A corporação italiana que comprou a Ampla, continuou em 2017, na
lista das piores distribuidoras de energia elétrica do país. Em 2017, era a 31ª, numa lista
de 33 (do IDGC), onde a última é também uma concessionária sua: a Enel GO, no
estado de Goiás. [1]
Se não bastasse isso, a Enel que acabou de comprar a maior
parte do controle acionário da concessionária Eletropaulo - se transformando na
maior distribuidora de energia elétrica do Brasil com 17 milhões de
consumidores - pratica no ERJ, a terceira maior tarifa do Brasil, onde cobra
0,623 reais (R$) por KWh. Sim, a 3ª maior tarifa de energia elétrica do país!
Infográfico Valor, 12 jun. 2018, P.B2 [1] |
A empresa não é mais controlada pelo governo estadual, foi privatizada em 1996, durante os governos tucanos Marcelo Alencar no ERJ e FHC no país.
A Cerj na ocasião foi comprada por uma empresa chilena, a
Chilektra. Depois passou o controle para um grupo espanhol em 2014 passou a ser
comandada da Itália. Neste percurso, a empresa passou a ter muito menos
funcionários, a grande maioria terceirizada e com salários muito menores. A
tarifa é absurdamente mais cara, mas é uma empresa italiana que tem 23 de suas
ações nas mãos do governo italiano.
Em várias partes do mundo as concessionárias de energia
elétrica e saneamento (água, esgoto e
lixo) estão sendo reestatizadas depois da onda privatista neoliberal puxada pela
Margareth Tatcher na Europa.
Nestes dois casos se tratam de um fornecimento de serviço de
monopólio. Não passa na frente de sua casa, duas empresas para fornecer energia
elétrica e/ou água para disputar cliente na própria lógica de mercado.
Assim, com tarifas absurdas calculadas com critérios
definidas em pressões exercidas a partir da ação de caros escritórios de
advocacia que pressiona e compra as decisões do poder político, o resultado é
este que se vê.
Com tarifas nestes preços, qualidade de atendimento
deficitário, os resultados no poder público, mesmo com vários problemas, seriam
mito melhores.
Querem um exemplo? Veja a Cedae no Rio de Janeiro. Observe a
tarifa de forma comparada a outras concessionária, inclusive à Águas do Paraíba
e a qualidade da água. Quase toda a expansão de redes e investimentos em
melhorias forma feitas com recursos do BNDES e juros bem abaixo do mercado. Por
que não se fazer o mesmo com as empresas estatais?
A construção de uma lógica de mercado embotou a compreensão
da maioria das pessoas. A BBC já fez várias matérias sobre reestatizações destes
serviços que são públicos (água, esgoto, lixo e energia elétrica) uma delas foi
replicada aqui pelo blog em 24 jun 2017. Segundo um "mapa das remunicipalizações do Observatório Corporativo Europeu eram 835 casos de reestatizações destes serviços, só no caso de água e lixo na Europa.
É importante que você que é cliente da Enel sem ter outra alternativa de fornecimento de energia elétrica saiba disto. Pense na ideia do que te venderam quando privatizaram todos estes serviços. Conheça os bilionários lucros da empresa e de onde estão os seus donos que continuam colocando seus dinheiros, ao comprar mais empresas com os lucros obtidos a partir de tarifas absurdas e serviços de péssima qualidade que identificamos em nosso dia-a-dia.
É importante que você que é cliente da Enel sem ter outra alternativa de fornecimento de energia elétrica saiba disto. Pense na ideia do que te venderam quando privatizaram todos estes serviços. Conheça os bilionários lucros da empresa e de onde estão os seus donos que continuam colocando seus dinheiros, ao comprar mais empresas com os lucros obtidos a partir de tarifas absurdas e serviços de péssima qualidade que identificamos em nosso dia-a-dia.
Referências:
[1] Matéria do Valor em 12 jun 2018. Distribuição da Enel no Brasil tem altos e baixos. Disponível em: http://www.valor.com.br/empresas/5587673/distribuicao-da-enel-no-brasil-tem-altos-e-baixos[2] Matéria do blog do autor, em 24 jun. 2017, replicando matéria da BBC Brasil. Centenas de cidades pelo mundo (Berlim, Paris e outras) estão reestatizando os serviços de água, esgoto e lixo. Disponível em: http://www.robertomoraes.com.br/2017/06/centenas-de-cidades-pelo-mundo-berlim.html
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