As players da mídia
corporativa no Brasil se reestruturam para participar de forma ainda mais subordinada
e dependente da comunicação digital global das Big Techs
Este caso do PL das Fake News serve também para ampliar a
observação sobre a fase que nos encontramos do “capitalismo digital-dataficado”
com o seu enorme poder de extração de dados dos usuários. Realidade que
significa maiores ganhos financeiros e representa também maior concentração de poder
político.
O que a holding Globo já está fazendo é saltar da fase de
ganhos de publicidade e financeiros na economia nacional, para uma nova etapa
de ganhos percentuais daquilo que é obtido pelas gigantes empresas digitais do
ocidente.
A Globo S.A. e demais players da comunicação do Brasil estão correndo para ficar com um naco de valorização e capitalizações das Big Techs dos EUA que batem seguidos recordes, em valores de mercado, que chegam a alguns trilhões de dólares para cada uma delas. Sobre o assunto vale conferir texto que escrevi há um ano sobre acordo da Globo S.A com a Big Tech Google: (8 abr. 2021: Globo & Google: de tubarão nacional a sardinha global da gigante de tecnologia: http://www.robertomoraes.com.br/2021/04/globo-google-de-tubarao-nacional.html)
Esse caso serve ainda para observar melhor a reestruturação
(vide artigo sobre balanço da Globo Comunicação e Participações S.A.: Tombo
da Globo segue espetacular e fecha 2021 com prejuízo de R$ 174 milhões!)
desta player da comunicação corporativa do Brasil.
Ela é parte da reestruturação capitalista no setor de mídia
global com enorme concentração no centro do capitalismo ocidental (nos EUA) através
das Big Techs que vem acompanhada de dependência e subordinação na comunicação na
periferia do Sul Global.
As Plataformas Digitais são simultaneamente “meios de
comunicação” e “meios de produção”. Elas exercem o papel de intermediação sobre
a informação ou sobre a produção e os serviços. E daí extrai seus lucros.
Globo S. A. e Big Techs: tudo a ver!
A comunicação e o extrativismo digital trabalham sem limites
de fronteiras como o capitalismo financeiro do qual são partes. Assim, quanto
mais acessos e conteúdo, mais extração, mais ganhos, mais financeirização, mais
acumulação e mais poder de comunicação e manipulação política.
É disso que se trata os interesses dos proprietários da Globo S.A. e demais donos da mídia corporativa no Brasil. Se pendurarem nas Big Techs para ampliar seus controles sobre a informação no Brasil e aumentando seus faturamentos por um percentual dos ganhos destas gigantes de tecnologia do Ocidente.
Essa é a estratégia do Partido da Mídia, sem nenhuma
preocupação com os interesses da nação e sua soberania, para o qual afirmam se
tratar de conversa ideológica, enquanto se movem atrás da ideologia dinheiro. Assim,
seguem atuando a favor unicamente dos seus interesses, como se fossem os interesses
nacionais. Desta forma, articulam e buscam ainda mais poder político nacional, num
processo que se alinha à estratégia de mais submissão e dependência dos
interesses das grandes corporações, do sistema financeiro e da geopolítica ocidental
centrada na OTAN, no Deep State dos EUA.
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