Desde o dia 10 de agosto de 2004 até hoje, passamos por fases diversas de um ciclo político e econômico no país. Hoje, vivemos tempos difíceis, visões fragmentadas num cenário terrível nas diferentes escalas de observação. Fases do colapso de um ciclo também em várias dimensões. Fases e ciclos deste período de quatorze anos podem assim serem lidas e vistas no vasto arquivo do blog.
A vida segue sendo aquilo que acontece enquanto a gente faz
planos. E viver é lutar de forma permanente, em meio às fases e ciclos.
Entre outras coisas, a maturidade traz duas questões antagônicas e quase dialéticas, assim como é a vida em constante movimento.
Com o tempo a gente perde um pouco a capacidade de se iludir com algumas coisas e ideias que fazem a gente viver e se movimentar. Percebo e resisto à esta realidade.
De outro, dialeticamente, observo que a maturação do tempo nos ensina a olhar as fases deste processo que é a vida, como partes de um ciclo mais longo e civilizacional e menos pessoal.
Um olhar meio que de fora, mesmo que seja de quem ainda está dentro do processo, mas se interessa cada vez mais pelo processo e resultados do ciclo longo e histórico, como ensinou Braudel.
E já que falamos de tempo, eu hoje garanto, que se de um lado eu nunca imaginei que o blog durasse tanto
tempo, hoje vejo que o mesmo já tem muito mais passado que futuro. Muito mais. Em que pese
minha decisão de continuar resistindo, pensando e compartilhando tudo de forma
coletiva.
Assim, eu agradeço imensamente o apoio e o convívio de todas e todos, repetindo o nosso lema que reproduz a ideia do movimento da roda da vida: sigamos em frente.
Desta forma, transcrevo abaixo o que publiquei quando este blog completou 13 anos.
13 anos de blog!
Nunca tive a pretensão de estender por tanto tempo a
experiência de blogueiro.
O blog, nascido numa época em que seus similares eram raros e as redes sociais ainda engatinhavam, a ideia plantada era apenas, que pudesse ser uma forma de compartilhar ideias e arquivos de assuntos que me interessavam.
Incontáveis foram as vezes que programei a saída, mas o sigamos em frente sugerido no geral, vale também quando entoado para o blogueiro.
O blog começou mais local-regional com algumas abordagens nacionais. Mas, o interesse do blogueiro foi subindo as escalas e assim também os textos e as notas.
O blog, nascido numa época em que seus similares eram raros e as redes sociais ainda engatinhavam, a ideia plantada era apenas, que pudesse ser uma forma de compartilhar ideias e arquivos de assuntos que me interessavam.
Incontáveis foram as vezes que programei a saída, mas o sigamos em frente sugerido no geral, vale também quando entoado para o blogueiro.
O blog começou mais local-regional com algumas abordagens nacionais. Mas, o interesse do blogueiro foi subindo as escalas e assim também os textos e as notas.
Com o meu retorno aos estudos e às pesquisas depois de 2010, eu
também senti necessidade e tentei construir pontes entre o conhecimento que
circula na academia e a população.
Sabia que este seria um esforço sempre de
enorme risco, mas sempre julguei que era menor do que aquele do isolamento nos
espaços estritos da academia. Tratava-se de um esforço diuturno diante da ameaça
de ser mal visto por ambos os lados, que se pretendia ligar.
Decorrida quase a metade do tempo de vida nesta blog, neste esforço de transitar dos dois lados, eu talve, possa avaliar que se tratou de um risco que valeu a pena enfrentar, da mesma forma que se vive e enfrenta a vida.
Não só a escala dos assuntos mais macros foram se ampliando, como as análises também foram ficando mais filtradas e esparsas no tempo.
Assim, a análise do público que acessa o blog - ferramenta disponibilizada pelo Blogger - tem hoje, a maioria de fora da região e até do país.
Neste tempo foram mais de uma dezena de milhões de acessos, numa estatística diária que hoje fica entre 3 e 5 mil visitas por dia, conforme o dia da semana.
Depois de um certo patamar de visitas que o blog adquiriu, já há algum tempo, estas estatísticas importam menos, embora a curiosidade para saber o assunto e a origem do interesse por determinados temas, seja sempre grande.
Nestes 13 anos foram quase 20 mil notas publicadas, repercutidas e comentadas. Hoje, isto acontece mais no perfil do Facebook (que se tornou mais ágil e identificável) do que no espaço próprio do blog, onde os "anônimos" sempre eram maioria.
Há muito deixei de me sentir obrigado a postar diariamente. Só o faço quando sinto que tenho algo a dizer e debater.
Continuo avaliando que aprendo muito e mais do que colaboro. Hoje conheço a maioria dos leitores, colaboradores e debatedores, pelo meio digital, e um número menor de forma presencial ou física, característica cada vez mais comum da contemporaneidade.
Com o tempo, o blog também serviu para me autoavaliar. Assim, lembro da expressão de Marx que dizia não é só o oleiro que faz o pote, mas o pote também faz o oleiro ao produzi-lo.
Assim, treze anos depois, considerando a dialética entre o sujeito e a materialidade das coisas, em que um altera o outro, eu talvez, possa dizer, que mais que fazer o blog, eu fui sendo por ele modificado nesta movimentação.
Não só a escala dos assuntos mais macros foram se ampliando, como as análises também foram ficando mais filtradas e esparsas no tempo.
Assim, a análise do público que acessa o blog - ferramenta disponibilizada pelo Blogger - tem hoje, a maioria de fora da região e até do país.
Neste tempo foram mais de uma dezena de milhões de acessos, numa estatística diária que hoje fica entre 3 e 5 mil visitas por dia, conforme o dia da semana.
Depois de um certo patamar de visitas que o blog adquiriu, já há algum tempo, estas estatísticas importam menos, embora a curiosidade para saber o assunto e a origem do interesse por determinados temas, seja sempre grande.
Nestes 13 anos foram quase 20 mil notas publicadas, repercutidas e comentadas. Hoje, isto acontece mais no perfil do Facebook (que se tornou mais ágil e identificável) do que no espaço próprio do blog, onde os "anônimos" sempre eram maioria.
Há muito deixei de me sentir obrigado a postar diariamente. Só o faço quando sinto que tenho algo a dizer e debater.
Continuo avaliando que aprendo muito e mais do que colaboro. Hoje conheço a maioria dos leitores, colaboradores e debatedores, pelo meio digital, e um número menor de forma presencial ou física, característica cada vez mais comum da contemporaneidade.
Com o tempo, o blog também serviu para me autoavaliar. Assim, lembro da expressão de Marx que dizia não é só o oleiro que faz o pote, mas o pote também faz o oleiro ao produzi-lo.
Assim, treze anos depois, considerando a dialética entre o sujeito e a materialidade das coisas, em que um altera o outro, eu talvez, possa dizer, que mais que fazer o blog, eu fui sendo por ele modificado nesta movimentação.
Desta forma, o blog talvez tenha alterado ainda mais o
sujeito que sou hoje do que o inverso. Em qualquer direção e dimensão que se
queira analisar.
Neste processo, eu também fui percebendo - e já comentei com muitos mais próximos -, que para pensar, de uma forma pouco mais estruturada, eu preciso escrever para as ideias fluírem.
Neste processo, eu também fui percebendo - e já comentei com muitos mais próximos -, que para pensar, de uma forma pouco mais estruturada, eu preciso escrever para as ideias fluírem.
Também para fazer as ligações, que tenta
romper a fragmentação pós-moderna, juntando fatos, temas, autores e ideias.
Assim as ideias vão sendo linkadas, articuladas e sintetizadas para a
explanação e publicação visando o debate.
Não sei por quanto tempo ainda o blog se manterá ativo neste espaço das redes sociais. Hoje, tenho mais críticas que entusiasmo com a ferramenta. Por vezes, sinto que a fragmentação se tornou a doença pós-moderna por excelência.
A fragmentação está sempre à disposição para desinformar, desorganizar e individualizar tudo e todos. E por várias vezes, eu me sinto responsável por contribuir com esta fragmentação que pode mais desinformar que informar. Mais desorganizar que ajudar a organizar.
Enfim, esta é também a dialética da vida e da luta permanente. Assim, agradeço pelo convívio coletivo com todas e todos e... sigamos em frente!
Não sei por quanto tempo ainda o blog se manterá ativo neste espaço das redes sociais. Hoje, tenho mais críticas que entusiasmo com a ferramenta. Por vezes, sinto que a fragmentação se tornou a doença pós-moderna por excelência.
A fragmentação está sempre à disposição para desinformar, desorganizar e individualizar tudo e todos. E por várias vezes, eu me sinto responsável por contribuir com esta fragmentação que pode mais desinformar que informar. Mais desorganizar que ajudar a organizar.
Enfim, esta é também a dialética da vida e da luta permanente. Assim, agradeço pelo convívio coletivo com todas e todos e... sigamos em frente!
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