A mídia comercial é muito forte neste tipo de empreitada.
Mas parece que se embolou.
Deu apoio inicial aos caminhoneiros e parecia querer emparedar a Petrobras, talvez de olho na ideia de defender a privatização total e completa da empresa.
Mas, o que foi se tornando o alvo foi exatamente a política do Parente, o homem do mercado na estatal.
Querendo se mostrar independente, Parente puxou para si a política de preços que está sendo questionada, porque se mostrou atrativa apenas para investidores e para ampliar o entreguismo e as consequências da privatização de partes da empresa com a desintegração de sua cadeia produtiva que ficou ainda mais visível para a maioria da população.
O arrogante e independente Golias à frente da Petrobras repete o apagão na época de FHC.
Ao contrário do desejado, não é a empresa que está sendo questionada, mas a política do Parente, indicado pelo mercado e que se diz independente do Temer (sic).
E tome contradições.
Nem centenas de manifestações contra o mercadismo e as privatizações teriam este efeito de mostrar como elas atendem apenas aos ricos investidores, ao mesmo tempo que cria problemas para a maioria das pessoas, especialmente no campo dos preços e tarifas.
Temos assim no dia-a-dia aulas de realidade desde o gás de cozinha, a luz, a gasolina, diesel, etc. E seguem na ânsia para vender a qualquer jeito a Eletrobras e mais fatias da Petrobras.
Tem-se aí uma politização da população para que ela compreenda com mais clareza a rede de questões sobre o complexo tema da energia e combustíveis e sua extensa cadeia produtiva e como a mesma mexe na vida das pessoas.
De que adianta o país se autossuficiente de petróleo se um espirro nos preços mexe de ponta-cabeça com a vida de todos os brasileiros?
A mídia comercial foi se enrolando ao mostrar os questionamentos que estão no seio da população.
Essas questões estão levando ao já conhecido histerismo da classe média, a que mais rapidamente fica apavorada com os riscos de desabastecimento, apesar de que a divulgação da simples ameaça, o faz torná-la real.
O caso dos combustíveis - como já tinha acontecido com o gás de cozinha - expôs ainda a fragilidade de toda a política econômica de austeridade fiscal aos extremos do governo Temerário, que hoje vaga como zumbi, entre ameaças dos processos de corrupção do MDB e os questionamentos sobre os resultados de suas políticas depois de dois anos.
A disputa política segue com força.
Não há saídas fora da mediação política ou a barbárie estará nos esperando na esquina da história.
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