa os ativos desenvolvidos por décadas. Tudo sem risco. Isto será revertido.
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