A campanha eleitoral em grande parte não mobiliza as pessoas, para além dos candidatos e seus cabos eleitorais diretos.
Tudo isso parece um reflexo da compreensão de que a política e os partidos estão perdendo – numa velocidade absurda - a capacidade de representação e de intermediação dos interesses presentes nas frações da sociedade, aumentando a crise da democracia ocidental.
Há quem tenha trabalhado para isso.
Não se trata de uma visão de que há necessidade de moderação. Os conflitos podem ser partes das soluções, na medida em que permitem a exposição dos diferentes interesses presentes na sociedade.
Porém, o que se percebe é que a crença de que seja possível construir saídas e alternativas está cada vez mais distante, ou simplesmente se extinguiu.
Se a hipótese é verdadeira é possível compreender que alguns dos que ainda fazem suas apostas sentem que podem estar indo para o cadafalso.
No presente é difícil imaginar uma reaproximação do sistema político com a sociedade, na medida em que a disputa pelo poder fala mais em rupturas, do que em propostas construtivas de inserção social e política para as maiorias marginalizadas.
O esgarçamento deste processo parece um caminho para embates que devem ir bem para além das eleições.
A representação política não tem como continuar a ser apenas para as minorias afortunadas.
No meio do caminho do que pode ser a barbárie, há ainda que resistir, lutar, conversar e construir soluções.
A despeito de tudo isso o povo tem à sua frente formas de intervir que começam com a mobilização e o voto, mas exigirá mais que isto. Sigamos em frente!
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