PS.: Para ver a reportagem em tamanho maior clique sobre ela.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
quinta-feira, setembro 30, 2021
Controle sobre projeto porto-gás-UTEs do Terpor em Macaé reafirma a economia do petróleo e o uso corporativo do território no NF
sábado, setembro 25, 2021
China e o seu baita desafio da “prosperidade comum” como superação da armadilha e riscos da financeirização
A China em seu socialismo de mercado (outros chamam de capitalismo de Estado) abriu espaços para o setor privado no setor imobiliário e de alta tecnologia e assim produziu um colossal crescimento econômico, em meio ao aumento da especulação, enlaces e cruzamentos desses setores com o mundo das finanças que também fez surgir muitos enriquecimentos pessoais.
O projeto chinês desembocou em processos de expansão da
economia para dentro (reduzindo pobreza) e para fora que gerou uma potente e
crescente integração global. A propriedade (imóveis e dinheiro) e a tecnologia,
desenvolvidas a partir de políticas do Estado, foram de maneira paulatina e
consciente, entregues à iniciativa privada através de empresas que adiante se
transformaram e ganharam a condição de conglomerados e gigantes corporações.
Essa estratégia gerou um cenário de colossal crescimento
econômico, mas também produziu muitos riscos, decorrentes das inovações financeiros
(papeis) e lançou ao mercado dezenas (talvez centenas) de bilionários
individuais. Casos do Jack Ma (Alibaba), Xu Jiain (Evergrande Real Estate Group)
e Ren Zhengfei (Huawei) entre outras dezenas
ou centenas. Junto, tudo isso agora se apresenta como ameaças e como desafios.
Não é uma tarefa simples regular estes setores da economia
que ajudaram a China a crescer neste século, acima de 10% ao ano na primeira década
e quase 8% (em média) na 2ª década. Hoje, o setor imobiliário responde por algo
em torno de 29% do PIB da China. Já o setor de alta tecnologia de internet, redes
e plataformas digitais, através de suas Big Techs - em alguns casos maiores que
suas congêneres americanas – transversalmente, se tornou meio (condições gerais
de produção) indispensável, a todos os demais setores da economia chinesa em
suas múltiplas conexões intranacionais e global.
Também transversalmente, mas de forma potente, foi exatamente
no interior destes dois setores (imobiliário-urbano e tecnologia), que a
financeirização se imbricou desde os últimos anos dos anos 90. Sofisticadas inovações
ajudaram a produzir uma “expansão desordenada do capital”, vinculada à ideia-mãe
de transformar quase tudo em gestão de ativos, com a lógica majoritária do
valor de troca (especulação), mesmo que enlaçada ao desenvolvimento da economia
real e da produção com valor de uso que atrais massas enormes dos vilarejos do
interior para as grandes cidades.
No processo de desenvolvimento da China há ainda que se
observar a realidade do seu federalismo e relações com o planejamento e a
gestão estatal. Assim como em outras nações, trata-se de uma complexa distribuição
de responsabilidades entre o governos central, os provinciais e os locais,
tanto em termos de arrecadação de tributos, composição de fundos públicos,
orçamentos e investimentos, quanto na provisão dos gastos para manutenção da
infraestrutura e equipamentos públicos.
Essa questão federativa tem, aliás, profunda relação com as
questões que atualmente emergem no setor imobiliário-urbano (construção
habitacional e comercial) na China, em que pese o fato de que hoje, as
questões-chaves da China pareçam, em boa medida, mais setoriais e
intersetoriais (órbita da nação), embora com profundas conexões matriciais com
o território e com o desenvolvimento regional e locais, onde vivem as pessoas e
se desenvolvem os problemas da sociedade chinesa, em seus locais de trabalho,
moradia e vida
Porém, também é real, o fato de que o governo chinês dispõe,
como nenhuma outra nação no mundo contemporâneo, de recursos, instrumentos e
capacidades institucionais estatais e políticas para superar as ameaças e os
desafios expostos. Será necessário ainda mais planejamento para enfrentar a conhecida
crise cíclica do capitalismo, hoje hegemonicamente financeiro, que alcançou os
meandros e interstícios da economia chinesa, mas também é certo que isso demandará
poupança interna que antes tinham sido planejados para uso em vários
megaprojetos dentro e fora da China.
A história seguirá seu curso diante das ações e dos
movimentos dos agentes na sociedade. O mundo acompanhará a implantação, já é
curso, da denominada “transição para a prosperidade comum”, política (mais que
programa e projeto) do governo chinês (e PCC), observando como serão
administrados os interesses nacional e geopolíticos em suas dimensões e escalas.
Em síntese, o esforço da China é o de construir uma ponte que salte sobre o pântano da armadilha da financeirização - fortemente imbricada nos setores imobiliários e de alta tecnologia - para um desenvolvimento que mantenha as atividades econômicas, mas continue a garantir a elevação do bem-estar da população chinesa. Um baita desafio, muito além do debate ideológico.
quarta-feira, setembro 22, 2021
Capitalismo financeiro: em 4 anos, o Hortifruti rendeu cerca de 10 vezes aos investidores!
Tem-se aí, aquilo que tenho chamado de um "duplo movimento entre valorização e capitalização", em que os instrumentos dos fundos financeiros servem a este recolhimento de excedentes da produção material nas economias regionais, para levá-lo após estratégias duplas ao andar superior das finanças e também permite que os dinheiros destes rendimentos venham a ser transferidos para processos semelhantes em outros setores (frações do capital).
Referências:
[1] Postagem no blog em 6 de nov. 2018. Fundos financeiros agora também nos hortifrutis: seu avanço e mobilidade estão moldando o capitalismo contemporâneo e o modus de vida das pessoas. Disponível em: http://www.robertomoraes.com.br/2018/11/fundos-financeiros-agora-tambem-nos.html
[2] PESSANHA, Roberto Moraes. A ‘indústria’ dos fundos financeiros: potência, estratégias e mobilidade no capitalismo contemporâneo. Rio de Janeiro: Consequência, 2019.
[3] Potal do Partners Group Holding AG: https://www.partnersgroup.com/en/
[4] Matéria de O Globo em 14 de maio de 2021. Coluna Capital. Na fila para estrear na B3, Hortifruti inaugura loja conceito no Rio, após reforma de R$ 6 milhões. Disponível em: https://blogs.oglobo.globo.com/capital/post/na-fila-para-estrear-na-b3-hortifruti-inaugura-loja-conceito-no-rio-apos-reforma-de-r-6-milhoes.html
terça-feira, setembro 14, 2021
"Nova" licitação da concessão da BR-101 (RJ) revela interesses imediatos de grupos financeiros
segunda-feira, setembro 06, 2021
Entrega bilionária do campo de Albacora é mais um crime de lesa pátria, por Francismar Cunha
As potencialidades dos campos de Albacora e Albacora Leste ignoradas pela Petrobras
Mapa 01: Infraestrutura de produção e escoamento de petróleo e gás dos campos de Albacora e Albacora Leste
[1]
Ver mais sobre em: https://www.agenciapetrobras.com.br/Materia/ExibirMateria?p_materia=982726