Segundo a ANP, o Brasil será em 2030, o 4º maior produtor de petróleo do mundo. Sairá de uma produção atual de 3,3 milhões de barris por dia (mibpd) hoje, para 7 milhões de bpd em 2030, quando deverá estar exportando entre 4 e 5 milhões barris por dia (mibpd), demandando assim mais terminais portuários, navios petroleiros, etc.
Em termos de gás natural - o combustível da transição energética (cada vez mais disputado) -, o Brasil sairá de uma produção atual de 59 milhões de m³/dia, para 147 milhões de m³/dia, também em 2030.
Para viabilizar esse aumento colossal da produção no Brasil de petróleo e gás natural, haverá uma demanda extraordinária de infraestrutura de terminais portuários, novos ramais de gasodutos, indústria de equipamentos, serviços e tecnologia em óleo e gás (O&G).
Por essa projeção para 2030, o Brasil será o quarto maior produtor mundial de
petróleo, só ficando atrás dos EUA, Arábia Saudita e Rússia. Assim, em 2030, em termos de produção de óleo e gás, o Brasil estará na frente do Canadá, Irã,
Iraque, Emirados Árabes, Kuwait, México, etc.
Isso ajuda a explicar porque o interesse sobre o Brasil se tornou algo parecido com aquilo que se tem desde a década de 70, com os países do Oriente Médio, onde os conflitos regionais estimulados por outras nações, em especial os EUA não cessam desde então.
Nesse sentido é interessante ler o artigo do Gonzaga Alves publicado aqui no portal GGN, em 2 de agosto com o título "A Lava Jato destruiu as construtoras brasileiras para entregar obras do país às empreiteiras dos EUA".
Entre outras questões e interpretações, Gonzaga resumiu o caso: "A submissão do Brasil foi o maior sucesso geoestratégico dos Estados Unidos nas últimas décadas. Todos os objetivos foram atingidos e o país, antes independente e orgulhoso de seu crescimento, hoje está completamente submetido economicamente, politicamente e diplomaticamente aos interesses dos EUA."
Isso ajuda a explicar porque o interesse sobre o Brasil se tornou algo parecido com aquilo que se tem desde a década de 70, com os países do Oriente Médio, onde os conflitos regionais estimulados por outras nações, em especial os EUA não cessam desde então.
Nesse sentido é interessante ler o artigo do Gonzaga Alves publicado aqui no portal GGN, em 2 de agosto com o título "A Lava Jato destruiu as construtoras brasileiras para entregar obras do país às empreiteiras dos EUA".
Entre outras questões e interpretações, Gonzaga resumiu o caso: "A submissão do Brasil foi o maior sucesso geoestratégico dos Estados Unidos nas últimas décadas. Todos os objetivos foram atingidos e o país, antes independente e orgulhoso de seu crescimento, hoje está completamente submetido economicamente, politicamente e diplomaticamente aos interesses dos EUA."
No mesmo texto, o autor comenta que "os governos do Brasil e dos EUA, assinaram dia 01 de agosto de 2019 um memorando, para entregar bilionárias obras de infraestrutura do país a construtoras estadunidenses". Gonzaga também afirma que " esse acordo só foi possível porque a Lavajato destruiu as empreiteiras brasileiras, que chegaram a ser as mais avançadas e competitivas do mundo, o que é comprovado pelas frequentes vitórias em concorrências internacionais. A proposta abre as portas do Brasil para empresas como a Halliburton e suas subsidiárias, consideradas as mais corruptas do planeta ... "Um dos melhores negócios para as empresas dos EUA é a reconstrução da infraestrutura do país, destruída pelas guerras... Uma das principais beneficiadas, mas não a única, é a Halliburton – que foi administrada pelo vice-presidente americano, Dick Cheney, entre 1995 e 2000, quando ele se afastou formalmente para assumir a candidatura de vice-presidente na chapa de George W. Bush ... A Halliburton entrou no Iraque oficialmente para “apagar incêndios em poços de petróleo”.
Assim, essa colossal demanda de infraestrutura de terminais portuários, rede de dutos (gasodutos e oleodutos), embarcações, plataformas, sonda e embarcações de apoio para exploração offshore de petróleo e escoamento da produção serão entregues às empreiteiras estrangeiras, em especial americanas.
Assim, essa colossal demanda de infraestrutura de terminais portuários, rede de dutos (gasodutos e oleodutos), embarcações, plataformas, sonda e embarcações de apoio para exploração offshore de petróleo e escoamento da produção serão entregues às empreiteiras estrangeiras, em especial americanas.
Da mesma forma, com menos exigências na Política de Conteúdo Local (PCL), a indústria naval, de equipamentos e tecnologias para atender o setor petróleo virá de fora do país, gerando empregos e impostos em outro país, inclusive com o Brasil, oferecendo isenções e subsídios bilionários (trilhionários) para estas corporações importarem equipamentos e tecnologia de suas matrizes, sem pagar impostos no Brasil.
No meio de tudo isso escancaram o setor de gás aos players estrangeiros com o tal "novo marco legal do gás natural" com a promessa vá de aumentar a competição para reduzir o preço aos consumidores finais. Ao mesmo tempo fatiaram e estão entregando as subsidiárias da Petrobras, a BR Distribuidora, as refinarias, ou seja o mercado nacional de combustíveis às tradings e fundos financeiros globais. Assim, como entregaram cerca de 9 mil quilômetros de gasodutos, como também vários campos de petróleo tanto das bacias de Campos, Santos, quanto do magnífico pré-sal, onde já se produz um barril de petróleo a um custo líquido em torno dos US$ 6.
Uma aberração. Hoje, ficam mais claros os processo, os agentes e as redes que atuaram nessa trama, facilitando a compreensão de como foi gerado o golpe institucional que mudou a orientação da política no Brasil a partir de 2013-2015 e 2016.
Muito mais do que descobrir e punir desvios de gerentes e gestores de corporações estatais e privadas do setor, o que interessava mais especialmente era o seu desmonte desta capacidade instalada no Brasil. Para, assim, desviar destas corporações e das empreiteiras brasileiras, toda essa oportunidade que será gerada em nova fase do ciclo petro-econômico gerada no país, a partir da descoberta das reservas do pré-sal, a maior fronteira petrolífera descoberta no mundo nas últimas duas décadas.
O argumento foi que os gestores da estatais brasileiras e empreiteiras eram corruptos, como se as corporações globais não agissem de forma similar, com notícias a que se tem acesso diariamente e nem por isso, essas empresas são punidas, apenas os seus dirigentes.
Assim, hoje se sabe que procuradores e juízes praticaram não apenas corrupção dos meios jurídicos, mas criaram as condições para entregar as riquezas do Brasil e sua soberania, ampliando ainda mais nossa dependência.
Mais claro impossível. A cada dia, com as informações obtidas sobre as tramas da Lava Jato como base para o golpe institucional de 2016 (de base parlamentar-jurídico-midiático), fica mais evidente os objetivos.
As razões nunca foram para identificar e punir os desvios e sim, submeter o país a uma maior dependência e submissão no plano da geopolítica a fim de atender os interesses financeiros e das corporações globais que controlam também a política nas nações que disputam a hegemonia no mundo.
Um comentário:
Excelente sua síntese de um grande e complexo problema de geopolítica do petróleo.
Uma pena que a sociedade e a opinião pública tão abalada com tantas notícias ruins (corte de verbas para educação, bolsas da CAPES/CNPQ). De uma maneira geral não consegue entender o tamanho do estrago para a Nação e o futuro.
Parabéns pelo trabalho.
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