Valor, 20 jul. 2018, P. B1 |
Nas últimas postagens sobre o assunto que podem ser vistas
(aqui, aqui, aqui e aqui) foi sustentado que a petroquímica é uma das áreas da
extensa cadeia produtiva do petróleo, vinculada ao refino e que tende a ser
cada vez mais estratégica, na medida que o uso de derivados do petróleo deixe de ser mais intensivo no uso para o transporte.
Pois bem, corroborando com a necessidade das petroleiras no
mundo todo buscarem uma integração das diversas etapas desta cadeia produtiva, como forma de lidar melhor com as oscilações e os ciclos de preço desta
mercadoria especial, eu trago ao lado uma pequena nota veiculada no Valor (20 jul,
P. B1).
A informação mostra a opção da grande petroleira saudita
Saudi Aramco ao decidir comprar uma participação e o controle da empresa petroquímica Sabic
(a quarta maior do mundo, veja na tabela abaixo) detalhando que com a negociação, a estatal petroleira “está expandindo de forma expressiva suas operações
petroquímicas e avançando na sua meta de se tornar uma empresa moderna e
integrada como a Exxon Mobil e a Royal Dutmch Shell”.
A Sabic já era uma empresa pública com o controle de 70% por parte do governo, mas a decisão de repassar o controle para a petroleira estatal Saudi Aramco reforça a ideia da integração da cadeia produtiva. A saudita Sabic é uma corporação global com 35 mil funcionários e atuação na América, Europa, e Ásia-Pacífico, para além do Oriente Médio.
Assim, se observa o caso de outra petrolífera no mundo que segue um
caminho inverso do que a Petrobras, pós-golpe, passou a fazer com a
desintegração e desverticalização de sua atuação em todo a cadeia produtiva do petróleo indo do poço, ao posto, e agora, mais recentemente, até o poste com a eletrificação e o uso das térmicas à gás natural.
É sintomático que informações como estas apreçam em notas
periféricas e em pés de páginas, no interior da mídia corporativa.
Desta forma, esta informação completa
assim, a série que vínhamos tratando do tema sobre a importância estratégica de
manter o setor petroquímico sob o controle de empresas nacionais, evitando a
dependência de oligopólios controlados do exterior.
No Brasil, só agora a Abliplast (Associação Brasileira de
Plásticos) acordou para os riscos da desnacionalização da Braskem e anuncia que
pretende questionar a decisão no Conselho Administrativos de Defesa Econômica
(Cade) sobre os impactos no mercado nacional de resinas plásticas, na medida
que a produção no Brasil passará ter controle do que será a maior empresa
global do setor, a holandesa LyondellBasel.
É lamentável assistir todo este desmonte que tornará o país
e sua produção industrial mais dependente e periférica.
PS.: Atualizado às 16:34: para breve acréscimo no texto.
PS.: Atualizado às 16:34: para breve acréscimo no texto.
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