Freudianamente, eu penso que pode ser o inverso. Olhar os detalhes para chegar no essencial.
Assim, eu tenho me debruçado em alguns estudos e análises para entender para onde levaram aquilo que um dia foi chamado de democracia com a direção da maioria.
O sistema e o tempo parece terem empurrado aquilo que dependia da maioria, para o que hoje é a vontade do que tem mais poder. O econômico.
É estranho que a maioria se acomode a isto que seria uma ruptura de paradigma da vida coletiva das comunidades.
Temos visto esta realidade se tornar um novo normal banalizado com ares de consensualização.
A mercadocracia com uma nova lógica que rompe o chamado Estado Democrático de Direito cresce no discurso da moralidade como erva daninha dos espaços do convívio, em que a exceção vira regra.
Este movimento acaba por nos remeter à uma utopia de algo que não chegou a existir por completo até ser implodido.
Como chegamos até aqui em meio à mais intensa internacionalização com fluxos materiais e imateriais da história da civilização?
Que relação tudo isto tem?
A distopia parece ter se instalado em meio aos brinquedinhos da distração, daquilo que um dia foi conhecido como celular, um produto que está no mercado.
O mundo contemporâneo nos traz mais perguntas do que respostas, especialmente quando pensamos em amplos períodos e ciclos longos.
As indagações são muito mais numerosas do que a capacidade de produzir respostas.
Ainda assim, talvez seja possível interpretar que o sistema instituído está esgarçando em seus limites.
Desta forma, talvez, seja possível intuir que o estado pós-democrático viverá por dentro uma implosão, que leve à transferência do prefixo pós para o pós-capitalismo.
Que ao contrário do que muitos possam imaginar, não será o éden, o jardim do paraíso, mas uma nova etapa de conflitos, só que em novas direções.
Nenhum comentário:
Postar um comentário