O quadro econômico nacional não tem como melhorar com essa fixação no ajuste fiscal, que hoje apenas mantem o medo do caos, para assim garantir a mexida na Previdência Social dos trabalhadores.
O(des) governo já sabe disso. A bomba murcha Ipiranga - que já foi posto - nunca administrou nada a não ser a riqueza dos outros como empregado dos bancos e depois como banqueiro. Nunca pensou no país, apenas tinha a ideia de seguir Friedman e Hayek, caminho que outros menos obtusos, sabiam que para ser seguido necessitava de adaptações.
E pior de tudo é que tudo que depender, unicamente, do presidente não dará certo.
O des(governo) pode chegar ao final do mandato por falta de opções. Porém hoje, o mais provável é que queiram apostar no Mourão, depois de ultrapassados dois anos, onde o impedimento não exigiria novas eleições.
Nesta hipótese, tentariam garantir uma transição para um “caminho centrista”, onde imaginam arrumar, o que não conseguiram em 2018: um “outsider”. Ainda assim, apesar da recessão já ir para o quarto ano seguido, nada indica que terá algum alívio com crescimento significativo antes de 2022, ano da eleição presidencial.
O cenário externo com a guerra comercial EUA x China deve seguir piorando, o que deve demandar menos produtos que exportamos. As ameaças de antigos parceiros compradores das nossas commodities (em especial alimentos, mas também minerais) contra o Brasil não param de crescer diante das bizarrices bolsonarianas.
Na intenção do des(governo), a privatização de quase tudo, em especial Petrobras (petróleo e gás) e Eletrobras - entre outras - nessa época de crise será feita por trocados, porque são poucos players e fundos que admitirão correr riscos num cenário destes e num espaço governado por um sem-noção.
Além disso, fora o entreguismo, a venda de muitos ativos quase ao mesmo tempo, reduz muito os valores a serem obtidos, ainda mais em tempos de crise geral.
O desmonte do governo federal e dos programas e políticas públicas, decorrentes do ajuste fiscal sem freio e da ausência de capacidade de gerar políticas públicas, mesmo que sob a vertente liberal, não inclusiva e de estado mínimo, só reduz ainda mais a capacidade da economia ganhar algum fôlego no presente e futuro imediato até 2022.
Não é por outro motivo que Armínio Fraga, o gestor ex-presidente do Banco Central de FHC e gestor de fundo de investimento, Fundo Pátria, que controla mais de 100 diferentes fundos de investimentos que somam ativos de mais de R$ 15 bilhões mostrou um certo desespero na entrevista da quinta-feira (12 set) da Globo News.
Num quadro destes, é evidente que a defesa da nação e da democracia se ampliarão. A cada dia mais e mais retomam forças para lutar por alternativas.
O desejo por uma frente que lidere essa alternativa pode servir de mote, mas não deve ser empecilho à organização para mudar o rumo das coisas.
Será o processo que definirá forma e quais lideranças assumirão esse papel para retomada de um projeto de nação que o país necessita. No meio desta conjuntura, o Brasil urge que as forças democráticas voltem a se organizar.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário