A entrega das propostas foi prevista para o próximo dia 13 de março e deverá contemplar o atendimento integrado píer de atracação, retroárea e ainda serviços de transporte terrestre para atender às empresas que movimentam cargas e estão instaladas em vários municípios.
A licitação define que a base tem que ser instalada no ERJ. O contrato pelos serviços de logística terão a duração de cinco anos e uma previsão de maior demanda de movimentação e cargas conforte a entrada de sistemas de produção no campo de Libra para os anos de 2020 e 2021, segundo informações da revista Brasil Energia (edição de fevereiro 2018). [1]
É certo que esta disputa se dará entre as bases de apoio
logístico à exploração offshore instaladas na Baía de Guanabara (Rio e Niterói)
e as oferecidas pela empresa BrasilPort do grupo americano Edson Chouest,
instalada no Terminal 2 do Porto do Açu.
Pelos critérios definidos pela Petrobras, que leva em conta
os custos de todos os tipos de transporte, a distância entre o campo e a base
portuária é o principal fator que influencia no preço a ser cobrado por estas
empresas à estatal. Desta forma, as vantagens são para as bases da Triunfo
Logística e da Brasco instaladas no Porto do Rio, ou a Nitshore e Brasco, do
outro lado da Baía em Niterói. (Veja no final das postagem um quadro deste
autor sobre as bases portuárias de apoio à exploração petróleo no ERJ que
consta da pesquisa e tese de doutorado). [2]
A base da Triunfo no porto do Rio, hoje já atende à
Petrobras e as duas de Niterói atendem basicamente às empresas petroleiras
privadas que atuam com exploração (perfuração e produção) nas bacias de Santos
e Campos.
É possível identificar que a base logístico-portuária da BrasilPort
do grupo americano Edson Chouest que montou sua base no Porto do Açu maior do
que a que hoje é usada para atender contratos com as petroleiras, seja agressiva
em termos de preços e tarifas ofertados, para compensar os gastos com a
distância (aproximadamente o dobro em relação ao Rio – veja mapa ao lado) até o
campo de Libra no litoral sul fluminense.
O campo de Libra está localizado na Bacia de Santos, a
aproximadamente 200 km da costa do Rio de Janeiro e abrange uma área de 1.550
km². Libra está situado em águas ultraprofundas, com lâmina d’água de
aproximadamente 2.000 metros.
Muitas questões e negócios estão em jogo nesta decisão, tanto
por parte da empresa que vier a ser contratada nesta licitação, quanto também por
parte da Petrobras que é a operadora do campo de Libra, mas não sozinha. Entre contratos com embarcações, terminais portuários e outros movimentam-se entre milhões e bilhões de dólares ao longo do contrato.
A Petrobras é a operadora e detém 40%. Os demais proprietários
dos direitos sobre os campo de Libra, são petroleiras: a anglo-holandesa Shell
com 20%; a francesa Total com 20%; e as duas petrolíferas chinesas China National
Offshore Oil Corporation (CNOOC) e China National Petroleum Corporation (CNPC)
cada uma com 10%.
Quadro das Bases Portuárias de apoio à exploração de petróleo no ERJ. Tese do autor [2]:
Quadro 17 - Bases portuárias de apoio a exploração de petróleo offshore no ERJ. Tese do auto [2]. P.338-339 |
Referências:
[1] Revista Brasil Energia. Nº Nº 447, edição de fevereiro
2018. Petrobras contrata logística para Libra. Disponível em: https://bepetroleo.editorabrasilenergia.com.br/
[2] Tese do autor defendida em mar. 2017, no PPFH-UERJ:
“A relação transescalar e multidimensional “Petróleo-porto” como produtora de
novas territorialidades”. Disponível na Rede de Pesquisa em Políticas Públicas
(RPP)-UFRJ:
http://www.rpp.ufrj.br/library/view/a-relacao-transescalar-e-multidimensional-petroleo-porto-como-produtora-de-novas-territorialidades
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