Nesse mesmo processo, reforçando a hegemonia americana obtida no processo da 2ª GM, surge a negociação entre os EUA e Arábia Saudita criando o que passou a ser conhecido como petrodólar. [1]
A síntese, a troca do padrão-ouro para o padrão-petróleo, o acordo passou também a financiar a dívida americana a partir da exigência do dólar como moeda padrão para todos os negócios de petróleo no mundo.
Como contrapartida, os EUA ofereceram a completa segurança militar e de proteção às reservas de petróleo da Arábia Saudita, já na ocasião, a maior exportadora mundial e detentora das reservas que possuíam os menores custos de produção do mundo.
Pois bem há pelo menos dois anos tem vindo à tona negociações que envolvem a China, Rússia e Índia para romper com o padrão petro-dólar e assim comercializar o petróleo cru em outras moedas sem precisar da conversão em dólar que aumenta o poder dos EUA sobre a economia mundial.
Há quem garanta que isso já esteja ocorrendo entre no comércio de petróleo entre a China e a Rússia. E que esse processo do petro-yuan seria a vingança de Putin contra os EUA e o petro-dólar. (Yuan é a moeda chinesa). [3]
Assim, também cada vez mais se tem notícias de que há anos, a China e a Rússia estão acumulando mais reservas de ouro para voltar à relação com o outro como garantia para negócios em suas próprias moedas.
Porém, a Arábia Saudita, a maior exportadora de petróleo do mundo, mesmo que já tenha se aproximado da Rússia e aumentado seu comércio de petróleo para a China, ainda mantém o petro-dólar e o acordo com os EUA.
Pois bem, é nesse contexto e num momento em que os EUA briga com boa parte do mundo numa guerra comercial que envolve não apenas a China, mas a Europa é que essa notícia da agência Reuters, sobre o fato de que pela primeira vez a Arábia Saudita analisa a possibilidade de flexibilizar a negociação de petróleo, em outras moedas deve ser vista e analisada.
O contexto nesse caso é tão ou mais importante que a notícia, esmo que sobre a hipótese de rompimento do padrão petróleo-dólar, ou petrodólar.
A manchete com o título "exclusivo" da agência Reuters diz: "Sauditas ameaçam deixar de usar dólar no comércio de petróleo por 'Nopec'. A matéria diz mais: [2]
"A Arábia Saudita está ameaçando vender seu petróleo em outras moedas que não o dólar, se Washington aprovar um projeto que expõe integrantes da Opep a processos antitruste nos Estados Unidos, disseram três fontes familiarizadas com a política saudita. A opção foi discutida internamente por altos funcionários do setor de energia saudita nos últimos meses. Duas das fontes disseram que o plano havia sido discutido com os membros da Opep e uma fonte disse que Riad também relatou a ameaça a altos funcionários de energia dos EUA.
As chances de o projeto dos EUA, conhecido como "Nopec", ganhar força são pequenas, e a Arábia Saudita provavelmente não seguiria adiante com a ameaça, mas o fato de Riad considerar um passo tão drástico é um sinal do aborrecimento do reino sobre a potencial questão legal dos EUA que desafia a Organização dos Países Exportadores de Petróleo.
No improvável acontecimento, Riad abandonaria o dólar, minaria o status de principal reserva do mundo da moeda, reduziria a influência de Washington no comércio global e enfraqueceria a capacidade dos EUA de impor sanções aos estados-nação.
"Os sauditas sabem que eles têm o dólar como opção nuclear", disse uma das fontes familiarizadas com o assunto. "Os sauditas dizem: deixem os americanos passarem a Nopec e seria a economia dos EUA a desmoronar", disse outra fonte. O Ministério da Energia da Arábia Saudita não respondeu a um pedido de comentário."
Como se pode perceber a mercadoria especial que é o petróleo, responsável pela produção de mais de 3 mil mercadorias, para além dos combustíveis, como um dos seus derivados, continua a dirigir boa parte das decisões estratégicas e geopolíticas do mundo.
As nações com grande reservas e/ou produção - como o Brasil com a maior fronteira de petróleo descoberta no mundio na última década: o pré-sal - são e continuarão a ser, vítimas de pressões políticas e disputas internas de poder, que tem origem em guerras híbridas, com interesses geopolíticos e de manutenção por hegemonia.
Há quem ainda não queira entender esse processo que segue o seu curso. Observando os movimentos políticos e econômicos que cercam os grandes fundos financeiros, as grandes corporações globais e as decisões das grandes nações é possível entender melhor o que se passa em nosso e outros países. Sigamos observando.
[2] Matéria da Reuters, 4 abr. 2018. ZHDANNIKOV, Dmitry Zhdannikov, EL GAMAL, Rania Gamal e LAWLER, Alex. Exclusive: Saudi Arabia threatens to ditch dollar oil trades to stop 'NOPEC' - sources. Disponível em: https://www.reuters.com/article/us-saudi-usa-oil-exclusive/exclusive-saudi-arabia-threatens-to-ditch-dollar-oil-trades-to-stop-nopec-sources-idUSKCN1RH008
Pois bem há pelo menos dois anos tem vindo à tona negociações que envolvem a China, Rússia e Índia para romper com o padrão petro-dólar e assim comercializar o petróleo cru em outras moedas sem precisar da conversão em dólar que aumenta o poder dos EUA sobre a economia mundial.
Há quem garanta que isso já esteja ocorrendo entre no comércio de petróleo entre a China e a Rússia. E que esse processo do petro-yuan seria a vingança de Putin contra os EUA e o petro-dólar. (Yuan é a moeda chinesa). [3]
Assim, também cada vez mais se tem notícias de que há anos, a China e a Rússia estão acumulando mais reservas de ouro para voltar à relação com o outro como garantia para negócios em suas próprias moedas.
Porém, a Arábia Saudita, a maior exportadora de petróleo do mundo, mesmo que já tenha se aproximado da Rússia e aumentado seu comércio de petróleo para a China, ainda mantém o petro-dólar e o acordo com os EUA.
Pois bem, é nesse contexto e num momento em que os EUA briga com boa parte do mundo numa guerra comercial que envolve não apenas a China, mas a Europa é que essa notícia da agência Reuters, sobre o fato de que pela primeira vez a Arábia Saudita analisa a possibilidade de flexibilizar a negociação de petróleo, em outras moedas deve ser vista e analisada.
O contexto nesse caso é tão ou mais importante que a notícia, esmo que sobre a hipótese de rompimento do padrão petróleo-dólar, ou petrodólar.
A manchete com o título "exclusivo" da agência Reuters diz: "Sauditas ameaçam deixar de usar dólar no comércio de petróleo por 'Nopec'. A matéria diz mais: [2]
"A Arábia Saudita está ameaçando vender seu petróleo em outras moedas que não o dólar, se Washington aprovar um projeto que expõe integrantes da Opep a processos antitruste nos Estados Unidos, disseram três fontes familiarizadas com a política saudita. A opção foi discutida internamente por altos funcionários do setor de energia saudita nos últimos meses. Duas das fontes disseram que o plano havia sido discutido com os membros da Opep e uma fonte disse que Riad também relatou a ameaça a altos funcionários de energia dos EUA.
As chances de o projeto dos EUA, conhecido como "Nopec", ganhar força são pequenas, e a Arábia Saudita provavelmente não seguiria adiante com a ameaça, mas o fato de Riad considerar um passo tão drástico é um sinal do aborrecimento do reino sobre a potencial questão legal dos EUA que desafia a Organização dos Países Exportadores de Petróleo.
No improvável acontecimento, Riad abandonaria o dólar, minaria o status de principal reserva do mundo da moeda, reduziria a influência de Washington no comércio global e enfraqueceria a capacidade dos EUA de impor sanções aos estados-nação.
"Os sauditas sabem que eles têm o dólar como opção nuclear", disse uma das fontes familiarizadas com o assunto. "Os sauditas dizem: deixem os americanos passarem a Nopec e seria a economia dos EUA a desmoronar", disse outra fonte. O Ministério da Energia da Arábia Saudita não respondeu a um pedido de comentário."
Como se pode perceber a mercadoria especial que é o petróleo, responsável pela produção de mais de 3 mil mercadorias, para além dos combustíveis, como um dos seus derivados, continua a dirigir boa parte das decisões estratégicas e geopolíticas do mundo.
As nações com grande reservas e/ou produção - como o Brasil com a maior fronteira de petróleo descoberta no mundio na última década: o pré-sal - são e continuarão a ser, vítimas de pressões políticas e disputas internas de poder, que tem origem em guerras híbridas, com interesses geopolíticos e de manutenção por hegemonia.
Há quem ainda não queira entender esse processo que segue o seu curso. Observando os movimentos políticos e econômicos que cercam os grandes fundos financeiros, as grandes corporações globais e as decisões das grandes nações é possível entender melhor o que se passa em nosso e outros países. Sigamos observando.
Referências:
[1] Tese do autor defendida em mar. 2017, no PPFH-UERJ. P. 76-77/560: “A relação transescalar e multidimensional “Petróleo-porto” como produtora de novas territorialidades”. Disponível na Rede de Pesquisa em Políticas Públicas (RPP)-UFRJ: http://www.rpp.ufrj.br/library/view/a-relacao-transescalar-e-multidimensional-petroleo-porto-como-produtora-de-novas-territorialidades
[3] Matéria no FXCM em março de 2018. What Is The Petroyuan? Disponível em: https://www.fxcm.com/uk/insights/what-is-the-petroyuan/
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