A decisão pode estar relacionada à posição divergente de ambos, sobre um novo embargo econômico ao Irã por conta do fim do acordo dos EUA com este país.
Um novo embargo ao Irã reduziria a quantidade de petróleo no encharcado mercado mundial, abrindo espaços para a ampliação da exportação americana, neste momento de boom da produção americana de xisto. Estima-se numa redução da exportação de petróleo do Irã entre 500 mil e 1 milhão de barris por dia que poderiam ser ocupados pela produção americana. [1]
Os EUA de Trump mais aliado aos produtores de xisto, segue um planejamento de se tornar o maior produtor mundial de petróleo americana. O plano é atingir o recorde de 12,1 milhões de barris/dia em 2023, volume que seria cerca de 2 milhões de barris/dia a mais do que os EUA produz hoje. Volume também superior à atual produção russa de cerca de 11 milhões de barris por dia.
Dos 6,4 milhões de novos barris de petróleo que serão bombeados no mundo entre hoje e 2023, quase 60% virão dos EUA, depois virá o aumento da produção do Brasil e do Canadá, num momento em que a Opep tenta segurar a produção dos seus membros para equilibrar o preço do barril. [2]
As atuais exportações de petróleo dos EUA estão na faixa dos 2 milhões de barris por dia. Daqui a cinco anos, em 2023, essas exportações dos EUA estarão próximas dos 5 milhões de barris/dia segundo a Agência Internacional de Energia (AIE). Ao ver estes números é bom lembrar que até 2015, os EUA era proibido exportar petróleo.
O resultado disto é que a influência americana sobre os mercados globais de petróleo tende a aumentar nesta próxima meia década.
Retirar o Irã do caminho é também um interesse da Arábia Saudita.
Por conta de tudo isso, há que se entender que o embargo sobre o Irã, mais que uma decisão política ou de contendas pessoais e de gestão refletem interesses comerciais ainda não muito claros e que a grande mídia não tem interesse de aprofundar.
Sendo o Tillerson, um homem do setor petróleo no governo Trump, há que se imaginar que sua destituição, num cenário com o descrito acima, pode refletir uma disputa interna desta fração do capital nos EUA e no mundo.
Todo este quadro no Oriente Médio e com ação e reflexos dos EUA vai reforçando a interpretação da força que continua tendo o setor de petróleo na geopolítica.
Um novo embargo ao Irã reduziria a quantidade de petróleo no encharcado mercado mundial, abrindo espaços para a ampliação da exportação americana, neste momento de boom da produção americana de xisto. Estima-se numa redução da exportação de petróleo do Irã entre 500 mil e 1 milhão de barris por dia que poderiam ser ocupados pela produção americana. [1]
Os EUA de Trump mais aliado aos produtores de xisto, segue um planejamento de se tornar o maior produtor mundial de petróleo americana. O plano é atingir o recorde de 12,1 milhões de barris/dia em 2023, volume que seria cerca de 2 milhões de barris/dia a mais do que os EUA produz hoje. Volume também superior à atual produção russa de cerca de 11 milhões de barris por dia.
Dos 6,4 milhões de novos barris de petróleo que serão bombeados no mundo entre hoje e 2023, quase 60% virão dos EUA, depois virá o aumento da produção do Brasil e do Canadá, num momento em que a Opep tenta segurar a produção dos seus membros para equilibrar o preço do barril. [2]
As atuais exportações de petróleo dos EUA estão na faixa dos 2 milhões de barris por dia. Daqui a cinco anos, em 2023, essas exportações dos EUA estarão próximas dos 5 milhões de barris/dia segundo a Agência Internacional de Energia (AIE). Ao ver estes números é bom lembrar que até 2015, os EUA era proibido exportar petróleo.
O resultado disto é que a influência americana sobre os mercados globais de petróleo tende a aumentar nesta próxima meia década.
Retirar o Irã do caminho é também um interesse da Arábia Saudita.
Por conta de tudo isso, há que se entender que o embargo sobre o Irã, mais que uma decisão política ou de contendas pessoais e de gestão refletem interesses comerciais ainda não muito claros e que a grande mídia não tem interesse de aprofundar.
Sendo o Tillerson, um homem do setor petróleo no governo Trump, há que se imaginar que sua destituição, num cenário com o descrito acima, pode refletir uma disputa interna desta fração do capital nos EUA e no mundo.
Todo este quadro no Oriente Médio e com ação e reflexos dos EUA vai reforçando a interpretação da força que continua tendo o setor de petróleo na geopolítica.
Assim, não faz sentido imaginar que o mundo lubrificado pelo petróleo venha ser muito alterado, pelo menos até a metade deste século. Mesmo que continuemos a assistir o crescimento do uso da energia renovável que no máximo consegue atender a parte do crescimento mundial da demanda total de energia.
Desta forma, a disputa capitalista por esta mercadoria especial e escassa que é o petróleo, prosseguirá, em meio aos conflitos regionais, guerras e golpes políticos.
O Brasil assim, está no meio deste cenário. Isolar esta interpretação do que se vive internamente é ficar com arremedos de interpretação política e econômica.
Compreender este movimento e suas relações com a política interna das nações, a disputa pelo poder e pela hegemonia, em meio às relações transescalares e o comércio mundial, é um desafio que segue sendo necessário para as instituições "think-thanks" [3] no mundo inteiro, inclusive no Brasil.
Compreender este movimento e suas relações com a política interna das nações, a disputa pelo poder e pela hegemonia, em meio às relações transescalares e o comércio mundial, é um desafio que segue sendo necessário para as instituições "think-thanks" [3] no mundo inteiro, inclusive no Brasil.
Referências:
[1] CUNNINGHAM, Nick. Oil Prices. Post Tillerson: Is The Iran Nuclear Deal At Risk? Disponível em: https://oilprice.com/Energy/Energy-General/Post-Tillerson-Is-The-Iran-Nuclear-Deal-At-Risk.html
[3] “Think tanks” (em português pode ser traduzido por círculo de reflexão, laboratório de ideias e fábrica de ideias) são organizações ou instituições que atuam no campo dos grupos de interesse, produzindo e difundindo conhecimento sobre assuntos estratégicos, com vistas a influenciar transformações sociais, políticas, econômicas ou científicas sobretudo em assuntos sobre os quais pessoas comuns (leigos) não encontram facilmente base para análises de forma objetiva. Os think tanks podem ser independentes ou filiados a partidos políticos, governos ou corporações privadas.
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