O numero total de 571.155 matrículas no ensino superior no Estado do Rio de Janeiro (ERJ) é muito significativo. No período de 13 anos, entre 2003 e 2016 ouve uma evolução de 36%, saindo de 420 mil para 571 mil matrículas no ensino superior presencial que é desenvolvido em 38 (41%) dos 92 municípios fluminenses.
Porém, o dado mais significativo a ser ressaltado e analisado enquanto política pública é o crescimento das matrículas nas instituições públicas onde saiu de 82.057 matrículas em 2003, para 149.298 matrículas em 2016, equivalente a um crescimento percentual de 82%.
Enquanto isso, entre as instituições privadas a quantidade saiu de 338.432 matrículas em 2003, para 421.857 matrículas em 2016, equivalente a um crescimento de 24,6%.
Esta maior evolução das matrículas (mais do triplo) no ensino superior nas instituições públicas permitiram um avanço de 19,5% do total de matrículas em todo o ERJ em 2003, para 26,1% no ano de 2016, último dado oficial divulgado pelo MEC.
Este esforço do governo federal no período Lula (1-2) e Dilma (1) resultou na criação nas universidades públicas de mais 67.241 matrículas nos municípios fluminenses. Em números absolutos, as instituições privadas aumentaram em 83.425 matrículas no ERJ.
Vale registrar que o ensino superior nas instituições públicas (universidades e institutos) vêm sempre articulado (mesmo que em graus variados) às duas outras duas pernas do tripé que dá qualidade ao ensino superior, que são: a pesquisa e a extensão. No caso das Instituições privadas são raros e pontuais os investimentos em projetos e programas de pesquisas e pós-graduação. Isso em todo o país e não apenas no caso do ERJ.
Outra observação a ser feita antes de apresentar a tabela é que entre 2003 e 2016 houve uma significativa interiorização da oferta de matrículas no ensino superior, apesar da ainda enorme concentração das vagas na capital fluminense.
Em 2003. um total 260 mil de 420 mil matrículas estavam na capital, equivalentes a 62%. Em 2016, a capital tinha 54% do total de matrículas em todo o ERJ. Um percentual ainda muito alto. Em 2003 eram 31 municípios com cursos superiores e em 2016 eram 38 municípios. Em 2014, antes da crise foi o ano com a presença do ensino superior em maior quantidade de municípios fluminenses: 40.
Os dados acima são oficiais e do Instituto Nacional de Estudos Educacionais (Inep) vinculado ao Ministério da Educação (MEC) e foram tabulados pelo professor José Carlos Salomão Ferreira, do Instituto Federal Fluminense (IFF).
O professor Salomão há muito tempo colabora com o blog no levantamento e organização de dados referentes aos municípios fluminenses e em especial nos últimos anos tem acompanhado a evolução das matrículas no ensino superior em todos os municípios fluminenses.
São dados que precisam ser desagregados da base do Inep/MEC que ao ser tabulado permite a criação de indicadores bastantes interessantes tanto por instituição (de natureza pública ou privada), por curso e por município, entre vários outros, como custo-aluno, etc.
Por fim, vale observar ainda 13 (treze) polos, com importância crescente no número de matrículas no Ensino Superior no ERJ. Eles estão em municípios de porte médio e se desdobram de outros polos regionais. Cinco deles reforçam o peso da quantidade vagas na Região Metropolitana do Estado aumentando a centralização já existente com as 54% das matrículas do ensino superior na capital:
Região Metropolitana + Serrana
Niterói - 60.810 matrículas;
Nova Iguaçu - 24.501 matrículas;
Duque de Caxias - 23.844 matrículas;
São Gonçalo - 14.356 matrículas;
Petrópolis - 10.853 matrículas;
Seropédica - 10.073 matrículas.
Região Norte e Noroeste Fluminense + Baixadas Litorâneas
Campos dos Goytacazes - 19.850 matrículas;
Cabo Frio - 9.886 matrículas;
Macaé - 9.381 matrículas;
Itaperuna - 8.625 matrículas.
Região Sul Fluminense
Volta Redonda - 14.153 matrículas;
Barra Mansa - 6.324 matrículas;
Resende - 6.022 matrículas.
O aprofundamento dos dados permite análise em outras dimensões para além da evolução do número de matrículas ao longo dos últimos treze anos.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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