Em maio deste ano o curso de Serviço Social da UFF-Campos me convidou para uma mesa de abertura de sua Semana Acadêmica.
Tratei do tema "Golpe e Estado pós-democrático no Brasil contemporâneo marcam a retomada radical do neoliberalismo como o maior “case” da plutocracia no mundo".
Na ocasião alinhavei em minha análise em quatro autores: Dardot & Laval (esse uma dupla de franceses com o livro "Uma nova Razão do Mundo"); Theotonio dos Santos (um dos teóricos da Teoria de Dependência no livro "Desenvolvimento e Civilização"); Ladislaw Dowbor (com a reflexões do livro "A Era do Capital Improdutivo") e Rubens Casara (com seu livro "Estado Pós Democrático – neo-obscurantismo e gestão dos indesejáveis").
Em minha fala que em parte tinha sido escrita e outra em tópicos usados para a reflexão, eu dizia que naquele momento existia uma "nesga eleitoral" de chances, para o Brasil tentar retomar um caminho interrompido de inclusão social, para a volta a um estado democrático, em que pesassem alguns equívocos da centro-esquerda no poder.
Assim, sustentei a tese de que o caso do Brasil já vivia uma “retomada radical” do neoliberalismo, imensamente mais violento e prejudicial que o período FHC, que em 2016 foi base para o movimento de impeachment político.
O golpe - com a ponte para o futuro (ou pinguela para o passado - já atendia aos mercadistas e caminhava para o que Casara chamava de um estado pós-democrático.
Assim, como argumento e sustentação listei alguns dos projetos que o “governo-mercadista” do Temer já vinha implementando no dia-a-dia. Chamei a atenção para as articulações entre o poder econômico, político (Estado), mídia e setor judiciário construindo não apenas suas narrativas, mas um conjunto de ações e decisões numa lógica da “plutocracia”.
O quadro sinalizava a retomada, de forma radical, de um neoliberalismo, com desmonte do estado, privatizações, menor regulação através de vários arcabouços legais e constitucionais. No campo jurídico tudo isso estava se juntando e instalando no plano real os alicerces de um estado pós-democrático.
Nesta direção o Brasil, a direita renegava o centro para instalar suas intenções. Nesta ótica, eu dizia que era necessário compreender a fundo a “razão neoliberal” sem o que, é impossível resistir ao Estado Pós-Democrático”.
Era nesse cenário que já se percebiam os riscos de que a "nesga na disputa eleitoral" poderia não dar conta de inverter a direção da ponte. Passado seis meses o quadro se delineou apesar da nossa resistência e luta por ampliar a nesga e impedir a ampliação e radicalização da "nova razão do mundo" em sua versão e porção do sul do planeta na América Latina.
A análise sobre a conjuntura e sobre o processo eleitoral pode ser debatido em diversas dimensões, mas não tem como deixar de observar as razões estruturais para além da nossa conjuntura econômica, política a partidária.
As primeiras falas do grupo eleito reafirma a teoria de dependência (Theotonio dos Santos e Rui Maurini) em que se entrega a soberania em troca de uma vaga ideia do país assumindo a dependência tentar uma condição de sub-imperialista para controlar as demais nações sul-americanas.
No plano nacional se tem a radicalização dos cortes nos direitos sociais e desmonte do Estado.
Voltando à minha fala da UFF na ocasião eu desenvolvi oito tópicos para debate diante dos riscos:
1) O Brasil pós golpe passou a ser o maior "case" mundial do neoliberalismo.
2) Passamos a viver numa plutocracia real e não mais teórica;
3) Assim, chegamos ao golpe com a ponte que nos leva de volta ao passado;
4) Privatizações, desregulação e a redução do papel do Estado;
5) Exemplos da desregulação e controle do poder político e captura do Estado;
6) O domínio do sistema financeiro e o papel dos fundos financeiros;
7) O Papel da política contemporânea no Brasil: A busca do Centro. Que Centro?
8) Conclusão.
Aqui não vou falar de todos eles mas apenas realçar - infelizmente - que a os cenários da estrutura estão sendo postos em prática.
O Brasil pós golpe e pós-eleição caminha para ser o maior "case" mundial do neoliberalismo. O governo mercadista no comando do Brasil, já supera, em muito, o caso do Chile de
Pinochet, na década de 70, o que fez a turma do Chicago-boys. (25 economistas da PUC orientados pela universidade americana). Para a consecução de suas ideias dependem de um governo não democrático. Para eles, “sem uma autoridade não se pode ter um livre mercado “estável”. Agora no caso brasileiro viveremos um governo não democrático pós-voto.
Já vivemos numa plutocracia e na emergência de um Estado pós-democrático que é pouco percebido pela maioria da nossa população. Segundo o Aurélio, “plutocracia” é o poder da riqueza que é exercido pelo grupo mais rico da população, enquanto democracia é o sistema em que o povo exerce a soberania, de forma direta ou indireta. Os ricos não admitem a plutocracia, assim continuam se disfarçando de democracia para avançar nas suas intenções e interesses.
A elite econômica capturou o estado e a Democracia, ampliando seus ganhos e as desigualdades. Já se vive uma “Lawfare” (guerra judiciária) assimétrica com o emprego de manobras jurídico-legais como substituto de força armada, com objetivo de alcançar o controle do poder da nação em articulação a orientações geopolíticas. Ou, uso de instrumentos jurídicos para fins de perseguição política, destruição da imagem pública e inabilitação de um grupo (partido político).
A ideologia neoliberal presente nos atos do Executivo/Legislativo praticamente não é percebida pela maioria. Assim, o afastamento dos direitos e garantias estão sempre justificadas como um falso combate à corrupção.
Para DOS SANTOS, o Neoliberalismo tenta se sustentar num “pensamento mágico” que ataca o Keynesianismo e o Wefare State (Estado de Bem-Estar-Social) e apesar de sua fragilidade teórica e base empirista e pragmática – para os períodos de recessão do ciclo econômico (ciclos longos de Kondratiev) – eles tentam se impor como uma nova “razão do mundo” com um novo modo ode governar as pessoas e a sociedade, ou um modo se ser-no-mundo. (DARDOT & LAVAL, 2016)
Para CASARA (2017) a “proposta neoliberal de instaurar o império do mercado, desmantelar o Estado do Bem-Estar-Social e reduzir os direitos”. “Se o liberalismo clássico aparentava, ao menos preocupação com a questão da “liberdade” e “pelos limites do governo”, a única preocupação do neoliberalismo é transformar o mercado em razão de ser governo, sem qualquer preocupação com limites”. (P.48). SEM COMPREENDER A RAZÃO NEOLIBERAL É IMPOSSÍVEL RESISTIR AO ESTADO PÓS-DEMOCRÁTICO. Os direitos fundamentais são obstáculos ao mercado. (p.66)
DARDOT & LAVAL falam sobre o “neoliberalismo como racionalidade que tem razão no capitalismo contemporâneo assumido como construção histórica e norma geral de vida... Um conjunto de discursos práticas e dispositivos que determinam um novo modo de governo dos homens segundo o princípio da concorrência”.
DARDOT & LAVAL seguem em sua análise: "o neoliberalismo não é apenas uma ideologia ou um tipo de política econômica. É um sistema normativo que ampliou sua influência ao mundo inteiro, estendendo a lógica do capital a todas as relações sociais e a todas as esferas de vida”. Cada pessoa é estimulada a se ver como uma empresa e a eliminar a concorrência. Enquanto sistema mental ele enseja o egoísmo social (ditadura do eu, na lógica da concorrência e disputa), a negação da solidariedade, o individualismo ampliando as desigualdades e as tensões".
Em resumo, na ocasião eu concluía sem findar a análise que hoje se torna ainda mais clara que o Estado Pós-democrático vem com o fim do Estado de Direito e surge junto com a busca do poder pela plutocracia. Não se trata de uma teoria conspiratória, mas uma análise das condições materiais que permitiram este movimento.
Antes de uma também necessária análise de conjuntura e sobre o quadro nacional político-econômico e partidário no Brasil cabe uma reflexão sobre a questão estrutural. Sob pena de cairmos em mais uma armadilha para discutir apenas os partidos, o lulismo e outros temas derivados, mas vinculado à conjuntura.
É perceptível neste movimento a preponderância do sistema financeiro com sua força hegemônica (em articulação com a mídia e o judiciário), onde acontece a captura do poder político (Estado). Ao contrário do que dizem, os neoliberais querem sempre mais Estado e não menos, já que os mesmos precisam de um estado absolutista para implementar sua agenda.
Nesta agenda neoliberal a área social e as pessoas são vistas como um peso na sua concepção mental e ideológica exclusivista de mundo. O Brasil como líder continental que apostou ainda numa agenda internacional de novos alinhamentos e um multilateralismo sem hegemonias no mundo, tornou-se um alvo e um espaço de cobiça.
Assim, vimos como foi ruindo após 2014/2015 o iniciar de um estado de bem-estar-social, com menor dependência, com alguma soberania e uma busca de nação mais inclusiva que tentava recuperar os sobrantes, com Políticas e Direitos Sociais, exatamente num lugar, onde atuam os profissionais de Serviço Social para quem falamos.
Diante do quadro que se vive no presente, a luta por resistir a essa "nova-velha razão do mundo". Será preciso convencer e reunir novos apoios e alianças. Teremos que lutar para recuperar as instituições e a sua atuação para todos, portanto, democrática.
Recuperar e melhorar o judiciário, o ministério público, as instituições do Estado na disputa de poder com a plutocracia.
Lutar novamente e sempre por mais democracia. Só há um caminho lutar e fazer política na busca da retomada da maioria.
Reorganizar a luta e o povo para uma vida que seja coletiva – não individual – vida que seja solidária – não competitiva e para uma sociedade não empresarial que seja um sistema com uma verdadeira nova razão do mundo, com uma civilização pós-capitalista.
Sigamos de novo e sempre, em frente!
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
terça-feira, outubro 30, 2018
domingo, outubro 28, 2018
O resultado eleitoral no Brasil e a necessária resistência ao governo de extrema direita
Bolsonaro eleito foi com 55% dos votos x 45% de Haddad. Há que se respeitar a vontade da maioria, mas não se pode deixar de dizer que não foi uma eleição normal e igual. Mas ela é consequência do processo que iniciou em 2016 e que marca uma ruptura com o processo democrático e a aproximação com práticas autoritárias que aparecem no cenário, apesar de negadas.
Essa eleição é ainda fruto de questões estruturais globais aliadas a interesses econômicos internacionais e não apenas conjunturais no Brasil.
Os institutos de pesquisas do Ibope e Datafolha acertaram os números de ontem. Eleitoralmente, a maior vantagem foi obtida no Sudeste onde concentra quase metade do eleitorado e que Bolsonaro alcançou quase 70% dos votos. Em relação ao 1º turno Haddad cresceu 16% (de 29% para 45%) e Bolsonaro 9% (de 46% para 55%).
Para aqueles - como eu - que defenderam Haddad e um dos outros candidatos diferente do Bolsonaro, há que se reconhecer que houve muita luta onde tentamos evitar o acesso da extrema direita ultraneoliberal e entreguista ao poder no Brasil.
Agora é seguir lutando já que a luta é o tempero da vida. Avalio que a parcela da população, em especial os mais pobres e os que mais precisam dos governos, e ainda aqueles que divergem politicamente do eleito viveremos tempos difíceis de pressão. Porém, resistiremos e seguiremos adiante!
Essa eleição é ainda fruto de questões estruturais globais aliadas a interesses econômicos internacionais e não apenas conjunturais no Brasil.
Os institutos de pesquisas do Ibope e Datafolha acertaram os números de ontem. Eleitoralmente, a maior vantagem foi obtida no Sudeste onde concentra quase metade do eleitorado e que Bolsonaro alcançou quase 70% dos votos. Em relação ao 1º turno Haddad cresceu 16% (de 29% para 45%) e Bolsonaro 9% (de 46% para 55%).
Para aqueles - como eu - que defenderam Haddad e um dos outros candidatos diferente do Bolsonaro, há que se reconhecer que houve muita luta onde tentamos evitar o acesso da extrema direita ultraneoliberal e entreguista ao poder no Brasil.
Agora é seguir lutando já que a luta é o tempero da vida. Avalio que a parcela da população, em especial os mais pobres e os que mais precisam dos governos, e ainda aqueles que divergem politicamente do eleito viveremos tempos difíceis de pressão. Porém, resistiremos e seguiremos adiante!
2º Turno no Brasil tem uma cobertura capenga e enviesada da mídia comercial nacional
É um quadro um tanto surreal. Porém, é bastante difícil acompanhar o processo de eleição presidencial no Brasil na mídia corporativa nacional.
Já nem se trata de se reclamar do mensageiro pelas notícias, mas é o cacoete e a concepção mental que pauta o que é ou não notícia e os comentários que daí derivam.
As observações e comentários são quase sempre os mesmos por parte de diferentes jornalistas e veículos da mídia comercial brasileira.
Não há abordagens distintas e diferentes ângulos.
Na mídia internacional, mesmo mais distantes, com poucos correspondentes e menor quantidade de informações ainda se tem algo um pouco diferente.
Quer um exemplo?
"Helenice da Silva, Niza, tiene 57 años, vive en Rocinha, una favela de la Zona Sur de Río de Janeiro, y trabaja desde hace nueve años como empleada de hogar. Cuenta animada que en dos años se va a jubilar. Con siete hijos y 13 nietos, espera que el próximo presidente y gobernador mejoren las escuelas. "La gente de Rocinha, también dice que está cansada de la violencia cotidiana, aunque piensa: 'Todo el mundo dice que Rocinha es violenta, pero no lo es, y violencia la hay en todas partes". Niza culpa a la policía de que entre en la favela disparando por doquiera y cree que, con Bolsonaro, la situación tiende a empeorar. Sus jefes, que van a votar por el candidato de extrema derecha, esperan que el nuevo presidente acabe con los bandidos y las drogas. "Dice que mis nietos van a poder estudiar en paz y que las escuelas van a mejorar, y yo siempre digo que quiero ver para creer". Informa Felipe Betim."
Ainda do El País a jornalista Marina Rossi ouve outra eleitora em Recife: "En la zona norte de Recife, la capital del Estado atlántico de Pernambuco, la corredora inmobiliaria Julia Castro, de 20 años, dice que ha votado a Bolsonaro porque cree en el cambio que puede aportar. "Ya voté por el PT y no cambió nada", asegura. Cree que su candidato puede invertir principalmente en seguridad pública y que, si Haddad gana, las cosas seguirán igual. "Si Haddad gana, va a quedar todo tal y como está, sobre todo la corrupción", informa Marina Rossi."
Já nem se trata de se reclamar do mensageiro pelas notícias, mas é o cacoete e a concepção mental que pauta o que é ou não notícia e os comentários que daí derivam.
As observações e comentários são quase sempre os mesmos por parte de diferentes jornalistas e veículos da mídia comercial brasileira.
Não há abordagens distintas e diferentes ângulos.
Na mídia internacional, mesmo mais distantes, com poucos correspondentes e menor quantidade de informações ainda se tem algo um pouco diferente.
Quer um exemplo?
Veja o que acabo de ler aqui no El País do jornalista Felipe Betim que relata o depoimento de uma eleitora na Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro:
"Helenice da Silva, Niza, tiene 57 años, vive en Rocinha, una favela de la Zona Sur de Río de Janeiro, y trabaja desde hace nueve años como empleada de hogar. Cuenta animada que en dos años se va a jubilar. Con siete hijos y 13 nietos, espera que el próximo presidente y gobernador mejoren las escuelas. "La gente de Rocinha, también dice que está cansada de la violencia cotidiana, aunque piensa: 'Todo el mundo dice que Rocinha es violenta, pero no lo es, y violencia la hay en todas partes". Niza culpa a la policía de que entre en la favela disparando por doquiera y cree que, con Bolsonaro, la situación tiende a empeorar. Sus jefes, que van a votar por el candidato de extrema derecha, esperan que el nuevo presidente acabe con los bandidos y las drogas. "Dice que mis nietos van a poder estudiar en paz y que las escuelas van a mejorar, y yo siempre digo que quiero ver para creer". Informa Felipe Betim."
Ainda do El País a jornalista Marina Rossi ouve outra eleitora em Recife: "En la zona norte de Recife, la capital del Estado atlántico de Pernambuco, la corredora inmobiliaria Julia Castro, de 20 años, dice que ha votado a Bolsonaro porque cree en el cambio que puede aportar. "Ya voté por el PT y no cambió nada", asegura. Cree que su candidato puede invertir principalmente en seguridad pública y que, si Haddad gana, las cosas seguirán igual. "Si Haddad gana, va a quedar todo tal y como está, sobre todo la corrupción", informa Marina Rossi."
Breve análise das pesquisas que buscam os movimentos de intenções de votos
Pesquisas eleitorais tentam medir tendências e movimentos.
Para identificar esses movimentos a apuração mais recente tem sempre mais importância.
Assim, não se deve deixar de considerar a pesquisa do Vox Populi é a única dessas pesquisas cujas entrevistas foram feitas apenas hoje, enquanto que a do Ibope e Datafolha usaram coletas dos últimos dias, segundo seus próprios relatórios colocados no site do TSE.
Os próprios gestores do Ibope e Datafolha estão dizendo, agora em entrevista na TV, que esse movimento e essa tendência devem prosseguir, porque o papel das redes sociais são muito intensas e promovem movimentos com enorme velocidade.
Assim, a pesquisa do Vox Populi tem mais potência para pegar esse movimento hoje em todo o país que identificou um empate de 43% x 43% em números absolutos e 50% x 50% em votos válidos.
Se considerarmos que o movimento prossegue nas conversas em família e pelas redes, é possível avaliar que a virada de Haddad pode estar ocorrendo nesta noite e madrugada e amanhã, dia da eleição.
Diante dessas informações se vê que a eleição está aberta e repito, pode estar sendo decidida nesses últimos movimentos. Muitos duvidavam até que essa intensa disputa ocorreria, quanto mais uma virada.
Mais alguns dados e análises das pesquisas
Haddad cresceu uniformemente já ganha entre mulheres, os mais pobres, reduziu a diferença entre os evangélicos em quase 10%, ganha (em empate técnico) os católicos e 4% nas outras religiões.
Haddad ampliou a margem no Nordeste e reduziu as diferenças no Sudeste. No ESP já tem quase 40% das intenções de votos. Esses dados são da média entre Ibope e Datafolha estratificados por sexo, renda e algumas regiões.
O mais significativo para Haddad é ter crescido de maneira uniforme e distribuída, o que aponta maior potencial para seguir esse movimento nesta noite e amanhã. Se esse crescimento estivesse concentrado em algum segmento, ela estaria mais limitada. A conferir!
Para identificar esses movimentos a apuração mais recente tem sempre mais importância.
Assim, não se deve deixar de considerar a pesquisa do Vox Populi é a única dessas pesquisas cujas entrevistas foram feitas apenas hoje, enquanto que a do Ibope e Datafolha usaram coletas dos últimos dias, segundo seus próprios relatórios colocados no site do TSE.
Os próprios gestores do Ibope e Datafolha estão dizendo, agora em entrevista na TV, que esse movimento e essa tendência devem prosseguir, porque o papel das redes sociais são muito intensas e promovem movimentos com enorme velocidade.
Assim, a pesquisa do Vox Populi tem mais potência para pegar esse movimento hoje em todo o país que identificou um empate de 43% x 43% em números absolutos e 50% x 50% em votos válidos.
Se considerarmos que o movimento prossegue nas conversas em família e pelas redes, é possível avaliar que a virada de Haddad pode estar ocorrendo nesta noite e madrugada e amanhã, dia da eleição.
Diante dessas informações se vê que a eleição está aberta e repito, pode estar sendo decidida nesses últimos movimentos. Muitos duvidavam até que essa intensa disputa ocorreria, quanto mais uma virada.
Mais alguns dados e análises das pesquisas
Haddad cresceu uniformemente já ganha entre mulheres, os mais pobres, reduziu a diferença entre os evangélicos em quase 10%, ganha (em empate técnico) os católicos e 4% nas outras religiões.
Haddad ampliou a margem no Nordeste e reduziu as diferenças no Sudeste. No ESP já tem quase 40% das intenções de votos. Esses dados são da média entre Ibope e Datafolha estratificados por sexo, renda e algumas regiões.
O mais significativo para Haddad é ter crescido de maneira uniforme e distribuída, o que aponta maior potencial para seguir esse movimento nesta noite e amanhã. Se esse crescimento estivesse concentrado em algum segmento, ela estaria mais limitada. A conferir!
sábado, outubro 27, 2018
Vox Populi dá empate 50% x 50% com virada de Haddad. Decisão fica para o dia da eleição. Vox foi o que mais se aproximou no 1º turno
Vox Populi divulgou agora sua última pesquisa que identificou virada do Haddad: 43% x 43% com 9% de Nulos e 5% de Indecisos.
Em votos válidos Haddad 50% x 50% Bolsonaro.
Isso deixa a onda de amanhã com a definitiva.
Antes que questionem, relembro que na pesquisa do sábado véspera do 1º turno, os resultados do Vox Populi foram aqueles que ficaram mais perto dos resultado oficial, incluindo as pesquisas do Ibope e Datafolha.
As ruas hoje indicavam essa virada.
Pessoas de todos os níveis de renda, sexo e locais queriam os adesivos do Haddad.
Nós que estávamos com adesivos éramos saudados. E nenhum questionamento de apoiadores do adversário.
O domingo será decisivo.
PS.: Atualizado às 19:22: A pesquisa do Vox Populi foi registrada junto à Justiça Eleitoral no dia 21 de outubro, sob o número BR-09614/2018. Foram entrevistados 2.000 eleitores de 16 anos ou mais, em 121 municípios. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, estimada em um intervalo de confiança de 95%.
PS.: Atualizado às 21:20:
Também no Ibope que é mais conservador na amostra ele já mostra a virada e a boca do jacaré fechando. Veja nos números absolutos e não nos votos válidos. Uma alteração que também aponta uma onda que poderá ser confirmada e ampliada amanhã no dia da eleição.
Em função das agressões e violência dos apoiadores do candidato do PSL que amedrontam e agridem, muitos eleitores preferem indicar intenção de votar branco/nulo ou que está indecisos que somados dão 12%, o dobro da diferença entre os dois candidatos.
E como disse Pedro Verdade Souza em comentário no Facebook. A boca do jacaré vai virar rabo de peixe com a inversão de intenções de votos.
Veja abaixo o gráfico da pesquisa do Ibope de hoje com os números absolutos onde mostra que a diferença caiu para 6% .
Resultado oficial 1º turno x pesquisas véspera 1º turno 6 out. 2018 |
Em votos válidos Haddad 50% x 50% Bolsonaro.
Isso deixa a onda de amanhã com a definitiva.
Antes que questionem, relembro que na pesquisa do sábado véspera do 1º turno, os resultados do Vox Populi foram aqueles que ficaram mais perto dos resultado oficial, incluindo as pesquisas do Ibope e Datafolha.
Veja ao lado a arte das pesquisa de sábado do 1º turno e resultados oficiais que foi feita por Leonardo Ferreira.
As ruas hoje indicavam essa virada.
Pessoas de todos os níveis de renda, sexo e locais queriam os adesivos do Haddad.
Nós que estávamos com adesivos éramos saudados. E nenhum questionamento de apoiadores do adversário.
O domingo será decisivo.
PS.: Atualizado às 19:22: A pesquisa do Vox Populi foi registrada junto à Justiça Eleitoral no dia 21 de outubro, sob o número BR-09614/2018. Foram entrevistados 2.000 eleitores de 16 anos ou mais, em 121 municípios. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, estimada em um intervalo de confiança de 95%.
PS.: Atualizado às 21:20:
Também no Ibope que é mais conservador na amostra ele já mostra a virada e a boca do jacaré fechando. Veja nos números absolutos e não nos votos válidos. Uma alteração que também aponta uma onda que poderá ser confirmada e ampliada amanhã no dia da eleição.
Em função das agressões e violência dos apoiadores do candidato do PSL que amedrontam e agridem, muitos eleitores preferem indicar intenção de votar branco/nulo ou que está indecisos que somados dão 12%, o dobro da diferença entre os dois candidatos.
E como disse Pedro Verdade Souza em comentário no Facebook. A boca do jacaré vai virar rabo de peixe com a inversão de intenções de votos.
Veja abaixo o gráfico da pesquisa do Ibope de hoje com os números absolutos onde mostra que a diferença caiu para 6% .
sexta-feira, outubro 26, 2018
O medo do futuro não pode ser paralisante: é preciso ação!
O medo do futuro hoje é praticamente todo vinculado e atribuído ao candidato da bala, da arma e do desequilíbrio.
Esse sentimento de quem se sente ao lado do abismo pauta esses dois últimos dias antes das eleições.
O medo interfere nas pesquisas e pode seguir alterando a posição de mais eleitores.
Esse sentimento de quem se sente ao lado do abismo pauta esses dois últimos dias antes das eleições.
O medo interfere nas pesquisas e pode seguir alterando a posição de mais eleitores.
quinta-feira, outubro 25, 2018
Grupo de pesquisa TCP/UERJ confirma alta influência dos grupos de WhatsApp e redes de segurança e igrejas na campanha eleitoral no Brasil
Muito boa essa matéria sobre os grupos de WhatsApp e Fake News da jornalista Mariana Simões no site do jornal El País. A reportagem complementa informações das outras matérias da FSP e ontem da Época.
Na ocasião eu descrevi que a rede orgânica e com comando desses duas maiores redes tinham uma estrutura hierárquica e que era distribuída espacialmente pelo país. A de segurança começa com pessoas das forças militares federais, polícia federal, polícias civis e militares estaduais, guardas municipais, seguranças privadas e até porteiros de prédios. E as de religiões têm nos evangélicos neopentecostais como a mais extensa e densa, mas envolve pessoas dos diversos credos e valorizam o discurso moral e de costumes.
Essa pesquisa empírica do TCP da UERJ comprova isso, mas relatando que os temas são múltiplos, embora esses sejam centrais e que produzem efeitos maiores através das fakes. Ela traz ainda alguns relatos reais de conversas dentro desses grupos de WhatsApp.
O Seu título e subtítulo: "Grupos pró-Bolsonaro no WhatsApp orquestram notícias falsas e ataques pessoais na internet, diz pesquisa: Pesquisadores da Uerj acompanharam grupos de vários candidatos no aplicativo desde maio; bolsonaristas têm maior alcance e organização".
Essa matéria do El País se aprofunda mais nas estratégias e conteúdos dos grupos de WhatsApp. As outras davam números e falavam em pelo menos 2 mil grupos pró Bolsonaro. Há quem fale, como o jornalista Rodrigo Carro, do Valor, em 200 mil grupos a favor do capitão.
Interessante também que ela fala num comando dos grupos, numa centralidade. Também tratam com dados da pesquisa empírica do grupo de pesquisa em Tecnologias da Comunicação e Política (TCP) na UERJ que tem monitorado grupos de WhatsApp em apoio a candidatos presidenciais.
Interessante também que ela fala num comando dos grupos, numa centralidade. Também tratam com dados da pesquisa empírica do grupo de pesquisa em Tecnologias da Comunicação e Política (TCP) na UERJ que tem monitorado grupos de WhatsApp em apoio a candidatos presidenciais.
Os 14 pesquisadores do TCP/UERJ se inseriram em 90 grupos. Eles tratam e detalham com dados empíricos daquilo que intuitivamente eu levantei em textos sobre duas redes centrais com os temas de segurança e igrejas. Veja aqui postagem do blog no dia 13 de outubro: "As duas redes de campanha do Bolsonaro, a "memificação da política" e os riscos dessa estratégia!"
Na ocasião eu descrevi que a rede orgânica e com comando desses duas maiores redes tinham uma estrutura hierárquica e que era distribuída espacialmente pelo país. A de segurança começa com pessoas das forças militares federais, polícia federal, polícias civis e militares estaduais, guardas municipais, seguranças privadas e até porteiros de prédios. E as de religiões têm nos evangélicos neopentecostais como a mais extensa e densa, mas envolve pessoas dos diversos credos e valorizam o discurso moral e de costumes.
Essa pesquisa empírica do TCP da UERJ comprova isso, mas relatando que os temas são múltiplos, embora esses sejam centrais e que produzem efeitos maiores através das fakes. Ela traz ainda alguns relatos reais de conversas dentro desses grupos de WhatsApp.
Vale conferir também os infográficos elaborados pelos pesquisadores do grupo de pesquisa em Tecnologias da Comunicação e Política (TCP) na UERJ que espalhei aqui nessa postagem. Ela mostra os elos de integração entre os grupos que são chaves para se compreender as redes digitais e sua potência para conseguir seus objetivos.
Ao contrário do que se possa imaginar, a melhor forma de enfrentar agora esses grupos nos três dias que faltam é menos pelas redes digitais e mais pelas conversas pessoais que criam confiança entre tantas fakes, memes e desconfianças.
quarta-feira, outubro 24, 2018
É hora de superar o descaminho do contra e do erro histórico. A quem ainda está decidindo sobre o seu voto, humildemente, solicito que pensemos, afirmativamente, a favor da reconstrução democrática de um futuro melhor!
O candidato do PSL ao reafirmar com raiva "que acabará com o ‘coitadismo’ de crianças que sofrem bullying, nordestinos, negros e gays" mostra que ele precisa o tempo todo alimentar a sanha odienta e fascista da maior parte daqueles que o seguem.
Isso mostra como serão - ou já são - suas limitações para conter a violência contra os que dele divergem.
Ele quer eliminá-los do caminho. Quer "fazer limpeza".
Ao mesmo tempo que ele precisa estar sempre alimentando essa raiva para não seguir perdendo apoios, ele aumenta o grau de descontrole sobre esses que pensa liderar.
Isso é explosivo sob o ponto de vista político e civilizatório.
Por isso, diariamente, Bolsonaro tem que dizer que não disse o que disse, ou o que entenderam que ele falou.
E desmentir aliados, que não lidera e cada vez tem menos controle.
Insistir no voto a ele é pular num abismo.
Não faz sentido pagar para ver se vale o que ele fala ou aquilo que desmente, já que ele não lidera esses raivosos.
Esse descaminho além de absurdo é um descaminho e um erro histórico.
Assim solicito humildemente, a cada um que ainda está decidindo sobre o seu voto, que pensemos não no contra, mas afirmativamente, a favor da reconstrução democrática de um futuro melhor!
#Haddad13.
Isso mostra como serão - ou já são - suas limitações para conter a violência contra os que dele divergem.
Ele quer eliminá-los do caminho. Quer "fazer limpeza".
Ao mesmo tempo que ele precisa estar sempre alimentando essa raiva para não seguir perdendo apoios, ele aumenta o grau de descontrole sobre esses que pensa liderar.
Isso é explosivo sob o ponto de vista político e civilizatório.
Por isso, diariamente, Bolsonaro tem que dizer que não disse o que disse, ou o que entenderam que ele falou.
E desmentir aliados, que não lidera e cada vez tem menos controle.
Insistir no voto a ele é pular num abismo.
Não faz sentido pagar para ver se vale o que ele fala ou aquilo que desmente, já que ele não lidera esses raivosos.
Esse descaminho além de absurdo é um descaminho e um erro histórico.
Assim solicito humildemente, a cada um que ainda está decidindo sobre o seu voto, que pensemos não no contra, mas afirmativamente, a favor da reconstrução democrática de um futuro melhor!
#Haddad13.
terça-feira, outubro 23, 2018
Apesar do barril de petróleo a US$ 80, o mundo continua a extrair petróleo e a procurar menos reservas
Mesmo com a retomada de novo ciclo petro-econômico e com o novo normal de preços do barril de petróleo no mundo em torno de US$ 80, a exploração de procura de novas reservas continua baixa. Em setembro passado, a quantidade de sondas de perfuração em operação no Brasil eram apenas 10.
O blog publicou aqui um artigo em que mostrava as estatísticas do número de sondas contratadas no Brasil desde 2012, quando alcançou o auge com 92 unidades.
Ano passado, esse número chegou a 15 a agora em setembro caiu ainda mais para apenas 10. Equivalentes a menos de 11% do que foi a seis anos antes no auge da fase do ciclo de preços do barril de petróleo no mercado mundial.
As sondas são embarcações que realizam perfurações e preparação de poços de petróleo para a produção que a seguir será feita com interligação de equipamentos desde a cabeça dos poços às plataformas de produção.
Esse processo com algumas variações entre as nações, mostra que durante a fase de colapso de preços do barril de petróleo (entre 2014-2017), o mundo extraiu e consumiu petróleo de reservas já descobertas e deixou de procurar e preparar novos campos de petróleo para a exploração.
Assim, não é difícil imaginar que logo adiante no tempo (em torno de meia década ou um pouco mais), é muito provável que as reservas ganharão ainda mais valor assim como o preço dessa mercadoria especial que é o petróleo.
O quadro apontará para nova fase de boom de preços do barril de petróleo.
E diante desse cenário mais ou menos claro, o que o Brasil sem nenhuma estratégia vem fazendo? Entregando a preço vil as nossas colossais reservas, inclusive do pré-sal, descobertas e desenvolvidas pela Petrobras para petroleiras estrangeiras.
O argumento dos liberais era a necessidade de explorar logo e rápido as reservas com o discurso que o petróleo que lubrifica do capitalismo deixará de ser importante. Ilusão. O país pode, precisa e já até começou a ampliar a produção com energias não convencionais (eólica, solar e outras).
Porém, pelo menos para as próximas 3/4 décadas o petróleo e o gás (como matriz de transição) que no Brasil estão localizadas e são extraídas das mesas reservas e campos no litoral continuarão a ser majoritários na matriz energética do país e mundial.
Agora imagine esse processo caso o Brasil prossiga com igual e novo governo entreguista.
Gráfico nº 6 da tese do autor, P. 112. [2], Um quadro como versão preliminar deste gráfico foi publicado na postagem do blog em 5 mar. 2017. |
Ano passado, esse número chegou a 15 a agora em setembro caiu ainda mais para apenas 10. Equivalentes a menos de 11% do que foi a seis anos antes no auge da fase do ciclo de preços do barril de petróleo no mercado mundial.
As sondas são embarcações que realizam perfurações e preparação de poços de petróleo para a produção que a seguir será feita com interligação de equipamentos desde a cabeça dos poços às plataformas de produção.
Esse processo com algumas variações entre as nações, mostra que durante a fase de colapso de preços do barril de petróleo (entre 2014-2017), o mundo extraiu e consumiu petróleo de reservas já descobertas e deixou de procurar e preparar novos campos de petróleo para a exploração.
Assim, não é difícil imaginar que logo adiante no tempo (em torno de meia década ou um pouco mais), é muito provável que as reservas ganharão ainda mais valor assim como o preço dessa mercadoria especial que é o petróleo.
O quadro apontará para nova fase de boom de preços do barril de petróleo.
E diante desse cenário mais ou menos claro, o que o Brasil sem nenhuma estratégia vem fazendo? Entregando a preço vil as nossas colossais reservas, inclusive do pré-sal, descobertas e desenvolvidas pela Petrobras para petroleiras estrangeiras.
O argumento dos liberais era a necessidade de explorar logo e rápido as reservas com o discurso que o petróleo que lubrifica do capitalismo deixará de ser importante. Ilusão. O país pode, precisa e já até começou a ampliar a produção com energias não convencionais (eólica, solar e outras).
Porém, pelo menos para as próximas 3/4 décadas o petróleo e o gás (como matriz de transição) que no Brasil estão localizadas e são extraídas das mesas reservas e campos no litoral continuarão a ser majoritários na matriz energética do país e mundial.
Agora imagine esse processo caso o Brasil prossiga com igual e novo governo entreguista.
sábado, outubro 20, 2018
WhatsApp (empresa vinculada ao Facebook) corre para evitar o pior, mas a justiça brasileira insiste em não ver os riscos para a nossa frágil democracia
A Justiça Eleitoral (TSE) segue contra a parede como disse antes, diante do evidente esquema de impulsionamentos de mensagens e fake news, com apoio de caixa 2 das empresas, a favor do candidato Bolsonaro.
O mais interessante nesse caso é que as evidências são tão gigantescas que o próprio WhatsApp (também uma empresa) e dona desse "meio técnico-digital" em que as fakes news foram divulgadas e impulsionadas, já tomou sua decisão de banir essas contas vinculadas a robôs.
Fez mais. Notificou as empresas que gerem essas contas automáticas (que é a evidência do esquema) a explicarem porque fizeram, já que está claro que fizeram.
A empresa WhasApp vinculada ao grupo do Facebook age assim preocupada com seu negócio. Ela sabe que a partir desse caso ela será vista como um instrumento contra as democracias e a favor das mentiras.
Já o TSE parece pouco preocupada com a democracia e nossa Nação. Seria assim se o investigado fosse outro? Justiça seletiva é injustiça.
Se está certo que o esquema foi feito e quem se beneficiou dele, porque o TSE está mais espantado com as evidências do que reagindo a elas, que é papel de quem preside as eleições?
Do nosso lado como eleitores, como se pode imaginar que a Nação ainda possa querer sustentar um falso moralista articulador desse esquema, sabidamente, fraudulento.
O resultado disso será para um Brasil com Democracia e instituições mais fortalecidas ou enterradas.
O mais interessante nesse caso é que as evidências são tão gigantescas que o próprio WhatsApp (também uma empresa) e dona desse "meio técnico-digital" em que as fakes news foram divulgadas e impulsionadas, já tomou sua decisão de banir essas contas vinculadas a robôs.
Fez mais. Notificou as empresas que gerem essas contas automáticas (que é a evidência do esquema) a explicarem porque fizeram, já que está claro que fizeram.
A empresa WhasApp vinculada ao grupo do Facebook age assim preocupada com seu negócio. Ela sabe que a partir desse caso ela será vista como um instrumento contra as democracias e a favor das mentiras.
Já o TSE parece pouco preocupada com a democracia e nossa Nação. Seria assim se o investigado fosse outro? Justiça seletiva é injustiça.
Se está certo que o esquema foi feito e quem se beneficiou dele, porque o TSE está mais espantado com as evidências do que reagindo a elas, que é papel de quem preside as eleições?
Do nosso lado como eleitores, como se pode imaginar que a Nação ainda possa querer sustentar um falso moralista articulador desse esquema, sabidamente, fraudulento.
O resultado disso será para um Brasil com Democracia e instituições mais fortalecidas ou enterradas.
quinta-feira, outubro 18, 2018
A bolsonarização da esfera pública por Esther Solano
Em meio à parafernália de informações que temos recebido nesses dias, eu passei a tentar ser mais seletivo nas postagens e encaminhamentos de textos e mensagens. É hora de priorizar o que é essencial com sínteses mais potentes.
Nessa linha, eu penso que que - mesmo que num vídeo de 30 min - vale à pena assistir essa fala da Esther Solano sobre o processo da Bolsonarização da esfera pública no Brasil atual. A sua fala aponta as razões porque o mundo passou a olhar com mais preocupações sobre esse processo no Brasil.
Esther trata sobre a forma de entrada da racionalidade ultraneoliberal, do capitalismo predatório, da supressão da ideia de welfare-state (estado de bem-estar-social), da ampliação do hiperindividualismo e da antipolítica (ou politização da antipolítica como rebeldia que defende o passado) como retórica.
Solano fala ainda da ideia de ordem para consertar o caos que no remete ao neoconservadorismo e à esta "nova direita" extremada.
A fala da Esther Solano resume o livro que ela organizou e que aborda como a "memificação da política" como instrumento desse neoconservadorismo que pode estar nos levando à ditadura pelo voto, ou ao que a jornalista Tereza Cruvinel chamou em seu artigo no Jornal do Brasil de "democraticídio". O vídeo foi disponibilizado no YouTube pela editora BoiTempo.
quarta-feira, outubro 17, 2018
Franceses se manifestam sobre os riscos do fascismo no Brasil
O mundo inteiro olha espantado para os riscos do fascismo, da violência e das disputas sanguinárias que já se iniciaram no Brasil, sob os riscos de um estado a ser controlado por quem defende a tortura e o armamento da população.
Abaixo o convite para uma manifestação no próximo sábado, em Paris, França em apoio à luta contra o fascismo no Brasil: "ordem e regresso".
Abaixo o convite para uma manifestação no próximo sábado, em Paris, França em apoio à luta contra o fascismo no Brasil: "ordem e regresso".
terça-feira, outubro 16, 2018
Tabelinha Temer-Bolsonaro-Posto Ipiranga para vender e privatizar mais uma estatal: TAG
A tabelinha Temer-Bolsonaro para "privatizar tudo" (expressão deles) segue a todo
vapor. O ministro Marun e toda a turma de Temer já está em sua campanha e agora o
presidente da Petrobras quer agradar ao posto Ipiranga do candidato do PSL.
Mapa da malha de gasodutos da TAG, subsidiária da Petrobras |
Mesmo que um liminar concedida pelo STF esteja impedindo a
venda da subsidiária da Petrobras, Transporte Associada de Gás (TAG), o governo
está tentando de todo o modo destravar e privatizar essa estatal que é responsável
por uma rede de gasodutos com 4,5 mil quilômetros nas regiões Norte e
Nordeste, o principal ativo à venda pela Petrobras neste momento no Brasil.
O esquema está sendo feito com um consórcio formado entre a empresa francesa Engie e o
fundo canadense Caisse de Depot et Placement du Quebec que ofereceu US$ 9 bilhões por esse ativo que tenta comprar a preço de final de xepa do
governo Temer.
No final de 2016, a Petrobras já havia entregou a rede de
gasodutos do Sudeste, da empresa NTS (Nova Transportadora do Sudeste) ao também
fundo financeiro canadense Brookfield, que pagou apenas US$ 5,2 bilhões por uma
malha de 2,5 mil quilômetros de gasodutos que interliga os campos de petróleo
das maiores bacias, inclusive o pré-sal, à maior região consumidora de gás do
país.
Segundo o balanço da Petrobras, em apenas um ano e meio a
Petrobras já devolveu em pagamento de tarifas para uso do gasoduto (porque não
há outro para escoar a produção de gás nos campos de petróleo) mais da metade
do que recebeu do fundo financeiro Brookfield.
Como se vê, um crime de lesa-pátria onde o governo entrega
uma renda de monopólio para empresas poderem explorar quem precisa usar a malha
de dutos.
Assim, com essa venda cerca de 80% de toda a malha de gasodutos do
país, construída por uma empresa estatal está sendo entregue a preço de banana.
Não se trata de parceria com empresa estrangeira para fazer algo novo, novas
infraestruturas, mas de entregar o que foi feito.
segunda-feira, outubro 15, 2018
Estado de exceção com proteção de parte da Justiça no Brasil
Interessante, um juiz eleitoral faz questão de vasculhar universidades públicas ameaçando professores, alunos e dirigentes exigindo silêncio sobre as eleições.
Agora acabo se assistir num jornal da TV, o candidato protegido pela "isenta justiça" visitando uma instituição pública, um batalhão da Polícia Militar no Rio, fazendo discursos, pedindo votos, agradecendo apoios e prometendo espaços para esses policiais em seu governo.
Não há dúvidas que vivemos no estado de exceção.
Parte expressiva da justiça não parece ser apenas cúmplice, mas articuladora desse estado de exceção.
E o ministro do STF armou lá atrás um enorme barulho prometendo punições (sic).
Dizia ser contra as "fake news" que não param de ser emitidas numa única direção e por apenas um dos candidatos finalistas na eleição presidencial.
Agora se tem o uso escancarado dos próprios públicos, em vídeos divulgados pelo próprio candidato, sem temer a lei. Que lei? Que Justiça?
Resistiremos!
Manchete do O Globo Online. |
Não há dúvidas que vivemos no estado de exceção.
Parte expressiva da justiça não parece ser apenas cúmplice, mas articuladora desse estado de exceção.
E o ministro do STF armou lá atrás um enorme barulho prometendo punições (sic).
Dizia ser contra as "fake news" que não param de ser emitidas numa única direção e por apenas um dos candidatos finalistas na eleição presidencial.
Agora se tem o uso escancarado dos próprios públicos, em vídeos divulgados pelo próprio candidato, sem temer a lei. Que lei? Que Justiça?
Resistiremos!
sábado, outubro 13, 2018
As duas redes de campanha do Bolsonaro, a "memificação da política" e os riscos dessa estratégia!
Já começam a ser mapeadas as duas redes de watsApp que alimentam com “Fake News” e “Memes” a campanha do Bolsonaro. Elas tiveram um auge de movimento nos últimos dez dias antes do 1º turno. Agora receosos da procura pela origem elas reduziram muito.
Fundamentalmente são duas grandes redes:
1) Área e trema de segurança e envolve de forma articulada e hierárquica todos aqueles envolvidos no setor desde o plano federal às cidades e comunidades. Nesta área, desde militares das três forças, policiais federais, policiais civis e militares, guardas municipais, segurança privada vendida a empresas e instituições e outras pessoas que atuam e têm preocupação com o tema da segurança pública. Percebam bem. Não se trata de instituições e sim pessoas que atuam nessas instituições e que se identificam com o tema. Aqui os “memes e fakes” que circulam e ganham espaço são sobre a necessidade do uso de armas (o debate do posse e porte de armas), os crimes, as críticas aos direitos humanos, o caso Mariele, etc.
2) Pessoas ligadas às igrejas e que valorizam a religião. Novamente, eu insisto trata-se de pessoas e não formalmente dos comandos das igrejas, embora, algumas vezes isso se confunda. Nessa área os temas dos “memes e fakes” criticam o combate ao racismo e ao homossexualismo, igualdade de gêneros, etc. É uma pauta que trabalha no campo da moral, da religião e dos costumes.
Além destas duas grandes redes que possuem nós e troncos que se cruzam há temas transversais que alimentam estas duas redes e suas subredes que chegam até os grupos dos amigos de trabalho, da família, do futebol etc. O mais forte tema transversal que servem às duas áreas é a que traz de volta a questão da ameaça ao comunismo e ao que chamam dos riscos de uma venezuelização do Brasil. Como se não fossemos um país soberano e com características econômica, política, social e cultural tão diversa.
É interessante que as pessoas possam observar nos “memes e fake” que recebem estes materiais, se eles não se encaixam, em sua grande maioria, nesses temas e com esses enfoques.
Essas redes e subredes foram sendo formadas com auxílio de quem conhece o assunto fora do país. Essa gestão é trabalhosa e a escolha dos temas e imagens a serem utilizadas é criteriosa e obedece a uma hierarquia que visa atender a um determinado tipo de público que se busca ampliar o apoio eleitoral e mais vulnerável a esses materiais.
Esse trabalho de organização ganhou espaço, estrutura e experiência a partir dos movimento dos caminhoneiros que ampliaram sua pressão contra os aumentos do diesel no Brasil, a partir dessa que é uma das subredes com um nós com essa campanha política.
Há informações de que a coordenação da campanha do Bolsonaro já se preocupa com os efeitos contrários que começaram a ser sentidos, por parte das pessoas que hoje percebem que podem ter sido enganadas e vítimas desse processo.
A entrevista assustada do candidato, ontem no Rio, tem um pouco esse propósito de evitar esse sentimento, na medida que ele decidiu não participar dos primeiros debates e a ações de violência nas ruas e redes sociais já são sentidas e até hoje mais amplamente abordada pelo Jornal Nacional.
É interessante observar que a “memificação da política” fenômeno que vem sendo estudado e pesquisado por cientistas políticos, procura usar mais com imagens do que textos. Induzir a conclusão do que concluir para o receptor o que ele vê. Assim, nesse processo a mensagem tende a produzir no receptor, uma sensação de que é ele quem está interpretando a novidade sobre o que ele recebeu na mensagem de alguém que ele conhece.
Isso gera um impulso instantâneo no receptor que sente “empoderado” com ele e assim repassa a mensagem com orgulho, como se ele estivesse descobrindo aquela informação nova.
Porém, há um repique desse processo. Similar ao uso de droga e bebidas com a ressaca. Quando este veiculador da mensagem descobre que outros estão fazendo o mesmo e que a mensagem está sendo questionada e desmitificada como “fake”.
Aí vem o desencanto e muitas vezes depois a irritação por ter sido enganado diante daqueles para quem veiculou a mensagem fake.
Como já disse há quem esteja estudando isso a fundo. Porém, não faz sentido diante da gravidade e riscos que a nação se encontra deixar isso apenas no campo da análise de cientistas políticos e sociólogos para depois da eleição.
Assim, depois de trocar ideias e interpretações com várias pessoas sobre o tema, as formas e as articulações, eu resolvi trazer essa questão para um diálogo mais aberto com as pessoas.
As redes podem ser muito úteis para expandir e aprofundar a análise desse processo, com o intuito de ajudar a enfrentar os riscos não apenas da “memificação da política”, mas evitar que essas posições rasas e da antipolítica nos leve a situações que fujam da mediação da política como meio de manter e aperfeiçoar o processo democrático e civilizatório.
PS.: Atualizado às 01:08 de 13/10/18:
O segredo e o elemento-chave das redes é a INTEGRAÇÃO! A Interconexão! A sua hierarquia.
Fundamentalmente são duas grandes redes:
1) Área e trema de segurança e envolve de forma articulada e hierárquica todos aqueles envolvidos no setor desde o plano federal às cidades e comunidades. Nesta área, desde militares das três forças, policiais federais, policiais civis e militares, guardas municipais, segurança privada vendida a empresas e instituições e outras pessoas que atuam e têm preocupação com o tema da segurança pública. Percebam bem. Não se trata de instituições e sim pessoas que atuam nessas instituições e que se identificam com o tema. Aqui os “memes e fakes” que circulam e ganham espaço são sobre a necessidade do uso de armas (o debate do posse e porte de armas), os crimes, as críticas aos direitos humanos, o caso Mariele, etc.
2) Pessoas ligadas às igrejas e que valorizam a religião. Novamente, eu insisto trata-se de pessoas e não formalmente dos comandos das igrejas, embora, algumas vezes isso se confunda. Nessa área os temas dos “memes e fakes” criticam o combate ao racismo e ao homossexualismo, igualdade de gêneros, etc. É uma pauta que trabalha no campo da moral, da religião e dos costumes.
Além destas duas grandes redes que possuem nós e troncos que se cruzam há temas transversais que alimentam estas duas redes e suas subredes que chegam até os grupos dos amigos de trabalho, da família, do futebol etc. O mais forte tema transversal que servem às duas áreas é a que traz de volta a questão da ameaça ao comunismo e ao que chamam dos riscos de uma venezuelização do Brasil. Como se não fossemos um país soberano e com características econômica, política, social e cultural tão diversa.
É interessante que as pessoas possam observar nos “memes e fake” que recebem estes materiais, se eles não se encaixam, em sua grande maioria, nesses temas e com esses enfoques.
Essas redes e subredes foram sendo formadas com auxílio de quem conhece o assunto fora do país. Essa gestão é trabalhosa e a escolha dos temas e imagens a serem utilizadas é criteriosa e obedece a uma hierarquia que visa atender a um determinado tipo de público que se busca ampliar o apoio eleitoral e mais vulnerável a esses materiais.
Esse trabalho de organização ganhou espaço, estrutura e experiência a partir dos movimento dos caminhoneiros que ampliaram sua pressão contra os aumentos do diesel no Brasil, a partir dessa que é uma das subredes com um nós com essa campanha política.
Há informações de que a coordenação da campanha do Bolsonaro já se preocupa com os efeitos contrários que começaram a ser sentidos, por parte das pessoas que hoje percebem que podem ter sido enganadas e vítimas desse processo.
A entrevista assustada do candidato, ontem no Rio, tem um pouco esse propósito de evitar esse sentimento, na medida que ele decidiu não participar dos primeiros debates e a ações de violência nas ruas e redes sociais já são sentidas e até hoje mais amplamente abordada pelo Jornal Nacional.
É interessante observar que a “memificação da política” fenômeno que vem sendo estudado e pesquisado por cientistas políticos, procura usar mais com imagens do que textos. Induzir a conclusão do que concluir para o receptor o que ele vê. Assim, nesse processo a mensagem tende a produzir no receptor, uma sensação de que é ele quem está interpretando a novidade sobre o que ele recebeu na mensagem de alguém que ele conhece.
Isso gera um impulso instantâneo no receptor que sente “empoderado” com ele e assim repassa a mensagem com orgulho, como se ele estivesse descobrindo aquela informação nova.
Porém, há um repique desse processo. Similar ao uso de droga e bebidas com a ressaca. Quando este veiculador da mensagem descobre que outros estão fazendo o mesmo e que a mensagem está sendo questionada e desmitificada como “fake”.
Aí vem o desencanto e muitas vezes depois a irritação por ter sido enganado diante daqueles para quem veiculou a mensagem fake.
Como já disse há quem esteja estudando isso a fundo. Porém, não faz sentido diante da gravidade e riscos que a nação se encontra deixar isso apenas no campo da análise de cientistas políticos e sociólogos para depois da eleição.
Assim, depois de trocar ideias e interpretações com várias pessoas sobre o tema, as formas e as articulações, eu resolvi trazer essa questão para um diálogo mais aberto com as pessoas.
As redes podem ser muito úteis para expandir e aprofundar a análise desse processo, com o intuito de ajudar a enfrentar os riscos não apenas da “memificação da política”, mas evitar que essas posições rasas e da antipolítica nos leve a situações que fujam da mediação da política como meio de manter e aperfeiçoar o processo democrático e civilizatório.
PS.: Atualizado às 01:08 de 13/10/18:
O segredo e o elemento-chave das redes é a INTEGRAÇÃO! A Interconexão! A sua hierarquia.
Assim seria possível estimar que em algumas horas se possa chegar a milhões na base que sempre pode ser expandida.
A Democracia depende que se crie formas para se enfrentar esse que é mais um dos monstros da pós-modernidade líquida e fragmentada.
Veja que a sua potência está exatamente na integração que é o inverso da fragmentação, só que de forma superficial.
Enquanto não se enfrenta esse fenômeno, as democracias ocidentais estarão em risco grave.
Enquanto não se enfrenta esse fenômeno, as democracias ocidentais estarão em risco grave.
segunda-feira, outubro 08, 2018
No Brasil todo é hora de organizar a Frente Ampla em Defesa da Democracia!
É providencial que mais algumas boas análises nos ajudem a entender o que se passa na Política em nosso país.
Porém, mais do que análises necessitamos de ação e organização de uma Frente Ampla em Defesa da Democracia.
Ontem, eu já escrevi sobre isso. Vou agora resumir algumas ideias que visam mais a organização para a ação.
Porém, mais do que análises necessitamos de ação e organização de uma Frente Ampla em Defesa da Democracia.
Ontem, eu já escrevi sobre isso. Vou agora resumir algumas ideias que visam mais a organização para a ação.
Nós lutamos no momento contra muitos monstros.
Contra a falsa modernidade que atrapalha o diálogo e a construção da confiança.
É tudo líquido, superficial e muito fragmentado.
Como sabemos o que está em jogo não é só uma eleição ou um partido.
São os meios de mediação para manter a civilização e reduzir as desigualdades.
Será preciso sim, humildade para auscultar mais e melhor.
Generosidade para absorver divergências.
Tolerância e grandeza de espírito para incorporar as boas e bem intencionadas críticas.
Solidariedade para buscar consensos na ação.
Antes ou junto das coordenações nacionais desta Frente Ampla pela Democracia, há se pensar em articular "comitês locais/regionais, multi e/ou suprapartidários" junto as comunidades locais, em Defesa da Democracia.
Antes até das grandes manifestações de rua, eu penso que é preciso ouvir as posições diversas, mas consensuais sobre o que e como agir em defesa da democracia.
Isso não precisa paralisar a campanha do 2º turno que começa já a partir das 17 horas.
Sigamos em frente, com todos aqueles que se disponham a ampliar a luta em defesa da Democracia em nosso querido Brasil!
Contra a falsa modernidade que atrapalha o diálogo e a construção da confiança.
É tudo líquido, superficial e muito fragmentado.
Como sabemos o que está em jogo não é só uma eleição ou um partido.
São os meios de mediação para manter a civilização e reduzir as desigualdades.
Será preciso sim, humildade para auscultar mais e melhor.
Generosidade para absorver divergências.
Tolerância e grandeza de espírito para incorporar as boas e bem intencionadas críticas.
Solidariedade para buscar consensos na ação.
Antes ou junto das coordenações nacionais desta Frente Ampla pela Democracia, há se pensar em articular "comitês locais/regionais, multi e/ou suprapartidários" junto as comunidades locais, em Defesa da Democracia.
Antes até das grandes manifestações de rua, eu penso que é preciso ouvir as posições diversas, mas consensuais sobre o que e como agir em defesa da democracia.
Isso não precisa paralisar a campanha do 2º turno que começa já a partir das 17 horas.
Sigamos em frente, com todos aqueles que se disponham a ampliar a luta em defesa da Democracia em nosso querido Brasil!
domingo, outubro 07, 2018
Um voto com a experiência de 93 anos de Brasil!
Agora há pouco, no Instituto Federal Fluminense (IFF), ao me dirigir para votar, eu encontrei com o Dr. Almir Nascimento. Engenheiro aposentado da RFFSA, professor aposentado do IFF, onde como membro do Conselho Diretor garantiu em 1986, a primeira eleição direta para a direção da então Escola Técnica Federal de Campos, depois transformada no Cefet-Campos e hoje IFF.
Hoje, com 93 anos, o professor Nascimento, mesmo isento da obrigação de votar, ele fez questão de estar presente neste pleito importante para a vida da nossa Nação.
Dr. Almir sempre foi progressista e nunca teve dúvidas sobre os caminhos da política a favor da maioria da população.
É um orgulho para mim privar de sua amizade, compartilhar visões de mundo e poder reviver parte deste convívio, exatamente em frente do prédio do IFF, local onde ele votou.
O professor Almir Nascimento foi ainda presidente da Fundação Benedito Pereira Nunes, mantenedora da Faculdade de Medicina de Campos e Hospital Álvaro Alvim.
Hoje, com 93 anos, o professor Nascimento, mesmo isento da obrigação de votar, ele fez questão de estar presente neste pleito importante para a vida da nossa Nação.
Dr. Almir sempre foi progressista e nunca teve dúvidas sobre os caminhos da política a favor da maioria da população.
É um orgulho para mim privar de sua amizade, compartilhar visões de mundo e poder reviver parte deste convívio, exatamente em frente do prédio do IFF, local onde ele votou.
Desejo que Dr. Almir tenha saúde e vida longa para continuarmos na luta para que o Brasil reencontre o seu caminho.Por um Brasil feliz de novo!
sábado, outubro 06, 2018
Uma breve análise do quadro eleitoral nacional a partir das 4 pesquisas divulgadas hoje
As pesquisas nacionais do Ibope e Datafolha divulgadas agora há pouco são praticamente iguais.
Elas reafirmam, pelos números que haverá 2º turno entre Bolsonaro (40% ou 41%) e Haddad (25%).
Em 3º lugar Ciro (13% - 15%). Em 4º lugar: Alckmim tem 8%.
Os demais somados têm 13% pelo Ibope e 12% pelo Datafolha. Esse são números em votos válidos.
A diferença em relação à pesquisa do Vox Populi é o percentual de Haddad que registrou em 31% e que comentaremos ao final desse texto.
Assim, eu reafirmo o que já escrevi mais cedo e que está abaixo.
Analisando todas essas últimas 4 pesquisas divulgadas hoje o quadro ficou mais claro e reafirma o 2º turno entre Bolsonaro e Haddad.
E pela simulação de 2º turno entre esses dois finalistas (Bolsonaro e Haddad), os votos de 12% que hoje aparecem como brancos e nulos é que definirão o resultado do 2º Turno.
Nestas simulações de 2º turno, os dois finalistas estão em empate técnico, com Bolsonaro na frente de Haddad, mas com pouca diferença.
Porém, a rejeição de Bolsonaro é 7% maior que a de Haddad, pelo no Ibope: Bolsonaro é de 43% x 36 Haddad.
Pelo Datafolha, a rejeição de Bolsonaro também é maior, 44% x 41% de Haddad.
Esses dados de rejeição têm interferência direta no 2º turno, onde a escolha dos que não votaram em nenhum dos dois finalistas, tende a se dar, considerando qual seria o pior, para optar em votar no outro candidato.
Outro fato que tende a ampliar a disputa é o fato de que a tendência é que os votos dos eleitores dados ao terceiro colocado nessas pesquisas, Ciro Gomes - que tem até 15% de votos válidos - possam migrar em sua maioria para Haddad.
Se isso ocorresse, colocaria os dois Haddad e Bolsonaro em condições de empate técnico. Assim, jogaria a disputa para um universo em torno dos 10% a 12% dos eleitores, que estariam dentro de universo de cerca de 20% dos demais candidatos e dos brancos e nulos, sabendo que cerca de 8% a 10% tendem a ser de brancos e nulos, considerando a média de "não votos" no 2º turno, além das abstenções.
Há ainda que se considerar que nessa eleição, por constatação tanto de pesquisadores, quanto de quem está fazendo campanha nas ruas, o voto em Haddad e no PT, estão mais contidos e pessoais, do que aqueles do candidato Bolsonaro, até pela forma de fazer campanha.
Se verdadeira essa hipótese, isso poderá ter um impacto de um pouco mais de votos no Haddad, não identificados nas pesquisas, a não ser nas entrevistas do Vox Populi, que identificou 31% para Haddad contra 25%, em termos de votos válidos, embora os demais (Ibope, Datafolha e CNT/MDA) tenham identificados Bolsonaro com os mesmos 41%.
Enfim, esse é o cenário que os números das pesquisas apontam com essas 4 pesquisa divulgadas hoje que já apanharam boa parte da repercussão do debate e das conversas entre os eleitores, comuns no final de campanha.
Uma mudança significativa de um dia para outro em eleição presidencial é quase impossível, diante de tanta diferença que todos os institutos registram entre os candidatos considerados finalistas. Porém, os votos não não finalistas e nos candidatos a governador dos estiados terão um enorme peso para o 2º turno.
Entre eles, vale verificar quais candidatos a governador que vão vencer no 1º turno estão apoiando. Porque eles tendem a arrastar mais votos nos seus estados.
Da mesma forma, vale observar no caso das disputadas nos estados quem os finalistas estaduais vão apoiar na eleição nacional. Já que é quase natural que eles se dividam.
É certo que o 2º turno começou a ser jogado deste o último debate da Globo na última quinta-feira. A conferir!
Elas reafirmam, pelos números que haverá 2º turno entre Bolsonaro (40% ou 41%) e Haddad (25%).
Em 3º lugar Ciro (13% - 15%). Em 4º lugar: Alckmim tem 8%.
Os demais somados têm 13% pelo Ibope e 12% pelo Datafolha. Esse são números em votos válidos.
A diferença em relação à pesquisa do Vox Populi é o percentual de Haddad que registrou em 31% e que comentaremos ao final desse texto.
Assim, eu reafirmo o que já escrevi mais cedo e que está abaixo.
Analisando todas essas últimas 4 pesquisas divulgadas hoje o quadro ficou mais claro e reafirma o 2º turno entre Bolsonaro e Haddad.
E pela simulação de 2º turno entre esses dois finalistas (Bolsonaro e Haddad), os votos de 12% que hoje aparecem como brancos e nulos é que definirão o resultado do 2º Turno.
Nestas simulações de 2º turno, os dois finalistas estão em empate técnico, com Bolsonaro na frente de Haddad, mas com pouca diferença.
Porém, a rejeição de Bolsonaro é 7% maior que a de Haddad, pelo no Ibope: Bolsonaro é de 43% x 36 Haddad.
Pelo Datafolha, a rejeição de Bolsonaro também é maior, 44% x 41% de Haddad.
Esses dados de rejeição têm interferência direta no 2º turno, onde a escolha dos que não votaram em nenhum dos dois finalistas, tende a se dar, considerando qual seria o pior, para optar em votar no outro candidato.
Outro fato que tende a ampliar a disputa é o fato de que a tendência é que os votos dos eleitores dados ao terceiro colocado nessas pesquisas, Ciro Gomes - que tem até 15% de votos válidos - possam migrar em sua maioria para Haddad.
Se isso ocorresse, colocaria os dois Haddad e Bolsonaro em condições de empate técnico. Assim, jogaria a disputa para um universo em torno dos 10% a 12% dos eleitores, que estariam dentro de universo de cerca de 20% dos demais candidatos e dos brancos e nulos, sabendo que cerca de 8% a 10% tendem a ser de brancos e nulos, considerando a média de "não votos" no 2º turno, além das abstenções.
Há ainda que se considerar que nessa eleição, por constatação tanto de pesquisadores, quanto de quem está fazendo campanha nas ruas, o voto em Haddad e no PT, estão mais contidos e pessoais, do que aqueles do candidato Bolsonaro, até pela forma de fazer campanha.
Se verdadeira essa hipótese, isso poderá ter um impacto de um pouco mais de votos no Haddad, não identificados nas pesquisas, a não ser nas entrevistas do Vox Populi, que identificou 31% para Haddad contra 25%, em termos de votos válidos, embora os demais (Ibope, Datafolha e CNT/MDA) tenham identificados Bolsonaro com os mesmos 41%.
Enfim, esse é o cenário que os números das pesquisas apontam com essas 4 pesquisa divulgadas hoje que já apanharam boa parte da repercussão do debate e das conversas entre os eleitores, comuns no final de campanha.
Uma mudança significativa de um dia para outro em eleição presidencial é quase impossível, diante de tanta diferença que todos os institutos registram entre os candidatos considerados finalistas. Porém, os votos não não finalistas e nos candidatos a governador dos estiados terão um enorme peso para o 2º turno.
Entre eles, vale verificar quais candidatos a governador que vão vencer no 1º turno estão apoiando. Porque eles tendem a arrastar mais votos nos seus estados.
Da mesma forma, vale observar no caso das disputadas nos estados quem os finalistas estaduais vão apoiar na eleição nacional. Já que é quase natural que eles se dividam.
É certo que o 2º turno começou a ser jogado deste o último debate da Globo na última quinta-feira. A conferir!
"O que está em jogo não é mais a “república”, o “pacto federativo”, etc. e sim a sobrevivência física de 50% da população brasileira e a manutenção das liberdades conquistadas ainda na Revolução Francesa, no século XVIII, Por Fernando Horta
O Fernando Horta em seu blog no espaço do portal GGN tem tido a lucidez de analisar e descrever a conjuntura de uma forma clara e ao mesmo tempo terrível. Abaixo reproduzo o texto que ele acabu de postar:
A promessa está se concretizando
Por Fernando Horta
Talvez alguém possa não ter se dado conta, mas, em dez dias (apenas), o fascismo dissolveu todo o centro político do Brasil. Os liberais e neoliberais foram destruídos, Alckmin agoniza em lugar semelhante ao de Aécio e Marina simplesmente deixou de existir enquanto liderança política. Ainda que o desaparecimento destas figuras do cenário de representatividade política possa parecer à esquerda um motivo de comemoração, não o é. A democracia já está sendo dissolvida, e começa pelas partes menos democráticas, mas avançará a todos nós.
Pelo Brasil inteiro, há relatos, já, um dia antes do primeiro turno, de agressões, grupos em carros ameaçando a execução e efetivamente empregando violência contra quem eles creem necessário. Há carros circulando com forcas à vista, e gangues já constituídas, uniformizadas (usando a camiseta preta com o rosto da besta), agredindo mulheres, negros e pessoas com identidade de gênero diferente.
Tenho escrito, há algum tempo, que o fascismo é uma promessa de partilha da legitimidade do uso da violência. Este é o grande “plano de governo” que recebe tantos votos. “Dar armas”, “organizar a população”, “acabar com o grupo A ou B”, e tudo mais é apenas a forma de fazer esta promessa acontecer. Os grupos escolhidos pelo fascismo (e que o suportam) serão autorizados a exercerem a violência legitimada primeiro pela ideia de “luta contra a corrupção”, mas, em seguida, vão transformar estes grupos em milícias, formais ou não, e o processo repetirá tudo – exatamente tudo – o que ocorreu na Alemanha, Itália e em todos os lugares que esta chaga fascista se instala.
Isto significa que o fascismo também já derreteu nosso judiciário. Nossos juízes falharam. A única coisa que um juiz precisa oferecer à sociedade é o manejo legal e racional do uso da força. A teoria diz que isto só é possível, dada a falibilidade do ser humano, através da defesa intransigente dos direitos individuais. Nossos juízes constituíram-se em juvenis personagens de capa e espada, a lutar contra seus próprios moinhos. A própria ameaça do fascismo não seria nada sem os juízes. Bolsonaro seria o dejeto fedorento que sempre foi se Lula estivesse concorrendo. O Brasil não estaria em perigo. Se está, foi entregue pelo judiciário ao fascismo.
Generalizo, sem desconhecer as muitas e brilhantes vozes dentro do judiciário que lutam contra o absurdo. Mas alguns poucos juízes não fazem uma instituição. O judiciário precisa ser tomado coletivamente, e, assim, está destruído. Foi calado pelo próprio corporativismo e pela politicagem dos que não compreenderam que o poder simbólico, quando destruído, não se recompõe sem uma imensa dose de violência.
De onde estamos, de onde as instituições nos deixaram chegar, não é possível um retorno à normalidade sem o uso da violência. As eleições de 2018 servem apenas para legitimar quem vai usar a violência contra quem. E é exatamente por isto a polarização que, a bem da verdade, foi sempre a característica da sociedade brasileira. Quando não era vista, é porque os mais pobres não tinham voz ou o país não tinha democracia. O que, no frigir dos ovos, acaba tendo efeito semelhante.
Há que se decidir quais grupos serão violentados. Se os fascistas terão sua liberdade de ofender, agredir, ameaçar, destruir, coagir, prender e soltar ao arrepio da lei, ou se todos nós seremos privados da liberdade de pensamento, das liberdades políticas básicas e – os mais à margem da nossa monstruosa construção social – serão até mesmo mortos ou mutilados. Sem meias palavras, é isto que se decide na eleição de 2018.
Por isto opositores históricos da esquerda, incluindo ex-presidentes, estão se ombreando contra o fascismo. Não é mais uma questão de “alianças com golpistas” como dizem infantilmente alguns personagens do nosso cenário político. Trata-se, agora, do mais puro sentimento de sobrevivência política e física. E é por isto que as instituições brasileiras falharam e o judiciário é o grande culpado pelo que estamos passando. Juiz não é super-herói, não é justiceiro e não pode ser carrasco. Juiz serve para uma ,e apenas uma, função na sociedade: garantir a todos o exercício máximo das suas liberdades. Se esta for a noção-guia do judiciário, a política se encarrega de mitigar as diferenças de opinião sublimando-as num jogo bruto e duro, mas ideológico e retórico.
Ao contrário do que os fascistas dizem, a ideologia e a retórica são muito melhores de que o exercício físico da violência. Dentro do jogo político não está posto a destruição física do opositor. No fascismo, contudo, isto é regra. Eis a principal diferença entre os dois projetos em disputa. E, diante disto, todas as idiotices ditas recentemente sobre “radicalização”, tomadas como “idênticas” entre o 13 e o 17, são barbaridades expressas sem reflexão e que apenas fortalecem o fascismo. Aliás, esta tem sido a demonstração exata dos números nas pesquisas. Quanto mais tentam igualar retoricamente os dois projetos em disputa, mas o fascismo se fortalece.
A bem da verdade, #eleNão deveria ter sido expulso da câmara de deputados há muito tempo, por quebra de decoro. Decoro não é o uso de palavras erradas, mas a ameaça à integridade física de opositores, sejam parlamentares ou qualquer parte do povo. Privado do dinheiro público que aflui para sua família há anos, e sem os espaços de visibilidade do parlamento, teria sido muito mais difícil para o fascista chegar onde chegou. Depois, deveria ter sido cassado por crime de rascismo, machismo, violência de gênero e tudo mais. São coisas que não deveriam mais ser admitidas sequer em proteção à alegada “liberdade de expressão”. Depois, não deveria ter encontrado partido que o permitisse concorrer. E, em última instância, deveria ter sido barrado pelo judiciário, pelas mesmas razões acima citadas.
Nada disto foi feito. Ainda assim, a democracia teria gerado “anticorpos” contra o fascismo. Bastava que o impeachment fraudulento não tivesse sido aceito pela Justiça ou que Lula, inocente como é, não tivesse sido encarcerado por um juiz e um promotor claramente fascistas. Ainda, mesmo processado, se os direitos de Lula – como a ONU exigiu – tivessem sido respeitados, Bolsonaro seria o Cabo Dalciolo. Diante de estadistas de verdade e com história e respeitabilidade, estas excrescências somem. Houve uma imensa força do judiciário para nos entregar ao inferno. E a democracia, ainda assim, mantém-se lutando.
Vamos ao segundo turno. Espero racionalidade e maturidade do campo da esquerda, que, neste momento, começa na centro-direita liberal e vai até os revolucionários sociais. É preciso uma aliança imensa contra o fascismo, e para isto é preciso fazer qualquer coisa. Desde que se garanta o endurecimento das instituições em torno do respeito inalienável das liberdades individuais e a restrição do poder despótico do judiciário político que temos. O foco é a pessoa, o indivíduo e o cidadão e não o “mercado”.
O capital ganhará, é óbvio. O fascismo vai exigir que abortemos discussões sobre diminuição das desigualdades sociais, reformas e tudo mais. É sim um retrocesso. Retrocesso que já estava escrito quando em 2013 defendia-se “protestos sem bandeiras”. É preciso calar (pela lei) o “guarda da esquina”, o fascista agressor em qualquer lugar e os juízes que se acham heróis. Entregar as pantufas aos generais de pijamas e, se ainda assim se recusarem a ir dormir, usar da lei para assim fazer. É preciso controlar os monopólios de poder, sejam eles da mídia, da justiça, das armas ou das emendas. São pequenas, mas importantes mudanças, que só serão feitas mediante um grande acordo nacional. E temos tudo para entender que este acordo DEVE ser feito neste momento.
O que está em jogo não é mais a “república”, o “pacto federativo”, o “projeto” do partido A ou B. O que está em jogo é a sobrevivência física de 50% da população brasileira. É a manutenção das liberdades conquistadas ainda na Revolução Francesa, no século XVIII.
O que está em jogo, é a destruição completa e irrestrita do projeto fascista. Não é “polarização”. Diante o que temos, esta palavra é um eufemismo. O que está em jogo é a sobrevivência do Brasil, mesmo imperfeito como o temos hoje.
A promessa está se concretizando
Por Fernando Horta
Talvez alguém possa não ter se dado conta, mas, em dez dias (apenas), o fascismo dissolveu todo o centro político do Brasil. Os liberais e neoliberais foram destruídos, Alckmin agoniza em lugar semelhante ao de Aécio e Marina simplesmente deixou de existir enquanto liderança política. Ainda que o desaparecimento destas figuras do cenário de representatividade política possa parecer à esquerda um motivo de comemoração, não o é. A democracia já está sendo dissolvida, e começa pelas partes menos democráticas, mas avançará a todos nós.
Pelo Brasil inteiro, há relatos, já, um dia antes do primeiro turno, de agressões, grupos em carros ameaçando a execução e efetivamente empregando violência contra quem eles creem necessário. Há carros circulando com forcas à vista, e gangues já constituídas, uniformizadas (usando a camiseta preta com o rosto da besta), agredindo mulheres, negros e pessoas com identidade de gênero diferente.
Tenho escrito, há algum tempo, que o fascismo é uma promessa de partilha da legitimidade do uso da violência. Este é o grande “plano de governo” que recebe tantos votos. “Dar armas”, “organizar a população”, “acabar com o grupo A ou B”, e tudo mais é apenas a forma de fazer esta promessa acontecer. Os grupos escolhidos pelo fascismo (e que o suportam) serão autorizados a exercerem a violência legitimada primeiro pela ideia de “luta contra a corrupção”, mas, em seguida, vão transformar estes grupos em milícias, formais ou não, e o processo repetirá tudo – exatamente tudo – o que ocorreu na Alemanha, Itália e em todos os lugares que esta chaga fascista se instala.
Isto significa que o fascismo também já derreteu nosso judiciário. Nossos juízes falharam. A única coisa que um juiz precisa oferecer à sociedade é o manejo legal e racional do uso da força. A teoria diz que isto só é possível, dada a falibilidade do ser humano, através da defesa intransigente dos direitos individuais. Nossos juízes constituíram-se em juvenis personagens de capa e espada, a lutar contra seus próprios moinhos. A própria ameaça do fascismo não seria nada sem os juízes. Bolsonaro seria o dejeto fedorento que sempre foi se Lula estivesse concorrendo. O Brasil não estaria em perigo. Se está, foi entregue pelo judiciário ao fascismo.
Generalizo, sem desconhecer as muitas e brilhantes vozes dentro do judiciário que lutam contra o absurdo. Mas alguns poucos juízes não fazem uma instituição. O judiciário precisa ser tomado coletivamente, e, assim, está destruído. Foi calado pelo próprio corporativismo e pela politicagem dos que não compreenderam que o poder simbólico, quando destruído, não se recompõe sem uma imensa dose de violência.
De onde estamos, de onde as instituições nos deixaram chegar, não é possível um retorno à normalidade sem o uso da violência. As eleições de 2018 servem apenas para legitimar quem vai usar a violência contra quem. E é exatamente por isto a polarização que, a bem da verdade, foi sempre a característica da sociedade brasileira. Quando não era vista, é porque os mais pobres não tinham voz ou o país não tinha democracia. O que, no frigir dos ovos, acaba tendo efeito semelhante.
Há que se decidir quais grupos serão violentados. Se os fascistas terão sua liberdade de ofender, agredir, ameaçar, destruir, coagir, prender e soltar ao arrepio da lei, ou se todos nós seremos privados da liberdade de pensamento, das liberdades políticas básicas e – os mais à margem da nossa monstruosa construção social – serão até mesmo mortos ou mutilados. Sem meias palavras, é isto que se decide na eleição de 2018.
Por isto opositores históricos da esquerda, incluindo ex-presidentes, estão se ombreando contra o fascismo. Não é mais uma questão de “alianças com golpistas” como dizem infantilmente alguns personagens do nosso cenário político. Trata-se, agora, do mais puro sentimento de sobrevivência política e física. E é por isto que as instituições brasileiras falharam e o judiciário é o grande culpado pelo que estamos passando. Juiz não é super-herói, não é justiceiro e não pode ser carrasco. Juiz serve para uma ,e apenas uma, função na sociedade: garantir a todos o exercício máximo das suas liberdades. Se esta for a noção-guia do judiciário, a política se encarrega de mitigar as diferenças de opinião sublimando-as num jogo bruto e duro, mas ideológico e retórico.
Ao contrário do que os fascistas dizem, a ideologia e a retórica são muito melhores de que o exercício físico da violência. Dentro do jogo político não está posto a destruição física do opositor. No fascismo, contudo, isto é regra. Eis a principal diferença entre os dois projetos em disputa. E, diante disto, todas as idiotices ditas recentemente sobre “radicalização”, tomadas como “idênticas” entre o 13 e o 17, são barbaridades expressas sem reflexão e que apenas fortalecem o fascismo. Aliás, esta tem sido a demonstração exata dos números nas pesquisas. Quanto mais tentam igualar retoricamente os dois projetos em disputa, mas o fascismo se fortalece.
A bem da verdade, #eleNão deveria ter sido expulso da câmara de deputados há muito tempo, por quebra de decoro. Decoro não é o uso de palavras erradas, mas a ameaça à integridade física de opositores, sejam parlamentares ou qualquer parte do povo. Privado do dinheiro público que aflui para sua família há anos, e sem os espaços de visibilidade do parlamento, teria sido muito mais difícil para o fascista chegar onde chegou. Depois, deveria ter sido cassado por crime de rascismo, machismo, violência de gênero e tudo mais. São coisas que não deveriam mais ser admitidas sequer em proteção à alegada “liberdade de expressão”. Depois, não deveria ter encontrado partido que o permitisse concorrer. E, em última instância, deveria ter sido barrado pelo judiciário, pelas mesmas razões acima citadas.
Nada disto foi feito. Ainda assim, a democracia teria gerado “anticorpos” contra o fascismo. Bastava que o impeachment fraudulento não tivesse sido aceito pela Justiça ou que Lula, inocente como é, não tivesse sido encarcerado por um juiz e um promotor claramente fascistas. Ainda, mesmo processado, se os direitos de Lula – como a ONU exigiu – tivessem sido respeitados, Bolsonaro seria o Cabo Dalciolo. Diante de estadistas de verdade e com história e respeitabilidade, estas excrescências somem. Houve uma imensa força do judiciário para nos entregar ao inferno. E a democracia, ainda assim, mantém-se lutando.
Vamos ao segundo turno. Espero racionalidade e maturidade do campo da esquerda, que, neste momento, começa na centro-direita liberal e vai até os revolucionários sociais. É preciso uma aliança imensa contra o fascismo, e para isto é preciso fazer qualquer coisa. Desde que se garanta o endurecimento das instituições em torno do respeito inalienável das liberdades individuais e a restrição do poder despótico do judiciário político que temos. O foco é a pessoa, o indivíduo e o cidadão e não o “mercado”.
O capital ganhará, é óbvio. O fascismo vai exigir que abortemos discussões sobre diminuição das desigualdades sociais, reformas e tudo mais. É sim um retrocesso. Retrocesso que já estava escrito quando em 2013 defendia-se “protestos sem bandeiras”. É preciso calar (pela lei) o “guarda da esquina”, o fascista agressor em qualquer lugar e os juízes que se acham heróis. Entregar as pantufas aos generais de pijamas e, se ainda assim se recusarem a ir dormir, usar da lei para assim fazer. É preciso controlar os monopólios de poder, sejam eles da mídia, da justiça, das armas ou das emendas. São pequenas, mas importantes mudanças, que só serão feitas mediante um grande acordo nacional. E temos tudo para entender que este acordo DEVE ser feito neste momento.
O que está em jogo não é mais a “república”, o “pacto federativo”, o “projeto” do partido A ou B. O que está em jogo é a sobrevivência física de 50% da população brasileira. É a manutenção das liberdades conquistadas ainda na Revolução Francesa, no século XVIII.
O que está em jogo, é a destruição completa e irrestrita do projeto fascista. Não é “polarização”. Diante o que temos, esta palavra é um eufemismo. O que está em jogo é a sobrevivência do Brasil, mesmo imperfeito como o temos hoje.
quinta-feira, outubro 04, 2018
O petróleo como lubrificante do capitalismo e fator geopolítico indispensável para a manutenção da hegemonia dos EUA
Abaixo segue um esforço para fundir três informações numa única interpretação que envolve a escala global e nacional nesta fração do capital, o petróleo. Enquanto seguimos para a reta final do 1º turno no domingo no Brasil:
1) Um único poço produtor ainda na fase de teste - o de longa duração (TLD) -, no campo de Mero, localizado no bloco de Libra,, bacia de Santos e reserva do Pré-sal, atingiu a produção de 58 mil barris de óleo equivalente por dia (boed). Vou repetir. Um único poço com produção de quase 60 mil barris por dia. Um colosso!
Um colosso com exploração em águas ultraprofundas que permitirá a implantação de 4 sistemas de produção definitivos em Libra nos próximos anos. Cada um deles terá capacidade de produzir até 180 mil barris de petróleo por dia.
Tudo descoberto pela Petrobras no Pré-sal que está sendo entregue a preço de xepa pelo governo Temer e que o capitão, candidato dos banqueiros, pretende continuar privatizando a estatal.
2) O preço do barril de petróleo no mercado mundial oscilando acima de US$ 85. Os EUA de Trump como maior consumidor (cerca de 20 milhões de barris por dia) e que produz hoje, mesmo com o xisto cerca de 10,5 milhões de barris por dia, já sente os efeitos.
Por conta disso, o presidente dos EUA, em discurso, na terça-feira, no Mississipi disse que a Arábia Saudita tem obrigação de ampliar sua produção de petróleo (atualmente na faixa dos 10 milhões de barris por dia) para evitar que o preço do barril cresça ainda mais, antes até de se iniciar o prometido embargo americano ao Irã, outro grande produtor no Oriente Médio.
Para pressionar o rei saudita, Salman, Trump disse que a Arábia Saudita deveriam pagar pela proteção militar que recebem dos EUA. Trump ampliou o recado: "Sem nós, vocês não aguentariam duas semanas. Vocês têm que pagar pelos militares".
3) Os EUA estão aumentando a pressão contra o fornecimento de gás natural da Rússia para a Alemanha e outros países da Europa, através do gasoduto Nord Stream 2, em fase final de construção.
Assim, seguimos vendo o petróleo lubrificando o poder no sistema capitalista impondo seu poder e sua hegemonia de diferentes formas.
No primeiro caso no Brasil, com o golpe político para acessar às magníficas reservas do pré-sal e no outro com as forças militares para obrigar ao fornecimento de petróleo para saciar a sede dos EUA disparado o maior consumidor do planeta.
De uma forma mais ou menos ampla, todos estes movimentos dependem e passam pela mediação política.
E o nosso voto mexe nas representações políticas do país que atuam nesse complexo tabuleiro da geopolítica e dessa forma altera o curso de nossas vidas.
1) Um único poço produtor ainda na fase de teste - o de longa duração (TLD) -, no campo de Mero, localizado no bloco de Libra,, bacia de Santos e reserva do Pré-sal, atingiu a produção de 58 mil barris de óleo equivalente por dia (boed). Vou repetir. Um único poço com produção de quase 60 mil barris por dia. Um colosso!
Um colosso com exploração em águas ultraprofundas que permitirá a implantação de 4 sistemas de produção definitivos em Libra nos próximos anos. Cada um deles terá capacidade de produzir até 180 mil barris de petróleo por dia.
Tudo descoberto pela Petrobras no Pré-sal que está sendo entregue a preço de xepa pelo governo Temer e que o capitão, candidato dos banqueiros, pretende continuar privatizando a estatal.
2) O preço do barril de petróleo no mercado mundial oscilando acima de US$ 85. Os EUA de Trump como maior consumidor (cerca de 20 milhões de barris por dia) e que produz hoje, mesmo com o xisto cerca de 10,5 milhões de barris por dia, já sente os efeitos.
Por conta disso, o presidente dos EUA, em discurso, na terça-feira, no Mississipi disse que a Arábia Saudita tem obrigação de ampliar sua produção de petróleo (atualmente na faixa dos 10 milhões de barris por dia) para evitar que o preço do barril cresça ainda mais, antes até de se iniciar o prometido embargo americano ao Irã, outro grande produtor no Oriente Médio.
Para pressionar o rei saudita, Salman, Trump disse que a Arábia Saudita deveriam pagar pela proteção militar que recebem dos EUA. Trump ampliou o recado: "Sem nós, vocês não aguentariam duas semanas. Vocês têm que pagar pelos militares".
Numa declaração conjunta assinada no final do ano passado entre Portugal e EUA, sobre a cooperação no GNL Marítimo, Economia Azul e Segurança Energética, as duas nações reconhecem a importância estratégica do Porto de Sines, como hub (distribuidor) de GNL atlântico.
Assim os EUA garantem um caminho inverso de fornecimento de LNG através do Porto de Sines em Portugal que passaria a receber 30% do gás exportado de forma líquida (GNL) para atender os países da Europa que hoje dependem da energia oriunda basicamente da Rússia.
Vale lembrar que com a grande produção do gás de xisto (shale gas), os EUA pretende enfrentar, ao mesmo tempo e geopoliticamente o fornecimento de gás da Rússia antes atendida pelos gasodutos (pipelines) e também oferece um destino (mercado) comercial com o transporte marítimo do gás liquefeito, produzido no terminal de GNL, Sabrine Passda, da Cheniere E.I, em Lousiana, na costa leste americana que eu chamo do principal Circuito Espacial do Petróleo nos EUA.
Assim, seguimos vendo o petróleo lubrificando o poder no sistema capitalista impondo seu poder e sua hegemonia de diferentes formas.
No primeiro caso no Brasil, com o golpe político para acessar às magníficas reservas do pré-sal e no outro com as forças militares para obrigar ao fornecimento de petróleo para saciar a sede dos EUA disparado o maior consumidor do planeta.
De uma forma mais ou menos ampla, todos estes movimentos dependem e passam pela mediação política.
E o nosso voto mexe nas representações políticas do país que atuam nesse complexo tabuleiro da geopolítica e dessa forma altera o curso de nossas vidas.
quarta-feira, outubro 03, 2018
Bancos estão se transformando em plataformas de serviços e empresas de tecnologia. Os gerentes serão apenas agentes de negócios
O aprofundamento dos processos de financeirização da vida humana, a intensificação dos uso dos cartões para recebimento de programas sociais e pagamentos de consumos estão tornando minoritários, aqueles usos de dinheiro-moeda.
A intensificação acelerada dos usos das tecnologias nestas intermediações dos negócios bancários, através dos smarphones, já transformaram os bancos, numa espécie apenas de plataforma de produtos e serviços.
Assim, os bancos se tornam, sem que nem a maioria nem dos seus funcionários percebam, em empresas de tecnologia.
As áreas de tecnologia já se tornaram as próprias empresas e não mais os setores de Tecnologia da Informação (TI) dos bancos, hoje já concebidas como plataformas digitais.
Equipamentos e tecnologias consumirão cada vez mais recursos que antes era destinados ao pagamento dos bancários.
Estes agentes (ex-bancários) terão salários mais achatados e suas atividades terceirizadas.
Do lado nosso de usuários do sistema, pagamos taxas cada vez mais caras e juros cada vez maiores.
A tecnologia não é neutra e pode - deveria - estar a serviço das pessoas e não apenas dos mais ricos.
Dentro do capitalismo global esse processo cresce e não se limita ao centro do sistema.
Com os serviços bancários centralizados e globais, também nos trópicos esse processo avança.
Com governos que se preocupam apenas com os mercados e não com as pessoas como se vê no Brasil e entre muitos candidatos, tudo isso será ainda mais radical e traumático.
Sem mediação da política e dos governos a favor das pessoas, a tendência é a de se ter situações cada vez mais complexas, conflitos mais radicais e um namoro mais intenso com a precariedade e a barbárie.
Tudo isso não surge por acaso e sim através da Política.
A intensificação acelerada dos usos das tecnologias nestas intermediações dos negócios bancários, através dos smarphones, já transformaram os bancos, numa espécie apenas de plataforma de produtos e serviços.
Assim, os bancos se tornam, sem que nem a maioria nem dos seus funcionários percebam, em empresas de tecnologia.
Os ainda bancários (inclusive gerentes) passarão aos poucos, a serem apenas "agentes de negócios", atuando cada vez mais nas plataformas, sem necessitar sequer ir fisicamente ir às agências, que vão reduzir em quantidade ainda maior e de forma acelerada.
As áreas de tecnologia já se tornaram as próprias empresas e não mais os setores de Tecnologia da Informação (TI) dos bancos, hoje já concebidas como plataformas digitais.
Equipamentos e tecnologias consumirão cada vez mais recursos que antes era destinados ao pagamento dos bancários.
Estes agentes (ex-bancários) terão salários mais achatados e suas atividades terceirizadas.
Do lado nosso de usuários do sistema, pagamos taxas cada vez mais caras e juros cada vez maiores.
A tecnologia não é neutra e pode - deveria - estar a serviço das pessoas e não apenas dos mais ricos.
Dentro do capitalismo global esse processo cresce e não se limita ao centro do sistema.
Com os serviços bancários centralizados e globais, também nos trópicos esse processo avança.
Com governos que se preocupam apenas com os mercados e não com as pessoas como se vê no Brasil e entre muitos candidatos, tudo isso será ainda mais radical e traumático.
Sem mediação da política e dos governos a favor das pessoas, a tendência é a de se ter situações cada vez mais complexas, conflitos mais radicais e um namoro mais intenso com a precariedade e a barbárie.
Tudo isso não surge por acaso e sim através da Política.
terça-feira, outubro 02, 2018
Matrículas no Ensino Superior do ERJ se estabilizam: 40 dos 92 municípios possuem graduação
Nos últimos anos, o blog, com o auxílio do professor José Carlos Salomão Ferreira, vem publicando os dados e indicadores do Censo do Ensino Superior nos municípios do ERJ. [1] [2] [3] [4]
Com os microdados extraídos da base de informações do Inep/MEC, no Censo do Ensino Superior de 2017, eles contabilizam o número de matrículas em cursos de graduação presencial. A partir deles se chegou à informação de que o ERJ possuía em 2017 um total de 570,1 mil graduandos.
Este volume é pouco inferior ao total do ano anterior que foi de 571,1 matrículas, em 40 dos 92 municípios fluminenses. É um número expressivo (meio milhão de matrículas) que foi atingido no ano de 2008 com a expansão promovida nos governos Lula 1 e 2, mas no ERJ foi no ano de 2015, que ele atingiu o seu pico com um universo de 573,2 mil matrículas distribuídas em cad avez mais municípios.
Interessante observar que apesar de toda a crise financeira e fiscal da União e do ERJ estes números se equilibram. As instituições públicas com os campi das universidades e institutos federais tem responsabilidades grande nisso, apesar de terem apenas 27,4% das matrículas contra 72,6% das instituições privadas.
No Censo do Ensino Superior anterior (2016) essa relação era de 26,1% x 73,9%. Portanto, uma evolução de 1,3% das matrículas nas instituições públicas em 2017.
Enquanto as instituições públicas ampliaram em aproximadamente 6 mil matrículas indo para 156,3 mil graduandos, as instituições privadas perderam, praticamente, o mesmo número de matrículas caindo para 414,2 mil graduandos. Com esta evolução em 2017, as instituições públicas no ERJ atingiram o maior número absolutos de matrículas desde 2003 com 156.382 matrículas.
Vale observar essa evolução. Porque elas acontecem apesar da redução significativa dos investimentos e custeios para essas instituições públicas, após o golpe político em 2016.
Assim, muitos cursos estavam apenas começando e dessa forma deram sequência com novos semestres e entradas de novos alunos fazendo que continuasse a crescer o número total de graduandos nestas instituições púbicas.
Por parte das instituições privadas, a redução da oferta do FIES, além do menor interesse dos jovens com os cursos pagos, diante da falta de empregos, ajudam a explicar a primeira redução do número de matrículas desde 2003 nas instituições privadas.
Abaixo o blog publica duas tabelas elaboradas pelo professor Salomão. A primeira mostra a evolução de 2003 a 2017 das matrículas nestes 41 municípios fluminenses. A segunda tabela mostra a evolução entre 2003 e 2017 do total de matrículas entre as instituições públicas e privadas no ERJ.
Ainda na primeira tabela se vê que a capital, Rio de Janeiro, ainda segue concentrando a maior parte das matrículas com 311 mil matrículas, equivalentes e 55% do total. Uma concentração extraordinária.
Nas demais posições não há alterações em relação ao censo do ano anterior: em 2º lugar está Niterói com 61.380 matrículas; 3º lugar: Duque de Caxias com 21.842 matrículas; 4º lugar: Nova Iguaçu: 24.650 matrículas e 5º lugar Campos dos Goytacazes com 19.800 matrículas.
Estes números mostram ainda a concentração da oferta de matrículas do ensino superior na região Metropolitana Fluminense que chega a quase 80% do total do ERJ.
Nº de matrículas no interior apontam polos por região
Ainda assim, vale destacar que alguns novos polos de ensino superior estão se desenvolvendo - se estabilizando e adensando - com o correr do tempo, para além de Campos dos Goytacazes.
Nesta linha vale destaque a quantidade de matrículas de alguns municípios do interior: Volta Redonda com 14,4 mil matrículas; Petrópolis com 11,2 mil matrículas; Macaé com 9,5 mil matrículas; Cabo Frio com 9,5 mil matrículas e Itaperuna com 8 mil matrículas.
Estes números apontam para novos polos de ensino superior no interior do ERJ. Eles mostram uma dinâmica que se espalhou - e vem se mantendo - apesar da crise econômica e fiscal no governo do estado e vários municípios fluminenses.
Num olhar ainda um pouco mais amplo, se percebe que os polos foram se ampliando para municípios vizinhos, dentro dento de suas regiões no ERJ. No caso da região Serrana, além de Petrópolis com 11,2 mil matrículas, há Nova Friburgo com 6,7 mil matrículas e Teresópolis com 4,2 mil matrículas.
Na região Sul para além de Volta Redonda com 14,4 mil matrículas, se registra Barra Mansa com 6,8 mil matrículas; Resende com 6,1 mil matrículas; Vassouras com 3,4 mil matrículas e Valença com 2,7 mil matrículas.
Entre os municípios de Campos, Cabo Frio e Macaé se vê Rio das Ostras com 2,7 mil matrículas. Juntos, estes 4 municípios da região Metropolitana do Petróleo possuem 41,6 mil matrículas. Um número significativo.
No Noroeste Fluminense, além de Itaperuna com 8 mil matrículas tem Santo Antônio de Pádua com 1,7 mil matrículas e Bom Jesus do Itabapoana com 812 matrículas.
Porém, há que se realçar que diferente da quantidades de matrículas do ensino superior nestes municípios, o desenvolvimento do tripé da academia "Ensino-Pesquisa-Extensão" ainda é relativamente baixo, mesmo que crescente.
Em sua maioria quase esmagadora, com raras exceções, as atividades de extensão e pesquisa estão vinculadas às instituições públicas com as universidades e institutos federais em seus vários campi.
Além disso, a análise desses números merecem ser observadas sob outras dimensões. Por exemplo, sob o ponto de vista do que estas instituições podem estão trazendo de dinamismo econômico-social, para além da economia que movimentam com os fluxos de pessoas entre os municípios, com os salários de professores e técnicos das instituições e com as despesas de manutenção cotidiana dos alunos nas economias locais destes municípios-polo de matrículas do Ensino Superior.
Porém, esta é uma tarefa mais ampla e se relaciona com outros setores econômicos e circuitos regionais ligados à economia e aos arranjos populacionais do Estado do Rio de Janeiro. Assunto que temos procurado abordar com frequência aqui no blog.
Voltaremos ao assunto. Enquanto isso, o blog libera estes dados e indicadores para os pesquisadores e estudiosos que assim deixarão de ter que trabalhar a base do microdados do Inep/MEC na coleta, organização e uma primeira interpretação que servem às investigações os temas de educação, gestão pública, desenvolvimento regional, ERJ, etc.
Referências:
[1] Postagem do blog em 23 set. 2018. Apesar da crise, as matrículas no ensino superior em Campos se estabilizam em 20 mil graduandos. Disponível em: https://www.robertomoraes.com.br/2018/09/apesar-da-crise-as-matriculas-no-ensino.html
[2] Postagem do blog em 8 de dez. 2017. Entre 2003 e 2016, as matrículas no ensino superior no ERJ cresceram 36%. Nas instituições públicas cresceram (82%). Mais de três vezes que (25%) o crescimento nas instituições privadas. Disponível em: http://www.robertomoraes.com.br/2017/12/entre-2003-e-2016-as-matriculas-no.html
[3] Postagem do blog em 11 de nov. 2017. Censo do Ensino Superior 2016: Campos com 19,8 mil universitários. E a qualidade? Disponível em: http://www.robertomoraes.com.br/2017/11/censo-do-ensino-superior-2016-campos.html
[4] Postagem do blog em 8 ago. 2015. Cabo Frio, Macaé e Itaperuna são polos de ensino superior, embora região metropolitana ainda concentre 80% das matrículas no ERJ. Disponível em: http://www.robertomoraes.com.br/2015/08/cabo-frio-macae-e-itaperuna-sao-polos.html
Com os microdados extraídos da base de informações do Inep/MEC, no Censo do Ensino Superior de 2017, eles contabilizam o número de matrículas em cursos de graduação presencial. A partir deles se chegou à informação de que o ERJ possuía em 2017 um total de 570,1 mil graduandos.
Este volume é pouco inferior ao total do ano anterior que foi de 571,1 matrículas, em 40 dos 92 municípios fluminenses. É um número expressivo (meio milhão de matrículas) que foi atingido no ano de 2008 com a expansão promovida nos governos Lula 1 e 2, mas no ERJ foi no ano de 2015, que ele atingiu o seu pico com um universo de 573,2 mil matrículas distribuídas em cad avez mais municípios.
Interessante observar que apesar de toda a crise financeira e fiscal da União e do ERJ estes números se equilibram. As instituições públicas com os campi das universidades e institutos federais tem responsabilidades grande nisso, apesar de terem apenas 27,4% das matrículas contra 72,6% das instituições privadas.
No Censo do Ensino Superior anterior (2016) essa relação era de 26,1% x 73,9%. Portanto, uma evolução de 1,3% das matrículas nas instituições públicas em 2017.
Enquanto as instituições públicas ampliaram em aproximadamente 6 mil matrículas indo para 156,3 mil graduandos, as instituições privadas perderam, praticamente, o mesmo número de matrículas caindo para 414,2 mil graduandos. Com esta evolução em 2017, as instituições públicas no ERJ atingiram o maior número absolutos de matrículas desde 2003 com 156.382 matrículas.
Vale observar essa evolução. Porque elas acontecem apesar da redução significativa dos investimentos e custeios para essas instituições públicas, após o golpe político em 2016.
Assim, muitos cursos estavam apenas começando e dessa forma deram sequência com novos semestres e entradas de novos alunos fazendo que continuasse a crescer o número total de graduandos nestas instituições púbicas.
Por parte das instituições privadas, a redução da oferta do FIES, além do menor interesse dos jovens com os cursos pagos, diante da falta de empregos, ajudam a explicar a primeira redução do número de matrículas desde 2003 nas instituições privadas.
Abaixo o blog publica duas tabelas elaboradas pelo professor Salomão. A primeira mostra a evolução de 2003 a 2017 das matrículas nestes 41 municípios fluminenses. A segunda tabela mostra a evolução entre 2003 e 2017 do total de matrículas entre as instituições públicas e privadas no ERJ.
Ainda na primeira tabela se vê que a capital, Rio de Janeiro, ainda segue concentrando a maior parte das matrículas com 311 mil matrículas, equivalentes e 55% do total. Uma concentração extraordinária.
Nas demais posições não há alterações em relação ao censo do ano anterior: em 2º lugar está Niterói com 61.380 matrículas; 3º lugar: Duque de Caxias com 21.842 matrículas; 4º lugar: Nova Iguaçu: 24.650 matrículas e 5º lugar Campos dos Goytacazes com 19.800 matrículas.
Estes números mostram ainda a concentração da oferta de matrículas do ensino superior na região Metropolitana Fluminense que chega a quase 80% do total do ERJ.
Nº de matrículas no interior apontam polos por região
Ainda assim, vale destacar que alguns novos polos de ensino superior estão se desenvolvendo - se estabilizando e adensando - com o correr do tempo, para além de Campos dos Goytacazes.
Nesta linha vale destaque a quantidade de matrículas de alguns municípios do interior: Volta Redonda com 14,4 mil matrículas; Petrópolis com 11,2 mil matrículas; Macaé com 9,5 mil matrículas; Cabo Frio com 9,5 mil matrículas e Itaperuna com 8 mil matrículas.
Estes números apontam para novos polos de ensino superior no interior do ERJ. Eles mostram uma dinâmica que se espalhou - e vem se mantendo - apesar da crise econômica e fiscal no governo do estado e vários municípios fluminenses.
Num olhar ainda um pouco mais amplo, se percebe que os polos foram se ampliando para municípios vizinhos, dentro dento de suas regiões no ERJ. No caso da região Serrana, além de Petrópolis com 11,2 mil matrículas, há Nova Friburgo com 6,7 mil matrículas e Teresópolis com 4,2 mil matrículas.
Na região Sul para além de Volta Redonda com 14,4 mil matrículas, se registra Barra Mansa com 6,8 mil matrículas; Resende com 6,1 mil matrículas; Vassouras com 3,4 mil matrículas e Valença com 2,7 mil matrículas.
Entre os municípios de Campos, Cabo Frio e Macaé se vê Rio das Ostras com 2,7 mil matrículas. Juntos, estes 4 municípios da região Metropolitana do Petróleo possuem 41,6 mil matrículas. Um número significativo.
No Noroeste Fluminense, além de Itaperuna com 8 mil matrículas tem Santo Antônio de Pádua com 1,7 mil matrículas e Bom Jesus do Itabapoana com 812 matrículas.
Porém, há que se realçar que diferente da quantidades de matrículas do ensino superior nestes municípios, o desenvolvimento do tripé da academia "Ensino-Pesquisa-Extensão" ainda é relativamente baixo, mesmo que crescente.
Em sua maioria quase esmagadora, com raras exceções, as atividades de extensão e pesquisa estão vinculadas às instituições públicas com as universidades e institutos federais em seus vários campi.
Além disso, a análise desses números merecem ser observadas sob outras dimensões. Por exemplo, sob o ponto de vista do que estas instituições podem estão trazendo de dinamismo econômico-social, para além da economia que movimentam com os fluxos de pessoas entre os municípios, com os salários de professores e técnicos das instituições e com as despesas de manutenção cotidiana dos alunos nas economias locais destes municípios-polo de matrículas do Ensino Superior.
Porém, esta é uma tarefa mais ampla e se relaciona com outros setores econômicos e circuitos regionais ligados à economia e aos arranjos populacionais do Estado do Rio de Janeiro. Assunto que temos procurado abordar com frequência aqui no blog.
Voltaremos ao assunto. Enquanto isso, o blog libera estes dados e indicadores para os pesquisadores e estudiosos que assim deixarão de ter que trabalhar a base do microdados do Inep/MEC na coleta, organização e uma primeira interpretação que servem às investigações os temas de educação, gestão pública, desenvolvimento regional, ERJ, etc.
Referências:
[1] Postagem do blog em 23 set. 2018. Apesar da crise, as matrículas no ensino superior em Campos se estabilizam em 20 mil graduandos. Disponível em: https://www.robertomoraes.com.br/2018/09/apesar-da-crise-as-matriculas-no-ensino.html
[2] Postagem do blog em 8 de dez. 2017. Entre 2003 e 2016, as matrículas no ensino superior no ERJ cresceram 36%. Nas instituições públicas cresceram (82%). Mais de três vezes que (25%) o crescimento nas instituições privadas. Disponível em: http://www.robertomoraes.com.br/2017/12/entre-2003-e-2016-as-matriculas-no.html
[3] Postagem do blog em 11 de nov. 2017. Censo do Ensino Superior 2016: Campos com 19,8 mil universitários. E a qualidade? Disponível em: http://www.robertomoraes.com.br/2017/11/censo-do-ensino-superior-2016-campos.html
[4] Postagem do blog em 8 ago. 2015. Cabo Frio, Macaé e Itaperuna são polos de ensino superior, embora região metropolitana ainda concentre 80% das matrículas no ERJ. Disponível em: http://www.robertomoraes.com.br/2015/08/cabo-frio-macae-e-itaperuna-sao-polos.html
segunda-feira, outubro 01, 2018
Carta do Lula: "A polarização é contra a fome, a miséria, a injustiça social, a desigualdade, o atraso, o desemprego, o latifúndio, o preconceito, a discriminação, a submissão do país às oligarquias, ao capital financeiro e aos interesses estrangeiros"
A carta do Lula publicada hoje aqui, no Jornal do Brasil com o título "Só o voto do povo pode salvar o Brasil", de certa forma realça a gênese da polarização e a importância que todos nós temos para avançar na direção democrática, com um projeto de nação com justiça social.
Como escrevemos antes (aqui na nota anterior) há virtudes na polarização neste Brasil contemporâneo, porque o caldo de cultura que nos trouxe a esse embate difícil tem que ser enfrentado e desfeito de forma coletiva e mais profunda possível.
Abaixo o blog reproduz na íntegra o texto da carta que reacende as esperanças, tal qual a primavera, de um Brasil menos desigual, mais tolerante, solidário que decididamente resolveu enfrentar o golpe e os riscos da barbárie em prol de um projeto de Nação pata Todos.
Lula: “Só o voto do povo pode salvar o Brasil”
O Brasil está muito perto de decidir, mais uma vez, pelo voto soberano do povo, entre dois projetos de país: o que promove o desenvolvimento com inclusão social e aquele em que a visão de desenvolvimento econômico é sempre para tornar os ricos mais ricos e os pobres mais pobres. O primeiro projeto foi aprovado pela maioria nas quatro últimas eleições presidenciais. O segundo foi imposto por um golpe parlamentar e midiático travestido de impeachment.
Esta é a verdadeira disputa nas eleições de 7 de outubro. Foi por essa razão que meu nome cresceu nas pesquisas, pois o povo compreendeu que o modelo imposto pelo golpe está errado e precisa mudar. Cassaram minha candidatura, de forma arbitrária, para impedir a livre expressão popular. Mas é também pela existência de dois projetos em disputa que a candidatura de Fernando Haddad vem crescendo, na medida em que vai sendo identificada com nossas ideias.
Com alguma perplexidade, mas sem grande surpresa, vejo lideranças políticas e analistas da imprensa dizerem que o Brasil estaria dividido entre dois polos ideológicos. E que o país deveria buscar uma opção “de centro”, como se a opção pelo PT fosse “extremista”. Além de falsa e, em certos casos, hipócrita, é uma leitura oportunista, que visa confundir o eleitor e falsear o que está realmente em jogo.
Desde a fundação, em 1980, o PT polarizou, sim: contra a fome, a miséria, a injustiça social, a desigualdade, o atraso, o desemprego, o latifúndio, o preconceito, a discriminação, a submissão do país às oligarquias, ao capital financeiro e aos interesses estrangeiros. Foi lutando nesse campo, ao lado do povo, da democracia e dos interesses nacionais, que nos credenciamos a governar o país pelo voto; jamais pelo golpe.
O povo brasileiro não tem nenhuma dúvida sobre de que lado o PT sempre esteve, seja na oposição ou seja nos anos em que governamos o país. A sociedade não tem nenhuma dúvida quanto ao compromisso do PT com a democracia. Nascemos lutando por ela, quando a ditadura impunha a tortura, o arrocho dos salários e a perseguição aos trabalhadores. Fomos às ruas pelas diretas e fizemos a Constituinte avançar. Governamos com diálogo e participação social, num ambiente de paz.
A força eleitoral do PT está lastreada nessa trajetória de compromisso com o povo, a democracia e o Brasil; nas transformações que realizamos para superar a fome e a miséria, para oferecer oportunidades a quem nunca as teve, para provar que é possível governar para todos e não apenas para uma parcela de privilegiados, promovendo a maior ascensão social de todos os tempos, o maior crescimento econômico em décadas e a soberania do país.
Foi o povo que nos trouxe até aqui, apesar de todas as perseguições, para que se possa reverter o golpe e retomar o caminho da esperança nestas eleições. Se fecharam as portas à minha candidatura, abrimos outra com Fernando Haddad. É o povo que põe em xeque o projeto ultraliberal, e isso não estava no cálculo dos golpistas.
São eles o outro polo nestas eleições, qualquer que seja o nome de seu candidato, inclusive aquele que não ousam dizer. Já atenderam pelo nome de Aécio Neves, esse mesmo que hoje querem esconder. Tentaram um animador de auditório, um justiceiro e um aventureiro; restou-lhes um candidato sem votos. O nome deles poderá vir a ser o da serpente fascista, chocada no ninho do ódio, da violência e da mentira.
Foram eles que criaram essa ameaça à democracia e à civilização. Assumam a responsabilidade pelo que fizeram contra o povo, contra os trabalhadores, a democracia e a soberania nacional. Mas não venham pregar uma alternativa eleitoral “ao centro”, como se não fossem os responsáveis, em conluio com a Rede Globo, pelo despertar da barbárie. Escrevo este artigo para o “Jornal do Brasil” porque é um veículo que vem praticando a democracia e a pluralidade.
Quem flerta com a barbárie cultiva o extremismo. Quem luta contra ela nada tem de extremista. Tem compromisso com o povo, com o país e com a civilização. Na disputa entre civilização e barbárie, deve-se escolher um lado. Não dá pra ficar em cima do muro.
Em outubro teremos a oportunidade de resgatar a democracia outra vez, encerrando um dos períodos mais vergonhosos da história e dos mais sofridos para a nossa gente. Estou seguro de que estaremos juntos a todos os que lutaram pela conquista da democracia a duras penas e com grande sacrifício. E estaremos juntos às mulheres que não aceitam a submissão, aos negros, indígenas e a todos e todas que sofreram ao longo de séculos a discriminação e o preconceito.
Estaremos juntos, todos os que, independentemente de diferenças políticas e trajetórias distintas, têm sensibilidade social e convicções democráticas.
Será uma batalha difícil, como poucas. Mas estou certo de que a democracia será vitoriosa. De minha parte, estarei onde sempre estive: ao lado do povo, sem ilusões nem vacilações. Com amor pelo Brasil e compromisso com o povo, a paz, a democracia e a justiça social.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Ex-presidente da República e presidente de honra do Partido dos Trabalhadores.
Lula: “Só o voto do povo pode salvar o Brasil”
O Brasil está muito perto de decidir, mais uma vez, pelo voto soberano do povo, entre dois projetos de país: o que promove o desenvolvimento com inclusão social e aquele em que a visão de desenvolvimento econômico é sempre para tornar os ricos mais ricos e os pobres mais pobres. O primeiro projeto foi aprovado pela maioria nas quatro últimas eleições presidenciais. O segundo foi imposto por um golpe parlamentar e midiático travestido de impeachment.
Esta é a verdadeira disputa nas eleições de 7 de outubro. Foi por essa razão que meu nome cresceu nas pesquisas, pois o povo compreendeu que o modelo imposto pelo golpe está errado e precisa mudar. Cassaram minha candidatura, de forma arbitrária, para impedir a livre expressão popular. Mas é também pela existência de dois projetos em disputa que a candidatura de Fernando Haddad vem crescendo, na medida em que vai sendo identificada com nossas ideias.
Com alguma perplexidade, mas sem grande surpresa, vejo lideranças políticas e analistas da imprensa dizerem que o Brasil estaria dividido entre dois polos ideológicos. E que o país deveria buscar uma opção “de centro”, como se a opção pelo PT fosse “extremista”. Além de falsa e, em certos casos, hipócrita, é uma leitura oportunista, que visa confundir o eleitor e falsear o que está realmente em jogo.
Desde a fundação, em 1980, o PT polarizou, sim: contra a fome, a miséria, a injustiça social, a desigualdade, o atraso, o desemprego, o latifúndio, o preconceito, a discriminação, a submissão do país às oligarquias, ao capital financeiro e aos interesses estrangeiros. Foi lutando nesse campo, ao lado do povo, da democracia e dos interesses nacionais, que nos credenciamos a governar o país pelo voto; jamais pelo golpe.
O povo brasileiro não tem nenhuma dúvida sobre de que lado o PT sempre esteve, seja na oposição ou seja nos anos em que governamos o país. A sociedade não tem nenhuma dúvida quanto ao compromisso do PT com a democracia. Nascemos lutando por ela, quando a ditadura impunha a tortura, o arrocho dos salários e a perseguição aos trabalhadores. Fomos às ruas pelas diretas e fizemos a Constituinte avançar. Governamos com diálogo e participação social, num ambiente de paz.
A força eleitoral do PT está lastreada nessa trajetória de compromisso com o povo, a democracia e o Brasil; nas transformações que realizamos para superar a fome e a miséria, para oferecer oportunidades a quem nunca as teve, para provar que é possível governar para todos e não apenas para uma parcela de privilegiados, promovendo a maior ascensão social de todos os tempos, o maior crescimento econômico em décadas e a soberania do país.
Foi o povo que nos trouxe até aqui, apesar de todas as perseguições, para que se possa reverter o golpe e retomar o caminho da esperança nestas eleições. Se fecharam as portas à minha candidatura, abrimos outra com Fernando Haddad. É o povo que põe em xeque o projeto ultraliberal, e isso não estava no cálculo dos golpistas.
São eles o outro polo nestas eleições, qualquer que seja o nome de seu candidato, inclusive aquele que não ousam dizer. Já atenderam pelo nome de Aécio Neves, esse mesmo que hoje querem esconder. Tentaram um animador de auditório, um justiceiro e um aventureiro; restou-lhes um candidato sem votos. O nome deles poderá vir a ser o da serpente fascista, chocada no ninho do ódio, da violência e da mentira.
Foram eles que criaram essa ameaça à democracia e à civilização. Assumam a responsabilidade pelo que fizeram contra o povo, contra os trabalhadores, a democracia e a soberania nacional. Mas não venham pregar uma alternativa eleitoral “ao centro”, como se não fossem os responsáveis, em conluio com a Rede Globo, pelo despertar da barbárie. Escrevo este artigo para o “Jornal do Brasil” porque é um veículo que vem praticando a democracia e a pluralidade.
Quem flerta com a barbárie cultiva o extremismo. Quem luta contra ela nada tem de extremista. Tem compromisso com o povo, com o país e com a civilização. Na disputa entre civilização e barbárie, deve-se escolher um lado. Não dá pra ficar em cima do muro.
Em outubro teremos a oportunidade de resgatar a democracia outra vez, encerrando um dos períodos mais vergonhosos da história e dos mais sofridos para a nossa gente. Estou seguro de que estaremos juntos a todos os que lutaram pela conquista da democracia a duras penas e com grande sacrifício. E estaremos juntos às mulheres que não aceitam a submissão, aos negros, indígenas e a todos e todas que sofreram ao longo de séculos a discriminação e o preconceito.
Estaremos juntos, todos os que, independentemente de diferenças políticas e trajetórias distintas, têm sensibilidade social e convicções democráticas.
Será uma batalha difícil, como poucas. Mas estou certo de que a democracia será vitoriosa. De minha parte, estarei onde sempre estive: ao lado do povo, sem ilusões nem vacilações. Com amor pelo Brasil e compromisso com o povo, a paz, a democracia e a justiça social.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Ex-presidente da República e presidente de honra do Partido dos Trabalhadores.
A polarização enquanto virtude
Ao contrário do que muitos afirmam a polarização na eleição presidencial e no debate político no Brasil contemporâneo não é de todo ruim.
Se de um lado a polarização tende a simplificar o debate, expondo quase sempre as sínteses do que se reproduz na bolha digital de cada um dos lados, de outro, ela permite a exposição de quem se posiciona por um dos polos.
Não tenhamos dúvidas. Tudo que aí se vê e ouve poderia não ser conhecido, mas existia no âmago das pessoas e grupos.
As ideologias e posições são mais comentadas quando faladas, mas elas existem também, quando submersas no interior dos sujeitos.
Essa polarização acaba por permitir que cada um de nós conheça não apenas os outros, em sua integralidade e não apenas na face mostrada pelas representações que cada um de nós constrói para ser visto pelo outro.
Esse processo é ainda mais profundo, porque além de conhecer o outro de forma mais ampla, também passamos a enxergar a nós próprios de forma mais plena.
Nesse processo, se pode identificar que a política é não apenas a conquista de votos e apoios eleitorais. É também a forma como uma sociedade pode ver a si próprio, a partir do processo histórico do passado e com olhos e mentes para imaginar, desejar e trabalhar para um futuro melhor.
Dessa forma, eu penso que a psicanálise e a psicologia social nunca deveriam ser vistas apartadas da política e da relação entre os sujeitos diante do Estado nacional.
A apenas seis dias das eleições, eu faço aqui essa reflexão cada vez mais convencido de que o caldo de cultura que nos trouxe a esse embate difícil tem que ser enfrentado e desfeito de forma coletiva e mais profunda possível.
O resultado de tudo isso poderá ser ainda muito útil à todos nós como sociedade e civilização, porque não está só travando uma disputa de posições.
Trava-se no momento atual do Brasil, uma batalha sobre as ideias e posições que estavam escondidas nas profundezas dos sujeitos, que antes mostravam apenas suas representações, sobre a forma como os sujeitos pretendiam ser vistos, diante dos outros e da sociedade como um todo.
Sejamos otimistas. A luta constrói a vida e a primavera nos impele a seguir em frente na busca por dias melhores, numa sociedade menos desigual, tolerante e solidária.
Se de um lado a polarização tende a simplificar o debate, expondo quase sempre as sínteses do que se reproduz na bolha digital de cada um dos lados, de outro, ela permite a exposição de quem se posiciona por um dos polos.
Não tenhamos dúvidas. Tudo que aí se vê e ouve poderia não ser conhecido, mas existia no âmago das pessoas e grupos.
As ideologias e posições são mais comentadas quando faladas, mas elas existem também, quando submersas no interior dos sujeitos.
Essa polarização acaba por permitir que cada um de nós conheça não apenas os outros, em sua integralidade e não apenas na face mostrada pelas representações que cada um de nós constrói para ser visto pelo outro.
Esse processo é ainda mais profundo, porque além de conhecer o outro de forma mais ampla, também passamos a enxergar a nós próprios de forma mais plena.
Nesse processo, se pode identificar que a política é não apenas a conquista de votos e apoios eleitorais. É também a forma como uma sociedade pode ver a si próprio, a partir do processo histórico do passado e com olhos e mentes para imaginar, desejar e trabalhar para um futuro melhor.
Dessa forma, eu penso que a psicanálise e a psicologia social nunca deveriam ser vistas apartadas da política e da relação entre os sujeitos diante do Estado nacional.
A apenas seis dias das eleições, eu faço aqui essa reflexão cada vez mais convencido de que o caldo de cultura que nos trouxe a esse embate difícil tem que ser enfrentado e desfeito de forma coletiva e mais profunda possível.
O resultado de tudo isso poderá ser ainda muito útil à todos nós como sociedade e civilização, porque não está só travando uma disputa de posições.
Trava-se no momento atual do Brasil, uma batalha sobre as ideias e posições que estavam escondidas nas profundezas dos sujeitos, que antes mostravam apenas suas representações, sobre a forma como os sujeitos pretendiam ser vistos, diante dos outros e da sociedade como um todo.
Sejamos otimistas. A luta constrói a vida e a primavera nos impele a seguir em frente na busca por dias melhores, numa sociedade menos desigual, tolerante e solidária.
PS.: Este texto foi postado ontem no Facebook no perfil deste blogueiro. Porém, o título foi dado por um dos compartilhadores do mesmo que foi o amigo facebookano, Wilson Gomes de Almeida, a quem agradeço.
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