quarta-feira, fevereiro 24, 2021

O risco de um fundo de estabilização dos preços dos combustíveis para transferir fundo público para investidores

Ainda no final de semana passado falei para amigos da minha rede de conversas, como hipótese em estudo pelo desgoverno, o que está na matéria dos jornalistas Daniel Ritter e Fabio Graner no Valor (aqui), p.B4, 24 Fev. 2021, cuja imagem segue abaixo da postagem.
 
A criação de um fundo de estabilização usando dinheiros dos royalties do petróleo. Assim, as participações governamentais e os entes federados pagarão a conta do PPI.

É uma "trapizonga" para o Partido Militar atender as bases, acalmar o setor financeiro e ganhar tempo até entregar mais partes da Petrobras ao mercado.

Na prática uma forma de tomar parte do fundo público oriundo da renda petrolífera.

De certa forma, esse fundo pode ser considerado uma "bolsa investidor", pois garante os rendimentos dos acionistas com a compensação dos altos preços dos combustíveis, só que com a apropriação da renda petrolífera que era fundo público, como participação governamental que passa a ir para os farialimers.

A ideia do fundo de estabilização em si não é ruim, depende de saber de onde ela tira e onde se coloca os dinheiros. O que se tinha antes do PPI era uma espécie de fundo de estabilização.

Pazuellização da Petrobras. A conferir!

sábado, fevereiro 20, 2021

Petrobras e a Economia Política do Partido Militar no desgoverno Bolsonaro

Sugiro aos que me acompanham por aqui a assistirem a entrevista do professor Eduardo Costa Pinto do IE/UFRJ à TV 247, que foi veiculada há pouco que segue no link abaixo. Eduardo trata dos temas que temos aqui conversado, sobre a Petrobras, a política de preços de combustíveis, a desintegração e desmonte da estatal, a financeirização e o interesse dos investidores e a relação de tudo isso com o poder político do Partido Militar. 

O Eduardo também fala da Pazuellização da Petrobras que tratamos aqui no artigo abaixo, explicando o que isso significa.

Não existe economia distanciada da política, assim, o eixo da análise objetiva compreender a atual conjuntura da Política de Paridade de Preços (PPI) dos combustíveis, a direção da Petrobras e seu poder para auxiliar a construir um projeto de desenvolvimento que se situa no âmbito da superestrutura é explicado pela Economia Política. Vale conferir!



sexta-feira, fevereiro 19, 2021

Desgoverno arruma um "novo Pazuello" para a Petrobras. Em 3 anos PPI derruba dois presidentes

 Essa política de preços dos combustíveis derruba dois presidentes da Petrobras, em menos de três anos. Antes do Castelo Branco foi o Pedro Parente, em junho de 2018. Os dois eram queridinhos do setor financeiro. Agora entra em campo, mais um do Partido Militar, um "novo Pazuello".

Todos os "colonistas" e comentaristas econômicos da mídia corporativa ficam repetindo o mesmo discurso (único), como se não existisse alternativa.

Olha que toda essa nova confusão se dá porque o barril do petróleo chegou a US$ 60. Imagine como seria com essa política tivesse em vigor entre 2010 e 2014, quando o preço do barril de petróleo no mercado internacional esteve oscilando, mas sempre acima de US$ 100, o barril. Pelo atual critério do PPI (Preço Paridade Internacional), a gasolina estaria a mais de R$ 10, o litro.

Tudo isso, num momento em que o Brasil mais produz petróleo e os campos e poços do pré-sal estão "bombando".

É compreensível que alguma paridade com o preço internacional aconteça, mas não na proporção total, na medida em que muitos custos não são dolarizados e também os critérios poderiam ter colchões de amortecimento ao longo do tempo para garantir alguma estabilidade. Senão, de que adiantaria ser produtor?

Além disso, esses governos entreguistas estão desintegrando a empresa, vendendo partes da holding, que permitiria ajustes de custos conforme o mercado, em etapas diferente da cadeia produtiva, entre a exploração, beneficiamento e distribuição para o consumo.

Ou seja, o que estamos vivendo é fruto de políticas públicas equivocadas. O desgoverno não consegue entregar nada, em termos de políticas públicas. Só desmonte e descontrole.

O Partido Militar com quase 10 mil membros no "desgoverno civil" é parte deste desastre que tende a piorar. Não adianta ficar arrumando generais e militares para colocar aqui e acolá. E também não adianta ficar colocando a culpa nos outros e na política de forma geral.

A cada dia o desgoverno perde mais apoios e o povo sofre as consequências, para além da pandemia, o desemprego, a inflação e o desmonte de políticas públicas, etc. A nação precisa se reencontrar consigo própria com um projeto para a maioria.

quarta-feira, fevereiro 17, 2021

“O sentido que o algoritmo faz – ou faz fazer...”, por Luciana Salazar Salgado

A partir da última conversa-entrevista na TV 24 (aqui), eu recebi um contato por e-mail da professora e pesquisadora da Luciana Salazar Salgado, Universidade Federal de São Carlos, SP, que é doutora em Linguística, me felicitando pelo esforço de “esclarecer um amplo público sobre o que se passa na atual arquitetura da rede, com os modelos de negócios hegemônicos - e sobretudo explicar que “a rede” não tem que ser fatalmente assim”.

A seguir a Luciana me enviou um texto (está nas referências abaixo) propondo uma interlocução com o objetivo  de unir os esforços de leituras, em diferentes dimensões, sobre o fenômeno das redes digitais, a “distribuição algorítmica dos dizeres” e também ao "estado das técnicas e estado da política", como elementos para a compreensão do fenômeno do capitalismo de plataformas entre os discursos e as apropriações de toda a sorte.

A análise superinteressante da “cadeia semântica”, dos “mídiuns digitais”, da psicosfera/tecnosfera com resgates de referências conceituais do Debray e Milton Santos, feita por Lucina, me levaram a sugerir a elaboração de um texto síntese, com o objetivo de estimular e ampliar o nosso conhecimento da dimensão da linguagem que dirige as técnicas algorítmicas e as relações de poder que manipula a política. Gentilmente, Luciana nos atendeu e aí está.

 

O sentido que o algoritmo faz – ou faz fazer...

Luciana Salazar Salgado

Leio no Portal 247 a chamada “Villas Bôas admite ter consultado ministros e elaborado tuíte ainda mais incendiário sobre Lula”, que trata das ameaças do general ao STF frente ao julgamento de um habeas corpus para Lula, em 2018. O rumor público se densifica novamente em torno do tema por conta das declarações que compõem o livro “General Villas Bôas: conversa com o comandante”, recém-lançado pela Editora FGV. Um tuíte tem poder incendiário! É um caso típico do tempo presente, que se caracteriza por uma troca comunicacional intensa, densa e hipercondicionante – este é o ponto.

“Curto” sabendo que “curtir” uma notícia escabrosa fortalece a denúncia; “curte-se” a denúncia, e não o horror estampado na imagem ou manchete; os “likes” podem ajudar a pôr tema na roda, valorizar um canal ou celebrizar uma pessoa. O volume de dizeres que a lógica da plataforma enseja pautará mídias televisivas, radiofônicas e impressas, jornalísticas ou não. O Twitter é uma “rede social”, como se diz, que tem hoje poder de promover o rumor público na própria plataforma e para além dela. E eu curtir essa notícia nessa plataforma me amarra numa teia de coisas ditas e por dizer, não só porque meus rastros de navegação são coletados o tempo todo, mas porque o próprio gesto de engajamento incita em mim uma tomada de posição. É um gesto tão corriqueiro quanto grave. Fazemos isso à exaustão nas navegações cotidianas que não são consideradas “produtividade”, nos termos dos relatórios que nossas máquinas nos enviam. E com que critérios assumimos essas posições o tempo todo, cada vez mais vezes em cada vez mais redes?

Muito já se disse sobre o que Sérgio Amadeu da Silveira chama de “modulação de comportamentos”. Muitos pensadores têm nos alertado há mais de uma década para esse aspecto da arquitetura técnica que se hegemonizou e que chamamos tranquilamente de “internet”: são modelos de negócios que extraem da massiva coleta de dados, metadados e rastros a definição de categorias às quais temos de corresponder para participar da vida que se move pelos aplicativos e plataformas – tudo é filtrado, etiquetado e ranqueado. Fornecemos o material com que nos classificarão depois, enquadrando-nos. E mal percebemos como isso funciona. Sutilmente, somos conduzidos com a sensação de customização: de fato, tal como funciona hoje, esse hipersistema comunicacional pode oferecer produtos, serviços ou ideias no exato momento da navegação de um sujeito que os cálculos o apontam como efetivamente suscetível de comprar, contratar ou aderir.

O termo “hipermídia” foi caindo em desuso, mas parece muito adequado para designar algo tão abarcante, e eu me pergunto como passamos a preferir o palatável “internet”, sugestivo de uma tranquila “rede internacional”, que é, de fato, uma malha técnica de distribuição desigual. “Hipermídia” parece referir melhor a modulação de comportamentos que opera com as mais específicas idiossincrasias para estabelecer um padrão que volta pelos aplicativos e plataformas, manejando a eterna reinserção do navegante em curvas finamente calculadas. Chamo de hipersujeito esse navegante que nem se dá conta de que seu engajamento é gerador de mais engajamento, e que consiste basicamente em trabalhar para dar forma cada vez mais precisa aos cálculos que futuramente lhe darão forma (cada vez mais precisa?).

E aí a questão da língua se coloca. Também sorrateira e poderosa. Essa lógica da hipermídia que produz hipersujeitos tem muito a ver com desconsiderarmos, como usuários dessas tecnologias, o que está da tela para lá. A tela não é um ponto zero. O que se apresenta nela é já a confluência de articulações de diversos tipos de dados que nenhuma lei hoje obriga que sejam explicitadas. Também os nomes que fomos adotando para falar desses dispositivos nada neutros são incrivelmente poderosos. Um exemplo: a nuvem. Ora, não há nuvens. O marketing engenhoso definiu uma metáfora fofinha para o que são enormes galpões hiper-refrigerados funcionando 24 horas por dia, consumindo uma quantidade gigantesca de energia elétrica para estocar toda informação. Os serviços de streaming são exemplos dessa sofisticação: os de música, filme e aplicativos como Uber, Waze ou Ifood não existem senão investindo fortunas no ir-e-vir de dados hiperprecisos que, por exemplo, a Amazon estoca. A Amazon vive dos dados, não dos livros que vende a preços baixíssimos, como alguns ainda creem. É uma empresa de logística, uma intermediária, e nós somos mais mercadoria do que clientes nessa intermediação: nossas compras fornecem dados, nossas formas de comprar deixam os rastros que ela comercializa. Como se vê, essa questão da designação é bem importante: o próprio nome “Amazon” merece atenção!

Sabemos que os sentidos das palavras não estão nelas, mas nas suas relações; que as palavras dizem o que dizem ali onde aparecem, no modo como aparecem, propondo uma descrição do real. E é o convívio social que estabelece os parâmetros dessa descrição. Se cultivamos uma vida em bolhas, pode-se imaginar a dificuldade de estabelecer esses parâmetros...

Em todo caso, dizer que os sentidos das palavras se alteram conforme variáveis não linguísticas, conforme os repertórios dos interlocutores etc. não significa dizer que qualquer coisa faz sentido: o material linguístico tem suas características e os usos sociais desse material impõem certos caminhos interpretativos. Na selva da comunicação rumorosa, há caminhos que parecem preferenciais, porque se apoiam em sentidos mais estabilizados numa dada comunidade, numa sociedade.

Voltemos à notícia do tuíte do general. Boa parte de nossas trocas comunicacionais se distribui por aplicativos e plataformas cujos funcionamentos não conhecemos, vamos nos adaptando às “funcionalidades” delas, aprendendo como ocupá-las. A gente quase não se lembra de como era conversar antes das figurinhas e emojis nos mensageiros, como eram os dias antes da possibilidade de falar com muita gente o tempo todo ao longo do dia... Nesse contexto, por que o general usa o Twitter para ameaçar o STF? O que um enunciado curto lançado ali pode? Pode muito, como estamos vendo. A língua é a arena das arenas, e o modo como vai se organizando em dizeres que se põem a circular é que faz sentido. Foi usando o Twitter como usamos que fizemos dele um lugar de exercício de poderes – de governo, de desgoverno, da tirania institucional... Eis o hipercondicionamento. Era só um tuíte, e condicionou os rumos da nação.

Por definição, como disse, os sentidos de uma língua não estão dados nas palavras soltas, mas no modo como elas aparecem onde aparecem, proferidas por quem as profere. O que se tem chamado de “guerra das narrativas” tem muito a ver com isso. Afinal, a disputa pelos sentidos do que se diz é a disputa pela descrição do real. Nesse caso, o próprio termo “narrativa”, convenhamos, tem seus perigos: faz crer que tudo são versões e não há fato.

E um rumor público que é “hiper”, difícil de digerir, nos deixa à mercê desses ventos. Por isso, em tempos de guerra das narrativas, só sobreviverá quem considerar a lógica das tecnologias do dizer, o que significa que ocupar as redes tem de vir junto com entender os funcionamentos que elas hoje impõem – e transformá-los.

 

Detalhamentos:

SALGADO, L.S. A dimensão algorítmica dos discursos, pré-print disponível no Reseachgate.

SALGADO, L.S.; OLIVA, J. Espaço comunicativo e fratura social. Belo Horizonte: Fino Traço, 2020. (versão digital gratuita)

terça-feira, fevereiro 16, 2021

A falsidade e os riscos do discurso higienista do Villas Boas e da Lava Jato

Há um ponto em comum na confissão do não-general Villas Boas (segundo ele, em nome do Alto Comando do Exército-ACE) e a Operação Lava Jato.

Ambas, traçaram um cenário de atuação higienista onde pensavam em limpar a política, mesmo que nenhuma das duas tivessem autorização expressa para tal dentro da Constituição.

Sua ações foram conjuntas, complementares e dirigidas à margem da Constituição e das "regras do jogo".
Ambas miraram o resultado dessa intervenção direta: a obtenção e o controle do poder do qual continua a não abrir mão.

Todos sabemos na história da humanidade, em que resultou esse tipo de ideia higienista e de supremacia de grupos.

Por esta e muitas outras questões, penso que é preciso ler com mais profundidade tudo isso que está diante dos nossos olhos. A história mais uma vez tem muito a nos ensinar.

quarta-feira, fevereiro 10, 2021

Independência do BC é o abre alas da avalanche neoliberal que sustenta o capitão cloroquina: Faria Lima desconfia que não terá dois anos pela frente!

Desde o apoio aberto e sem discrição do setor financeiro, aos candidatos do Bolsonaro nas eleições das casas legislativas, entre o final do ano passado e início deste 2021, ficou mais claro como a turma dos bancos e fundos financeiros, da Faria Lima e adjacências, planejou 2021 e 2022.

Além de tentar manter o “capitão cloroquina” no poder até lá, a ideia é soltar em massa uma avalanche de decisões de interesse do capital, o mais rapidamente possível, até porque o prazo de validade pode ser antecipado com as instabilidades que estão a caminho.
 
A ideia de liberar um tsunami de medidas privatizantes, desregulatórias, antissociais e mais retiradas de direitos socais, no olhar desta turma, precisa vir como avalanche, numa hecatombe mercadista. Pode não passar tudo, mas ao vir com pressão total, eles imaginam que conseguem desmontar as instituições estatais e da sociedade para entregar ao controle do deus mercado.
 
A avalanche da hecatombe de direita e da barbárie coloca todos os temas em evidência ao mesmo tempo. Isso não é acaso e sim estratégia da Faria Lima que guia o tosco e seus não-generais do Partido Militar.

O abre-alas desta avalanche é a independência do Banco Central, mas junto vem, todo o banco do brasil, ou pelo menos a sua parte mais importante, a gestora de fundos financeiros BBDTVM, as várias subsidiárias da Petrobras, Eletrobras, Correios, Serpro, etc. que o STF autorizou a entrega na Bacia das Almas, etc. Insisto o tsunami de iniciativas não é casual é estratégia.

Olhando o todo é possível decifrar as “estratégias” da avalanche neoliberalizante de direita, o “processo” que desdenha os riscos da luta social, demonstre das instituições e da luta de todos contra todos e deixam expostos quem são os “agentes” desse movimento do capital. Através do Partido Militar e boa parte do judiciário e toda a mídia corporativa, esses agentes desmontaram a nação e assumiram o país como se fosse seu quintal, imaginando um "projeto de longo prazo".
 
A estratégia do tsunami liberalizante é bárbara, porque aproveita o hiato da pandemia e da crise sanitária, mostra as garras do mercado que pouco se importa com a barbárie e o sofrimento da maioria que precisaria apenas ser contida.
 
A Faria Lima se sente segura com a força das armas do Partido Militar, tal como no período Pinochet do Chile, porém de outro lado, essa turma também expõe, tal fratura exposta, a fragilidade de quem precisa vencer o tempo e o espaço da resistência de sobrevivência da maioria que vai recuperar a nação brasileira.
 
Dois anos pode ser pouco, mas também pode ser muito porque o tempo sempre será uma importante variável, mas com valor relativo e nunca absoluto. Mas, desconfio que os homens das finanças e do mercado da Faria Lima, correm e empurram as ondas da avalanche, porque sabem que não terão dois anos. A conferir!

sexta-feira, fevereiro 05, 2021

Big Techs avançam também sobre a agricultura digital

Nos estudos e pesquisas sobre o capitalismo de plataformas tenho insistido para a necessidade de se observar a dominação tecnológica exercida pelas Big Techs em vários setores da economia.

 Além disso, também é importante registrar o fato destas gigantes corporações de tecnologia estarem se expandindo não apenas para intermediar negócios (etapa de circulação), através das plataformas digitais (plataformas-raiz), nos diferentes setores da economia, mas também já estarem avançando para o controle direto (ou indiretamente através de fundos de investimentos) sobre as várias frações do capital.

Esses movimentos já produzem consequências multidimensionais e multiescalares sobre todo o Modo de Produção Capitalista (MPC), nesta etapa do Plataformismo, com efeitos diretos sobre o trabalho e sobre as economias regionais que, paulatinamente, vão tendo as rendas vampirizadas.

Hoje, as seis maiores Big Techs somadas possuem valor de mercado superior a US$ 6 trilhões e no ano passado (2020) tiveram lucro líquido somado em torno de US$ 200 bilhões.

Neste sentido é expressivo analisar o movimento de investimentos, parcerias e atuação direta na área de agricultura e alimentos: AgTechs e FooofTechs.

Seis Big Techs desenvolvem, adquiriram sociedade e já controlam ativos ligados à produção de alimentos que mexem com uma área onde a tecnologia, embora crescente, era relativamente pequena, quando comparada à indústria e aos serviços.

Refiro-me a projetos já em andamento da Microsoft, Apple, Google, Amazon, Facebook e Alibaba que estão em estágios avançados controles de dados (dataficação) do solo, água, safras, clima e gerenciamento rural e de fazendas, localizadas em vários países da África, Ásia, América do Sul e Oceania.

Assim, a produção material vai sendo gerenciada através de aplicativos e dados nas “nuvens” que também articula a produção agrícola e pecuária (AgTech) com a comercialização dos alimentos (FoodTech). São projetos de grande porte que somam mais de US$ 50 bilhões.

Tudo isso reforça a interpretação sobre a dominação tecnológica do oligopólio das gigantes de tecnologia sobre todas as frações do capital com vínculos cada vez mais estreitos e fortes vinculados à financeirização. Voltarei ao assunto com mais detalhes.