O Brasil entregando por completo sua soberania com a ideia de liderar uma parte da periferia sulamericana e africana.
O resultado político disso é que com a confusão instalada no maior e mais influente país da América Latina, os EUA com Trump (como seria com outro), hoje prefere a Argentina no continente.
O Brasil entregou e continua entregando, conforme combinado, os ativos de petróleo, campos do pré-sal, gasodutos, etc. às petroleiras, para-petroleiras e fundos financeiros americanos e em troca não tiveram nada. E nada terão.
Pior. Terão ainda mais bordoada sobre o que resta do capital
produtivo nacional para além do desmonnte e desintegração das empresas
estatais no setor de energia (petróleo e energia elétrica).
Assim, nesta última semana viram o peso da lógica do império América First
(América Primeiro), que na verdade está mais para America Only (Somente
America), com as sobretaxas ao nosso aço e alumínio.
Esta decisão ignorando e passando por cima da OMC e de outros
organismos multilaterais, deixa claro o peso da bota sobre quem se submete.
O resultado disso poderá ser o fechamento no médio prazo, da
CSN, em Volta Redonda, a que mais sofrerá, da Usiminas e ainda de enormes sacrifícios
ao grupo Gerdau, combalindo ainda mais o que resta de industrialização de base no Brasil.
O mesmo já ocorre em outra indústria de base a do petróleo,
onde entregaram a redução – quase o fim – da política de conteúdo local, um
Repetro com isenção fiscal de centenas de bilhões.
Se não bastasse os golpistas seguem entregando não apenas a
dependência política e econômica, mas a industrialização de base, que ainda tínhamos
e que foi iniciada por Vargas.
Desta forma, em pouco mais de um ano de golpe, o Brasil
avança a passos largos para a reprimarização exportando hoje, mais de 1 milhão
por dia de óleo cru. Simultaneamente, o Brasil passou a importar das refinarias
dos EUA, quase o mesmo volume de derivados de petróleo refinado, com as nossa
refinarias trabalhando com 30% de capacidade ociosa e contribuindo para que
tenhamos que estar pagando quase R$ 5, no litro da gasolina em nossos postos.
Aí está a globalização do mundo real. O soft-power do golpe
consentido e acordado entre a elite econômica e política brasileira com os
donos do poder. Em troca o que tiveram? O poder político sobre o buraco aberto
no seio da nação brasileira.
Infelizmente o quadro real de tão trágico e límpido é por
demais fácil de compreender e cada vez mais difícil de combater, porque faltam
e faltarão cada vez mais base material e econômica para esse enfrentamento.
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