Os bancos e os banqueiros estão em campanha eleitoral. Eles não são candidatos, mas têm aqueles a quem apoiam.
Interessante ver que os banqueiros agem abertamente, exigindo as mesmas coisas que são faladas pelos candidatos do mercado: reforma da previdência; garantias aos investidores e não reversão das medidas do Temer pró-mercado como a reforma trabalhista, limite de gastos na saúde e educação, perdão de multas, manutenção de subsídios e isenções fiscais, privatizações, etc.
Os banqueiros querem ainda a privatização dos bancos públicos (BB e CEF).
Alckmin e Bolsonaro já aceitaram conceder quase tudo isso, mas agora, os banqueiros estão nervosos, porque deixaram de ter a garantia de vitória eleitoral dos seus protegidos e financiados.
Os banqueiros não abrem mão da manutenção dos juros altos e da concentração do sistema bancário em poucos bancos.
O banqueiros temem o impulso ao crescimento econômico a ser dado por um possível vencedor que não sejam os seus financiados.
Os banqueiros reclamam deste cenário de "incerteza política", porque para eles eleição é dar o poder a quem lhe atende suas exigências e interesses. Eleição boa para eles é só com um resultado.
Assim, os banqueiros estão pagando cada vez mais pesquisas eleitorais e estudos de cenários às consultorias corporativas para avaliação dos riscos.
Um destes estudos é da consultoria S&P “O que está em jogo para os bancos brasileiros diante das eleições presidenciais” pago pelo que chamam de “indústria bancária” (Brica, na sigla em inglês).
Diante dos riscos, os bancos e fundos financeiros já estão movimentando o capital em estratégias que chamam de mais conservadoras e com menores riscos.
Assim, os bancos já estão priorizando a concessão de empréstimos consignados e financiamentos imobiliários.
Isto explica a decisão do Temer na semana passada para aumentar o limite para financiamento da casa própria.
Não tem nada de atender às pessoas e à população. Bem assim, um governo e candidatos que seguem as ordens dos bancos.
O espanto dos banqueiros já é tão grande, que estão até convencendo os tomadores de crédito a terem cautela e suspendendo e adiando projetos. Fato que vem contribuindo para a redução das operações bancárias. A estratégia é a de assim ajudar a criar um ambiente em que o mercado pressiona o eleitor.
Mesmo que a grande maioria dos eleitores nada tenham a ganhar com esta posição e interesses dos banqueiros.
Porém, a força de convencimento dos banqueiros todos sabemos que é muito grande. Com argumento$ e conteúdo$ de toda $orte.
Enfim, azar de quem seguir esta mesma cartilha. A não ser que seja também banqueiro e/ou forte rentista.
Mas, pensando bem: por que será que os banqueiros estão tão desesperados com as eleições presidenciais?
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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