sexta-feira, janeiro 05, 2018

Rússia segue com a maior produção mundial de petróleo. Arábia Saudita e EUA estão mais atrás

Em 2017, a Rússia seguiu tendo a maior produção de petróleo do mundo batendo seu recorde e fechando o ano com uma média diária de 10,98 milhões de barris por dia (bpd).

Este é o melhor resultado da Rússia nas três últimas décadas, segundo o seu ministério de Energia. Em 2016, a produção média foi de 10,96 milhões de bpd em 2016; e de 10,72 milhões de bpd em 2015.

O resultado da Rússia só não foi maior porque aceitou participar do acordo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) que estabeleceu uma redução na produção a fim de equilibrar os preços do barril. 

A Rússia no acordo com a Opep se comprometeu a reduzir sua produção em 300 mil bpd, após atingir uma máxima mensal que atingiu a extraordinária marca de 11,247 milhões de bpd, no mês de outubro de 2016.

Em julho de 2017, a Arábia Saudita estava produzindo, antes do acordo da Opep, com a média de 10,67 milhões bpd, como o blog havia comentado em nota aqui neste espaço, no dia 18 de agosto de 2017. [1]

Ainda em julho do ano passado, a produção dos EUA estava em 8,5 milhões de bpd, quando em 2014 chegou a mais de 10 milhões de bpd e no ano passado esteve em torno dos US$ 9,5 milhões bpd. 

A produção do óleo de xisto (tight-oil) americano continua limitado ao preço médio do barril no mercado internacional e assim a produção americana patina, sem conseguir atender à sua demanda que é maior do mundo, com um consumo de cerca de 18 milhões de barris por dia de petróleo. [2] 

Em 2015, estes três países (Rússia, Arábia Saudita e EUA) dividiam a posição de maior produção mundial de petróleo por pequena diferença.

A aproximação da China, o segundo maior consumidor e maior importador mundial de petróleo do mundo com a Rússia mexe com a geopolítica da energia, inclusive com a comercialização do produto mais negociado do mundo em suas próprias moedas e não em dólar. 

A segunda novidade no comércio do setor é a relativa e nova aproximação também da Arábia Saudita com a Rússia com vários acordos de cooperação no setor de energia e ainda com a hipótese de negócios em moedas diferentes do dólar.

Assim, esta fração do capital continua definindo sua importância com a formação de grandes fundos soberanos que investem em outros setores da economia e em diferentes estados-nações, conforme suas rentabilidades.

Observar este movimento do capital a partir da exploração e produção desta riqueza mineral é um dos desafios que pretendemos continuar a investigar neste ano que se inicia. Seguimos acompanhando.


Referências:
[1] Postagem do blog em 18 ago. 2016. Rússia segue com a maior produção mundial de petróleo, com Arábia Saudita em 2º. Brasil segue crescendo. Disponível em: http://www.robertomoraes.com.br/2016/08/russia-segue-com-maior-producao-mundial.html

[2] Observar matéria da Bloomberg em 28 dez. 2017: Xisto não compensa a queda de novas descobertas de petróleo. Disponível em: https://www.bloomberg.com.br/blog/xisto-nao-compensa-queda-de-novas-descobertas-de-petroleo/

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